Fanfic: papel & tinta | Tema: vondy/magia/romance

Ligamos a TV e sentei ao seu lado no sofá assistíamos ao filme que passava, quer dizer ele assistia enquanto eu apenas o fitava, Christopher não estava certo, o meu escolhido não teria vez perto dos sentimento que eu tinha por Christian, eu sabia que o amava!

 Seu riso a cada piada boba que os personagens do filme faziam me fazia sorrir inconsciente, como eram encantadoras as linhas curvas que faziam em sua face branca... Seus olhos meio puxados... Céus eu era muito apaixonada por ele! Não poderia fazer nada contra isso... Essa sim era a verdadeira magia que existe.. a magia entre duas pessoas, o amor! Não sei como começou, não sei quem se aproximou... apenas sei que nossas face ficaram próximas uma do outro, nossas respirações se mesclavam... Soube ai que éramos feitos um para o outro, havia clima entre nós dois... havia sim um algo mais! Olhei seus lábios vermelhos, fiz assim como se diziam nas grandes literaturas... Ele havia entendido... que eu ansiava por um beijo! Aquele nervoso de miradas, aquele frio na barriga... É como dizem por ai, os 5 segundos que precedem o primeiro beijo é algo indescritível... Engoli a saliva sem deixar de olhar em seus olhos negro, como duas brilhantes pedras de Ônix, ai Dulce deixe de pensar em fantasias nesse momento, mantenha o foco no seu amor... Sua mão travessa tocou minha bochecha e eu senti um leve ardor... fechei os olhos para sentir a carícia! Ao abrir-los o vi se aproximar,vi sua boca tomar proporções distintas.. Eu o encarava de olhos abertos.. seus olhos estavam fechados.. O que eu faço?

 Nos romances e nos filmes as pessoas sempre fecham os olhos, não é? Pois fechei meus olhos e senti seus lábios tocarem aos meus de forma suave e leve... ele movimentou os lábios... Cadê os sinos? Cadê as sensações de prazer e de excitação que sempre narram quando a mocinha encontra o seu verdadeiro amor? Cadê as borboletas? Cadê as luzes coloridas? Cadê... Meu primeiro beijo não estava sendo muito bem o que eu tinha esperado... Ao longe comecei escutar um barulho... pequenos toques de... Campainha!

 Me desgrudei de Christian, não senti remorso e nem raiva do infeliz que tocava a campainha... Ele me encarou e se levantou...
 
“Dulce eu tenho que ir” – ele já estava de pé ao lado da porta, pisquei os olhos seguidamente, ele era rápido para se esquivar.. e fugir!

“Mas agora?” – eu tentei ser a mesma e fui até ele, a campainha continuava a tocar insistentemente
 
“Sim, ehr preciso ir!” – o olhei angustiada – “não se preocupe Dulce amanhã nos falamos!” – girei a chave, abrindo a porta... Do outro lado aquele sorriso me encarava.. que diabos ela fazia ali?

“Maite, o que faz aqui?” – Christian se deteve de sair e a encarou, notei seus olhos percorrerem o corpo dela por inteiro, e aquilo não havia me agradado...

“tia Blanca e tio Fernando me pediram para fazer compania a ti!” – ela falou entrando – “não apresenta o seu amigo?” – ela sorriu sínica, eu queria matá-la, picá-la em pequenos pedaços e jogar no rio

“Prazer Christian!” – ele alçou a mão a ela e sorriu, que cafajeste! Christian notou minha fúria com aquela singela apresentação... – “bom eu vou indo, fico feliz em saber que está acompanhada... Boa noite dul!” – senti seus lábios tocarem de leve minhas bochechas as fazendo queimar... para tudo ele me chamou de dul... aaaaah!! – “te ligo depois!”

Ele havia ido, Maite olhava as fotos que estavam distribuídas por toda a extensão do velho piano que tínhamos na sala. Me sentei no sofá, não ia falar com ela... Eu estava com raiva, me deixem ok!

“bonitinho seu amigo!” – ela sentou do meu lado e esticou as pernas sobre a mesinha de centro

“também acho!” – suspirei fundo, me senti incomodada com a intensidade de seu olhar sobre mim – “o que você quer? Pois se veio estragar minha noite, parabéns conseguiu!”

