Fanfic: papel & tinta | Tema: vondy/magia/romance

“Vou lhe dar um exemplo e espero que o entenda...” – eu o olhei mais atenta – “Porque tia Blanca te proibia de ir a escola e de ter amigos íntimos?”

“Não sei poncho... mamãe não é certa ela é perturbada!” – falei de brincadeira, o que fez Christopher sorrir de lado..

“Sem brincadeiras Dulce, a conversa é séria!” – bradou Maite, ok, não está mais aqui quem falou...

“A escola é a formadora de opiniões Dul, é lá onde você aprende a ter certos conceitos de cada uma das coisas do mundo. Conceitos nem sempre corretos, mas que são jogados a vocês como verdades universais...” – isso era verdade, mas os livros os quais eu estudei, também eram formadores de conceitos... - “os livros que lia também tinham suas posições quanto os assuntos, mas diferente deles, as pessoas possuem um poder maior de persuasão...”

“Então fui criada fora do mundo para não ter conceitos ‘do outro paralelo’” – perguntei com tom de deboche, aquela conversa não me fazia sentido...

“Não Dulce, foi criada assim para que não desenvolvesse certas idéias que te distanciassem de seu verdadeiro destino!” – falou Maite, sentou-se ao meu lado – “Se você cria suas próprias opiniões mediante as opiniões alheias, você poderia ser influenciada e mudar seu destino...”

“Você quer me dizer que sou uma influenciável?” – falei irritadiça

“Dulce, por Merlim... estamos apenas conversando!” – Christopher me censurou

“Não Dulce, não digo que és influenciável, mas digo isso por você poder ser adepta a idéias de outros os quais poderiam fazê-la cometer atos que mudassem sua vida e seu destino!!” – Maite olhou para mim rindo – “Um exemplo perfeito de mudanças de destino é sua relação com Christian...” – Christopher a censurou com o olhar, eles pareciam conversar entre eles... os olhos de Christopher brilhavam de raiva pela menção do nome, enquanto os de Maite riam dos dele..

“O que o Christian tem a ver com isso Maite? Ele é meu amigo que eu...” – não completei a frase o olhar reprovador de Christopher sobrecaiu em mim...

“Ele tem a ver que dependendo dos atos impensados que você cometesse ao lado dele, poderiam mudar nosso destino Dulce, poderia me matar ou até nos fazer infelizes para sempre..” – Christopher falou remexendo a terra com uma vareta

“Isso não faz sentido e muito menos tem a ver com mamãe me fazer de prisioneira!” – eu não queria falar de Christian, estava com raiva dele... Ele não havia me ligado desde o beijo... Percebi Christopher negar com a cabeça, ele havia ouvido novamente meus pensamentos?? Que merda, nem pensar eu posso mais!

“Dul entenda, tia Blanca não a deixava ter opiniões para que o seu lado mágico não perdesse sentido em sua cabeça e muito menos para que seus atos lhe tirassem a magia que possui!” – falou meu primo um pouco irritadiço – “Se você renega sua origem, sua origem se vai... me entende?” – afirmei sem certeza total
 
“Posso perguntar só uma coisa?”

“Claro...” – poncho respondeu

“Se...” – tomei coragem, aquilo poderia machucar a ele, e eu sentia uma forte dor no peito só de saber que poderia deixá-lo mal – “Bom, se sou prometida a Christopher, se meu destino e ser bruxa e viver para sempre ao lado dele, porque eu não o amo?” – Christopher pigarreou e se levantou nos deixando ali...

“Porque tem tanta segurança que não o ama Dulce?” – Annie perguntou me encarando com seus olhos azuis..

“Porque eu...” – abaixei a cabeça, nunca pensei que diria na frente de poncho que eu era apaixonada por um menino, ele me deixava envergonhada

“Porque ela acha que ama o Christian...” – falou Maite tacando pedrinhas de areia igual a Christopher – “Mas ela na realidade tem é uma paixonite platônica por ele, Dulce você tem de aprender a distinguir amor real de gratidão! Talvez por isso, por saber que és fraca de opinião que seus pais a afastaram do dois mundos..” – Maite levantou e foi caminhado para dentro da casa

“Não misture as coisas Dulce... A vida real, bom a sua vida real é aqui e não lá!” – Poncho falou levantando também – “não entenda seu destino, aceite-o e viva em busca dele...” – ele alçou a mão para Annie, quem toda avermelhada aceitou.. foram caminhando entre risinhos

As chamas iam se apagando com a intensidade que o vento tomava. Eles me haviam deixado ali sozinha, eu concordava com eles quanto ao destino, mas eu não conseguia aceitar que eu era uma bruxa... eu até poderia mudar meu futuro, porém não seria feliz abandonando minhas raízes! Suspirei inconformada, porque eu tinha que amar quem não amava? Porque eu não já o amava, seria muito mais fácil...

