Fanfic: The Bad Girl | Tema: Vondy - Romance / Policial

Epílogo

Christopher se olhou no espelho nervoso. Vestia uma roupa inteira preta sobre o corpo. Tinha os cabelos –alguns grisalhos, ele tinha que admitir –penteados para trás com gel, um sorriso incansável no rosto. A porta foi aberta e Stacia colocou a cabeça para fora.

-É hoje –Ela disse, sorrindo também –Só não falam muito barulho  -Zoou, e gargalhou a ver o pai fazer uma cara do tipo “Como você sabe dessas coisas?” –Ué, que foi? Eu tenho vinte e sete anos, pai. Nem freira eu virei.

-Podia pelo menos fingir para me deixar feliz, né? –Ele disse, fazia um biquinho bonito, talvez infantil para um homem daquele tamanho e de cinquenta e cinco anos, mas Stacia achou até fofinho.

Christopher estava bem para seus cinquenta e cinco anos, não havia criado aquela barriguinha insuportável, estava bonito e se não fosse algumas ruguinhas ao redor dos olhos, chutaria que ele ainda tinha trinta e poucos anos. Mas as rugas lhe davam um charme a mais igual aos cabelos brancos.

Stacia se despediu, dizendo que semana que vem veria a tão querida “Tia Ariel” que embora tenha descobrido tudo que ela havia feito, continuava muito querida.

-Eu vou ver a mamãe, na clinica. Espero que o presente da Dulce esteja certo –Disse, Christopher assentiu, ansioso e ela se despediu.

Christopher estava muito nervoso. Ajeitava a roupa, passava a mão nos cabelos –que a essa hora já estavam bem desarrumados –relembrava os momentos com Dulce: sorria, gargalhava e até derramou algumas lágrimas, quando em um momento de vislumbre viu: uma mancha laranja, avançando na rua e indo para sua direção.

-CHRISTOPHER!

O coração parou no peito, ele mal percebeu quando um sorriso enorme se espalhou pelos lábios, acentuando as ruguinhas nos olhos e em um minuto estava abrindo o portão se atrapalhando com as chaves nas mãos.

Quando finalmente as mãos pararam de tremer e ele abriu o portão, sentiu algo cheiroso e macio se chocar contra seu peito. O coração bateu acelerado e ele se agarrou a Dulce, para nunca mais soltar.

-Estava morrendo de saudades –Murmurou Dulce em seu ouvido e antes de ouvir a resposta dele, moldou os lábios nos dele começando um beijo cheio de saudade, amor.

Antes que Christopher pudesse assimilar o que estava acontecendo, Dulce já havia fechado o portão com um pé e o empurrava contra a parede do jardim, querendo tirar sua blusa. Ele riu.

-Hey, calma, ruíva –Disse, sorrindo, embora agora Dulce estivesse morena, ele percebeu e resolveu analisar ela com mais calma.

Tinha umas ruguinhas aqui e ali, nada demais, um sorriso enorme nos lábios, olhos brilhando exalando mais felicidade que um dia pensou ver, longos cabelos castanhos até a cintura. Mais linda impossível.

-Voce está tão bonita –Ele elogiou, Dulce sorriu –Mas acho que estamos meio velhos para isso, não acha? –A morena gargalhou.

-Está me chamando de velha? –Dulce balançou a cabeça, sorrindo –Então vamos lá para cima, vou lhe mostrar quem é velha, policial.

-Tenho certeza que você não está velha, Dulce –Ele a puxou, colando os corpos já colados –Mas eu tenho um presente para você.

-Presente? Meu maior presente é estar aqui com você. –Dulce passou os dedos pelos cabelos dele.

-Mas eu quero dar mais presentes.

*****

-Calma –Christopher segurou a cintura de Dulce, que tinha os olhos vendados –Já estamos quase lá, amor.

-Estou ansiosa –Ela fez biquinho, ansiosa.

-Chegamos! –Ela sentiu seu policial segurar as pontas da venda atrás de sua cabeça –Mas calma, ouviu? –E finalmente retirou a venda.

Dulce observou o que havia a frente de si: uma casa grande, enorme, de três andares, pintada em um azul escuro, com grandes janelas de vidro, moderna e refinada. Tinha pelo menos umas quatro varandas enormes, e o jardim tinha uma fonte de pedra em meio a grama verde. Era cercada por estacas de ferro que dava par ver quatro crianças brincando lá dentro.

Em letras grandes  na fachada estava escrito:

ORFANTO DIANA SAVINON

-Christopher? –Murmurou, a voz falha.

-Eu mesmo criei, tem muitos patrocinadores, já mantido a cinco anos e possui cento e vinte e cinco crianças, é apenas...Incrível. Eu comecei assim que me aposentei da policia –Explicou, olhando abobado para a construção.

Uma loirinha de olhos azuis que brincava no jardim se grudou na grade, e gritou:

-Tio Christopher! –Abriu o portão, com as mãozinhas gorduchas e correu para ele que a pegou no colo. Analisou Dulce, a menina devia ter uns cinco aninhos –Essa é a tia Dulce?

-Sim. –Christopher sorriu e deu a mão para Dulce que ainda atônica pegou –Ela vai administrar o orfanato comigo. –A garotinha sorriu, radiante.

-Oi! Eu sou a Diana. –Depois desceu no colo de Christopher e deu a mão pequenina, Dulce apertou, meio automática  –Seja bem vinda, tia Dulce. Eu sou a garotinha mais fofa do orfanato e a que você mais vai amar –Depois deu tchauzinho e voltou ao jardim para brincar.

Dulce tentava respirar.

-Eu? Christopher?

O loiro riu, a apertando e só para acorda-la, lhe beijou os lábios.

-Gostou? –Dulce o olhou e tinha a boca que nem um peixinho. Ele gargalhou –Responde, amor.

-Eu... Caralho.

-Voce vai ter que para de falar tanto palavrão amor. –Ele apertou o nariz de leve dela.

Dulce arregalou os olhos e riu, muito, muito alto. As crianças olharam. Christopher tentou segurar ela.

-Meu...Deus... Voce é o melhor cara da face da Terra é isso? –Perguntou, ofegante.

-Voce não me respondeu –Ele cutucou a barriga dela. Pareciam dois adolescentes bobinhos e apaixonados.

-É incrível. Eu amei, de verdade –Ela grudou nele e lhe deu um beijinho de leve em seu nariz. –Voce me fez virar uma mocinha, policial Uckermann, daquelas apaixonadinhas de filmes bregas do caralho. –Ela sussurrou, sorrindo.

-Mocinhas não falam palavrão, Dulce –Repreendeu Christopher. Dulce gargalhou e lhe beijou.

-Eu te amo, policial –Sussurrou.

-Eu também te amo... –Respondeu, e lhe encarou com olhos brilhantes –Minha Bad Girl.

Este não é fim. Não há fim para o verdadeiro amor, independente de barreiras, brigas e distancias.