Fanfic: Mundos Opostos - Portiñon. ♥ + ☮ | Tema: Anahi e Dulce Maria

Cheguei no escritório do Sr. Puente esperando educadamente na porta para passar. Entrei naquele escritório e olhei em volta, era um pouco maior do que o de  Anahí, embora ambos fossem cercados por uma grande janela pelo qual dava para observar  grande parte da cidade. 

- Te ofereço um café? - Perguntou Enrique fazendo-me virar para ver logo ao lado uma pequena máquina de café.

- Obrigada. - Aceitei assentindo.

O silêncio caiu novamente e em menos de dois minutos Enrique me ofereceu um assento enquanto me entregava uma xícara de café quente e delicioso.

- Como vai a saúde Enrique ? Sentimos sua falta este ano! 

- Minha saúde está perfeita Dulce. - Sorriu -  Tão perfeita como estaria para um homem da minha idade. Este ano precisei fazer uma pausa, eu tive que enviar a minha filha no meu lugar. Era necessário. - Meu coração disparou quando ele mencionou Anahí.

- Era necessário?  Eu não entendo o que você quer dizer.

O homem levantou-se do sofá onde estávamos e foi até a sua mesa, alcançou um porta retrato e rapidamente o trouxe até mim. Eu o peguei e meu coração bateu ainda mais forte quando vi aquele rosto nas fotografias. Era um porta retrato duplo, na primeira foto pude ver uma foto recente de Anahí e Enrique abraçados e na outra era um foto também dos dois, porém Enrique estava mais jovem e Anahií estava em seu colo, ela tinha um brilho tão lindo nos olhos, provavelmente devia ter uns cincos anos. Era um quadro de referência entre o passado e o presente.

- Não acha incrível o brilho que ela tinha nos olhos quando era apenas uma criança? 

- Sim. - Respondi sorrindo olhando a foto - Ela era uma menina feliz.  

- Conhece esse brilho Dulce? Alguma vez você já o viu nos olhos de minha filha ? 

- Sim... quando ela estava na aldeia estava assim, como na foto. - Expliquei a ele - Era como uma criança descobrindo um mundo novo cheio de aventuras e seus olhos estavam sempre animado.

- Minha filha passou por muitas coisas ao longo de sua vida... eu a protegi tanto que ela cresceu em uma bolha de cristal perfeita, onde tudo era de conto de fadas. Por muitos anos eu pensei que era o melhor, que nada poderia acontecer se ela continuasse lá. Mas aos poucos comecei a perceber como eu estava errado. Minha super proteção levou Anahí a crescer com a ideia de que ela devia criar o conto de fadas que todos queriam e gradualmente todos esses conceitos ofuscaram o brilho de seus olhos, ela cresceu e perdeu por completo a menina que sempre olhava as estrelas no teto de seu quarto enquanto eu lhe contava alguma história. 

- Enrique a culpa não é sua, as pessoas crescem, amadurecem... Você educou Anahí da melhor maneira que podia, a preencheu com amor e teve a certeza de que nada faltasse pra ela e eu acredito sinceramente que a menina se transformou nessa mulher incrível, inteligente , bonita e sonhadora que ela é hoje.

- Dulce, quando te conheci lembra que eu disse a você que a minha filha estava doente?

- Sim eu lembro...

- Os dias em que eu passei na aldeia, eu via tudo, vi seu trabalho, vi uma garota que queria mudar o mundo, mas também percebi que algumas coisas eu tinha feito da forma errada.  Apesar de todo o amor e conforto que eu ofereci a minha filha, algo devia faltar para que ela sentisse um vazio tão grande. E pra ser honesto apesar de sua recuperação eu ainda acredito que ela não deixou de sentir esse grande vazio. Naquele momento, eu sabia que um dia ela iria até a aldeia, conhecê-la, se deixar infectar com aquelas crianças e tudo que tinha ali ao redor. Há um mês atrás minha filha estava prestes a se casar com um homem que ela ama, disposta a planejar toda uma vida perfeita, assumir a empresa e continuar a colher os sucessos alcançados até agora. E eu senti que eu não podia permitir. - Continuou e deu ombros -  Eu não podia permitir que a minha menina fosse infeliz o resto de sua vida, não sem ao menos lembrá-la de pelo menos uma vez o que era a verdadeira felicidade.

Estas palavras eram estranhas para mim, não sabia onde ele pretendia chegar e de alguma forma doeu, doeu saber que a felicidade que eu lhe dei talvez não tivesse sido suficiente para ela.

- Por que está me dizendo tudo isso Enrique? Anahí  ainda vai se casar, foi em vão me conhecer, neste momento deve estar experimentando o buffet do seu grande dia. 

- Você está errada Dulce, certamente conhecer você mudou a vida dela. Porque aconteça o que acontecer, mesmo que minha filha se case com Christopher eu tenho certeza que nunca vou voltar a ver em seus olhos o brilho que vi ontem enquanto ela olhava você em uma fotografia. - Apontando um porta retrato na prateleira. - O mesmo que tinha há alguns minutos atrás quando estávamos os quatro naquela sala. Vocês se olhavam como eu olhava minha esposa quando ela era viva. Como eu nunca olhei para outra mulher. Um amor que se sente apenas uma vez na vida. Dulce agora a minha menina conhece o verdadeiro amor. E acredite que ele mais forte do que qualquer coisa que existe no mundo.