“É somente a senhorita K!” – a voz de Annie soou atrás de mim, me fazendo derrubar o copo – “Não precisa ter ciúmes! Ela é uma murmurante como ele”
“Não estou com ciúmes!” – falei abaixando e pegando os cacos..
“Use sua magia para reconstituí-lo!” – falou a loira a mim, mas como faria tal coisa? Nunca lidei com a magia! – “oh, não me diga que não sabes o que fazer?”
“Claro que não.. mal sabia que era uma bruxa ou guardiã, o que seja!” – revirei os olhos
“Reparus totalis!” – Annie falou e o copo quebrado voltou a minha mão – “Se quiser eu posso te ensinar!”
“Quem sabe, não é, acho que alguns desses são bem úteis para viver em Phoenixville!” – falei sem perceber, Annie arqueou a sobrancelha.. fiquei de costas a ela e voltei novamente a encarar o vulto de Christopher e da tal senhorita K... ela tinha as mãos no tórax dele, quem ela pensava que era para ficar daquela maneira com ele? – “Eles tiveram alguma relação?” – perguntei sem querer, minha boca falava mais do que eu queria!
“Não, mas porque ele não quis!” – falou Maite sentada sobre a geladeira – “Senhorita K tem os 4 pneus arriados por Chris!”
“Que mania Maite de sentar sobre as coisas.. desça daí, se mamãe a vê ai ela brigará!” – bradou Annie em protesto
“Eu ainda estou aprendendo a minha aparatação, mas está complicado..” – Maite desceu contrariada – “mas quanto aos dois lá fora Dulce, confie em Christopher e bom... aja e não o deixe se cansar de você!”
As duas saíram da cozinha me deixando só. Encarei cena do lado de fora, ela o abraçava e ele a correspondia, será que podia acontecer algo entre eles? As imagens dos minutos passados na beira do lago preencheram minha cabeça, comecei a sorrir inconsciente. Que boba eu era, amando um e pensando em outro! Bati a mão na cabeça e voltei para sala...
Me acomodei ao lado de mamãe e tentei em vão entender aquela conversa de Oráculos, Buxos, Murmurantes, Rastreadores e Mediadores... Esse papo me assusta! Christopher demorou a entrar e quando entrou estava com uma alegria desconcertante nos olhos. Encarei seu corpo em busca de algum vestígio ou de algo que demonstrasse que ele estava feliz por conta daquela talzinha... Senhorita K isso é nome??
“eu vou me deitar!” – falei bocejando – “onde eu dormirei?”
“em meu quarto, venha!” – Annie falou levantando do banco a frente
Dei boa noite a todos e beijei apenas papai, mamãe e poncho, o que fez Christopher me olhar confuso, creio que esperava algo! Fui até o quarto a seguindo, e por mais estranho que isso soe, havia mais uma cama no local. Quando troquei de roupa não havia ela.
“Qualquer coisa chame...” – Annie me deixou ali trocando de roupa para me deitar
“O que aconteceu?” – sua voz falou logo após a porta ser fechada
“Christopher!” – falei levantando da cama – “não sabe bater na porta?”
“Sei sim, mas pensei que depois daquilo...” – ele riu – “Depois do córrego, eu teria entrada livre!”
“Pois é, eu também pensei que depois do que aconteceu no córrego, eu teria o total respeito!” – o encarei
“Não acredito que está falando...” – eu o cortei
“Não acredite, apenas tenha certeza de que eu vi aquelazinha, a tal de K e você no maior chamego!” – me sentei na cama e ele se acomodou em pé –
“Ela tocava em seu peito, Christopher!”
“Você está com ciúmes Dulce?” – ele falou se aproximando de mim, virei meu rosto e nada respondi – “hein, me diga, estás com ciúmes?”
“Não Christopher, não! Só apenas pensei que teria mais respeito depois do que havia acontecido... aindaMAIS VOCÊ falando que me ama!” – ele manteve o silêncio – “me deixe ir dormir, estou cansada, muita informação para uma só noite!”
Ele se distanciou e saiu do quarto. Fechou a porta em silêncio, agarrei a camisola em meus braços e senti as lágrimas descerem, porque estava chorando? Porque eu estava agindo como uma menina apaixonada? Ah, deixe disso Dulce María! Me troquei e deitei, ainda pensava no dia tumultuado que havia tido! O sono não tardou chegar, estava muito cansada.
‘Ela está viva!’ – disse um homem alto com um grande capuz que cobria o rosto – ‘Eu sinto, sua presença é forte...’ – ele caminhava solitário no grande salão de pedras – ‘Diego!!’ – ele gritou – ‘Diego, venha cá!’
‘Já vou chefinho!’ – um homem de baixa estatura chegou correndo naquele cômodo, eu conhecia aquele lugar, aqueles móveis e quadros nas paredes não me eram estranho – ‘cheguei, o que o grande mestre quer?’
‘A menina Diego, a menina está viva!’ – o grande homem caminhou até a janela, ele tocou a face – ‘Ela queima!’ – ele soltou um forte gemido de dor – ‘Encontre Dulce María, a guardiã das chaves de Ônix!’ – Ele virou-se para o homem mais baixo e enfim seu rosto apareceu, semi iluminado a luz das tochas das masmorras do castelo... marcado por três grandes listras na altura do olho direito. Aquela grande cicatriz brilhava na escuridão que ia surgindo, apenas as via baixo o olho acinzentado.
“aaaah!” – o suor respingava de meu cenho, meu coração se pos a bater mais rapidamente...
“O que houve?” – perguntou a morena descabelada levantando da outra cama ao meu lado da minha – “Dulce tudo bem?”
“Não... bom, não sei!” – cocei meus olhos e logo a imagem da listras e de seu olhar cruel apareceram novamente em minha cabeça – “onde está Christopher?”
“Ele está de guarda junto aos outros, porque?” – perguntou Annie, a qual calçava suas chinelas
“Queria falar com ele!” – abracei minhas pernas, me encolhi como uma
criança assustada a espera de seus pais para lhe acalmar...
proximo poste,so com 15 ou 20 comentes
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