Olhei para o lado e lá vi aquele corpo masculino sentado próximo ao córrego, ele parecia sentado pensando na vida, ou talvez pensando em como me fazer amá-lo. Me levantei e fui caminhando em direção a ele. Toquei seu ombro ao chegar a seu lado, mas ele nem ao menos se moveu.

“Perdão por dizer aquilo...” – murmurei me sentando ao lado dele – “Você sabe meus sentimentos por você...”

“O que sente entre meus braços você classifica como Dulce?” – ele perguntou sem me olhar..

“Acho que o classificaria com atração!” – taquei uma pedrinha no lago, ele me olhou e eu abaixei a cabeça – “Você é lindo Christopher, tem o corpo que muitas mulheres desejariam que seus namorados tivessem... você é intenso assim como se conta nos livros...”

“Mas em uma atração não sentimos os tais sintomas que as mocinhas sentem nos romances!” -  traguei a saliva, senti sua mão segurar meu queixo e me fazer olhá-lo

“Não sei se isso não pode ser atração, ai Christopher eu não sei!” – deixei uma lágrima de confusão derramar por meu rosto

“você está confusa com o que sente?” – ele veio se aproximando a mim

“não... sim, quer dizer não sei!” – sequei os olhos – “Ao seu lado eu sinto segurança e...” – meu rosto queimou de vergonha do que quase havia falado, senti sua respiração se mesclar lentamente a minha, seu hálito quente e DOCE me extasiavam..

“e...” – ele começou a roçar seu nariz em minha bochecha, traguei a saliva

“e desejo, me sinto mulher ao seu lado, diferente do que sinto com ele... me sinto pronta para você, me sinto feita para seu corpo..” – minha boca falava sem a ordem de minha razão, seu cheiro me deixou embriagada  - “sinto desejo em provar sua boca.. céus, não deveria estar dizendo essas coisas!”

“Porque não Dulce... somos um do outro, não há porque haver vergonha entre os dois, meu corpo é seu... seu corpo é meu... toque me!” – meu maxilar estava entre suas mãos grandes e fortes, sua boca estava a milímetros de distância da minha

Joguei minha cabeça mais para frente fazendo nossos lábios se encostarem, meus olhos se fecharam instantaneamente... Nossos lábios se moveram, sua língua encostou nos meus me pedindo passagem, os entre abri  lhe dando passagem! Aquele beijo era mais quente que o normal, sentia um certo calor em meu corpo... Sua mão desceu até minhas costas e ali se pos a acariciar o local, a outra estava em minha nuca, fazendo nossas bocas continuarem unidas... Minhas mãos livres estavam inquietas, as pousei sobre seu peito definido e ali as deixei descansar, podendo sentir a intensidade que dali emanava...

Eu estava deitada entre seus braços já... Não sei como havia ficado naquela posição... Deitada e encurralada entre a grama e seu corpo masculino... Suas carícias eram maravilhosas, eu apenas desfrutava delas... Beijos por meu pescoço eram distribuídos! Suspirei depois de um audível gemido da parte dele... Tinha que parar, senão eu não sabia onde poderia parar aquele carinho todo!

“E melhor pararmos por aqui!” – ele falou com a respiração entrecortada

“Concordo!” – ele saiu de cima de mim e sorriu, me sentei e sequei os cantos da minha boca inchada e vermelha...

O olhei e não agüentei, comecei a rir, éramos loucos ou o que? Estávamos nos amassando assim às vistas de todos, Céus com ele eu perdia a noção do certo e do errado! Ele havia entendido o motivo do meu riso e também riu... Me senti ser puxada para seu colo e ali eu descansei a cabeça...

“e então nossa atração é bem intensa não?” – ele perguntou safado, seus dedos acariciavam meus ombros..

“sim.. bem intensa, e por ela ter tal intensidade eu acho melhor parar com a massagem e entrarmos...” – me desvencilhei dele e me levantei – “você vem?”

Entramos cheio de miradas cúmplices. Maite nos olhou perplexa, creio que pensava que entraríamos entre tapas por conta do que eu havia dito. Annie sorriu a mim.

“Pensei que não voltariam!” – falou papai com aparente irritação – “Não gosto que fiquem assim sós... sabem que estamos em perigo eminente...”

“Deixe as crianças Fernando!” – mamãe o reprimiu

Não sei se meus olhos estavam deixando explícita minha alegria ou se alguém nos havia visto juntos no córrego. Sem notar, estávamos carinhosos um com o outro, o que gerou várias piadinhas durante a noite, até que ele olhou para Maite... se comunicaram pelo olhar e ela apontou para fora com a cabeça...

comentem!!!!