“eu não estraguei a sua noite!” – ela riu - “acho que foi boa até demais não cunhadinha?” – olhei sua face, em seus olhos âmbar pude ver uma certa raiva, não dela... mas dele – “acho que meu irmão não gostará nada de saber o que aconteceu aqui!” – ela negou com a cabeça... eu não estava nem ai para o que o irmão dela, quem quer que fosse, iria achar do beijo que eu havia dado em Christian!

Já fazia quase uma semana desde a última vez que eu vira Christian. Ele tinha desaparecido, durante todos esses dias eu havia pensado no que havia dado errado. Primeiro por ele ter sumido nem me ligado depois do beijo e por que eu não senti aquilo que deveria sentir, tinha sido tudo tão diferente do que eu imaginava! Depois de muito pensar cheguei à conclusão de que eu havia feito errado! esse era o motivo, o resto da semana eu passei tentando achar motivos, para não pensar no Christian, nem em ônix e em Christopher mais esse não saia do meu pensamento era o único o qual não saia de minha mente aqueles olhos...

Eu segui para a livraria passava a maior parte do meu tempo lá, atrás de um livro que me fizesse esquecer onde eu estava e esquecer tudo o que passava comigo, mas estava difícil, os livros da loja não eram interessantes o suficiente pra mim. Christopher começava a voltar a minha mente eu não queria, eu não podia pensar nele eu... Amo Christian, eu gritava isso a mim mesma, tentando me convencer de tal fato...

“Oi pequena bruxinha!” – não precisei me virar, pra saber quem era, sua voz era a única que me fazia tremer... sem contar no tom carinhoso mas ao mesmo tempo bruto de me chamar de bruxinha.

“Oi Christopher” – o mirei, seu corpo ainda me deixava sem fala, ele era um ser todo perfeito, ah, mencionei a vocês que ele sempre aparecia semi nu? Pois é, o via sempre vestido apenas com uma calça branca, deixando seus músculos definidos à mostra

“Pensava nele não é?” – ele me perguntou com a voz um pouco dura

“Sim!” – não conseguiria mentir pra ele – “Aii, não! Não Christopher, eu não pensava nele” – baixei minha cabeça com vergonha de ser tão espontânea

“Pensavas no que então?” – ele me olhou curioso e eu sem preocupação me escorei no balcão

“Pensava em nós! Tenho muitas perguntas a te fazer” – o olhei receosa, Christopher com suas oscilações de tom de voz me deixavam intrigada

“Pois porque não me procurou? Eu logo lhe responderia, mais me fale! O que queres saber?” – como assim “me procurar”... será que ele se referia a voltar a ônix?

“Por que eu fui a escolhia pra você?” – as palavras fugiram de minha boca, eu queria saber isso, mas não queria perguntar assim... Ele ficou em silêncio, pensava em como me responder.

“Não há porque... é o destino, estamos cumprindo a profecia! Os sábios disseram anos atrás que eu devia esperar a nova guardiã, minha pequena bruxinha” – seu sorriso frívolo se transformou em um doce roce de sua mão em meu queixo – “eu teria de ajudar a cuidar te, pois junto ao novo sucessor vocês seriam a luz da nossa cidade... Simplesmente é o que estava na profecia...” – ele parecia sentir medo de falar daquele assunto – “Antes do último reinado da rainha Marichelo, não houve uma guardiã, pois não se fazia necessário!” – senti seu humor mudar novamente, ele parecia distante – “as guardiãs passam seus cordões de séculos em séculos e como Ônix vivia em paz, não tivemos uma que sucedesse Ariel!” – ele suspirou desolado

“você não respondeu a minha pergunta Christopher, cumprir uma profecia, cumprir o destino não me faz ser sua nem a força e nem por amor!”

“mas..” – ele bufou – “não sei explicar os motivos de sermos feitos um ao outro, é magia superior, é o amor Dulce...” – ele suspirou confuso, parecia pensar no que dizer – “somos feitos da mesma essência, por anos uma essência espera sua complementação... assim que ganhamos nossas vidas, nossas essências se dividem, você vem com um pedaço de mim e eu com um pedaço seu.. que ao se encontrarem, se unem e se completam...”

