Fanfic: papel & tinta | Tema: vondy/magia/romance

“sei que não estamos sós!” – murmurou a mais jovem das vozes

“Fernando sai daí... creio que a murmurante não nos trará problemas!” – era a voz maternal de mamãe..

“ainda brincando de se transformar Fernando?” – a voz perguntou divertida

“ande logo, diga o que você quer!” – apressou papai... minha curiosidade perante o diálogo, me forçou olhar pela janela fechada...

“só quero lhes informar que fugir não vai adiantar, os acharemos onde quer que seja e antes nós do que eles, você sabe disso Blanca!” – a voz era da moça da livraria, Maite – “ah, quanto não estarmos só eu me referia a menina!” – ela apontou a mim, os olhos chocados e assustados de meus pais olharam até onde o dedo dela apontava – “ela está começando a descobrir sobre o processo inteiro, não há porque fugir.. todos precisam dela!”

Como em um piscar de olhos a morena parada ao pé da árvore ao qual papai havia saído, desapareceu, não deixou um vestígio qualquer de sua estada por aqueles segundos. Me assustei com o pico de explosão e sua desaparição. Aquilo era contra a física, ninguém poderia desaparecer ou aparecer em outro lugar assim... Sai da beira da janela e corri até o cantinho escuro do meu quarto, eu precisava pensar, eu precisava entender o que era aquilo e qual seria o tal processo que a moça estranha falou.

Nada me vinha a cabeça, nenhuma idéia do que eles falavam fazia jus a ser verdade. Pessoas se transformando, pessoas sumindo ao piscar dos olhos, é magia? Magia não existe Dulce, você sabe muito bem disso. Devem ser efeitos visuais, luzes e sons... ondas magnéticas.

Um frio intenso gelou meus braços, as janelas fechadas não podiam deixar aquele vento gélido passar, mas mesmo assim ele adentrou. Novamente senti perder a visão e tudo se embaçar...

O fogo saída das chaminés, uma pequena vila. Tudo parecia calmo até que um homem, alto e forte, vestido em vestes escuras, entrou na casa. Estava desesperado.

“o que aconteceu Alfonso?” – a voz de mamãe soou, eu era menininha, 4 anos de idade ao máximo, estava sentada a mesa desenhando, papai ao meu lado lendo um livro qualquer.

“péssimas notícias!” – ele bradou agitado, papai interrompeu sua leitura e o mirou fixamente.

“o que aconteceu, fale logo homem!” – seus olhos nervosos me assustaram

“eles estão vindo... Planejam dominar a cidade, matar a princesa e a guardiã!” – os olhos de mamãe caíram sobre mim, a olhei sorrindo inocente – “os murmurantes estão se posicionando para não deixar que nada invada ou ataque o castelo, Christopher disse que viria para cá proteger Dulce, mas ele só não dará conta” – Alfonso suspirou – “eles estão vindo em comboio!”

“temos que tirar Dulce daqui!” – ouvi um súbito grito de mamãe – “Céus minha menininha...” – comecei a chorar ao ver mamãe daquela forma, ela estava abraçada a mim e chorava com certo desespero

“calma Blanca...” – papai falou calmo, retirou os óculos fundo de garrafa – “vamos fugir, isso é se você aceitar abandonar todo o nosso mundo e viver entre os humanos... vamos ao outro paralelo!”

“Você acha que...” – gritos de desespero e fumaças saindo pelos telhados das casas vizinhas nos alarmaram... – “não é tarde demais?”

“não, vão pegando suas coisas... eu abrirei uma chave de portal!” – gritou Alfonso... – “Horizontes da divisa... passagens a outros mundos, novas vidas...” – eu olhava meu primo encantada com suas palavras.. pequenos pontos de luz saiam de suas mãos.. aquilo era a magia se tornando real..

Ao longe ouvi um barulho, uma voz que me chamava. ‘Dulce’. O meu eu pequeno olhou pela janela e sorriu. Ventos fortes se formaram no interior da casa, papeis caiam por todo o chão... Sua voz longe ainda me gritava, era ele, era o meu prometido. Um ponto de luz branco e forte apareceu no meio da sala, mamãe saiu correndo e pulou por ele, Alfonso fez o mesmo, eu e papai ainda estávamos parados, ele se despedia com tristeza. A porta de nossa casa foi aberta bruscamente, fazendo papai reacionar e pular comigo em seu colo. Pude ainda ver quem era que entrava, não era ninguém mal, era ele. Soltei de minhas pequenas mãos o papel o qual eu desenhava... Parti, sem saber realmente se ele teria ou não visto que estaríamos juntos em meu coração. 

bjixx da nessa,e comentem plixxx ,nao custa nada