“você quer dizer que somos almas gêmeas?” – ele revirou os olhos, podia notar sua irritação surgir – “Ok, esquece...” – percebi um chamuscar raivoso em seus olhos – “hum, mas o que são essas manchas?” – perguntei me aproximando perigosamente do seu rosto, tocando e observando aquelas curiosas manchas verdes

“São detalhes Dulce...” – senti suas mãos tocar as minhas que acariciavam seu maxilar rijo.

  La estava eu novamente perdida em seus olhos âmbar, a intensidade com que me olhava já não me incomodava, era como uma droga viciante que dava a extrema sensação de prazer. Senti minha saliva se acumulando na boca, eu queria falar algo, mas nada me saia... Sua agilidade de movimentação, o fez ficar atrás de mim em um piscar de olhos, sua mão máscula em minha cintura, me acariciava com suaves movimentos circulares... O senti me puxar bruscamente, colando nossos corpos... Fechei os olhos desfrutando do contato que nossos corpos tiveram, ele era quente como o fogo... Ele me virou, fazendo seus dedos dedilharem minhas costas e pararem sobre o bumbum! Ele o apertou, demonstrando o quanto sentia desejo por mim... Seus olhos brilhavam com intensidade, sua boca era mais rosada que o normal, elas estavam com uma aparência apetitosa, as olhei demonstrando minha vontade de beijá-lo.

 O tempo pareceu parar, o mundo desapareceu ante nós... Meus olhos não viam nada mais do que ele, não sentia outro cheiro que não fosse o de sua pele... Eu estava extasiada por tê-lo em meus lábios desfrutando do mais sensual e inocente beijo.

  A luz foi se apagando aos poucos, eram meus olhos que se fechavam instintivamente... Seus lábios roçaram os meus, estavam secos e sedentos de desejo, senti meu peito explodir... Ele os capturou se unindo aos meus, suas mãos se posicionaram em extremos distintos, costas e rosto, ambas me acariciavam, com toques suaves de seu polegar em minha bochecha e com leves apertões em minha lombar. Alcei meus braços em seu pescoço, os acomodando. Sua língua travessa começou brincar entre meus lábios pedindo passagem, os abri permitindo que ela entrasse e me explorasse. Nossas línguas se encontraram e se tocaram de uma forma sensual, digamos que quase sexual. Minhas pernas perderam as forças, elas tremiam... Céus, as borboletas batiam suas asas em meu estômago, o fazendo revirar! A intensidade do momento me permitiu até ouvir os famosos “sininhos”, os mesmos que não apareceram em meu beijo com Christian. Por mais que minha razão dissesse para resistir, meu coração queria aproveitar esse momento queria sentir tudo o que Christopher podia me transmitir naquele beijo, mas involuntariamente, minha cabeça me sussurrava sem certeza, que eu amava Christian...

 Ele pareceu ouvir meus pensamentos, interrompeu nosso beijo e ficou apenas me mirando raivoso e irritado, quanto a mim continuei como uma boba sentindo o seu gosto em minha boca...

“E então Dulce, ouviu os sininhos?” – um sorriso safado se formou em seus lábios, mas sua voz era cheia de rancor, suas mãos ainda rodeavam minha cintura
 
“Mas você ouve meus...” – eu estava irritada, soltei com força suas mãos de meu corpo e me afastei – “você pode ouvir meus...”

  Christopher havia sumido antes mesmo que eu terminasse a pergunta, mas eu o queria aqui, havia ficado frustrada!chamá-lo, ele havia dito que sempre que quisesse poderia chamar por ele, mas como? Minha cabeça estava a mil se ele podia ouvir os meus pensamentos, ele saberia tudo o que havia se passado comigo desde o que eu pensava quando menina até o beijo que dei em Christian. Essa era mais uma dúvida que surgia em meu íntimo, eu necessitava falar com ele, precisava sanar essa dúvida! Talvez por instinto ou por necessidade de sentir minha magia toquei meu cordão. Seria preciso ter de voltar a ônix pra falar com Christopher?

Bom so me resta,dizer

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