Fanfic: The Bad Girl | Tema: Vondy - Romance / Policial

Annie pôs a mão no peito, sentindo os olhos lacrimejando de felicidade, finalmente a ruiva encontrara o amor.   

-Voce é uma tola, Dul. –Annie bateu palminhas, como uma criança feliz –Está apaixonada –Cantarolou, o sorriso parecia ter impregnado nos lábios vinhos –Eu sabia, só por esse olhar brilhozinho ai nos seus olhinhos secos.

Mas ela só não esperava, ouvir a respiração afoita, como se tivesse levado um tiro –Annie lembrava tristemente desse episódio - o punho fechado e de tão apertado, pálido como cera. Gotas de agua caindo no balcão, e uma ruiva suada, com uma cortina de cabelos de fogo, encobrindo seu rosto, suas lágrimas de raiva de si mesma.

-Eu não posso amar, me apaixonar, fo\da-se, não posso ter nenhum sentimentos, em relação a ninguém. –As palavras foram tremidas, ditas por uma voz rouca de uma garganta apertada, de um coração doído, de um cérebro transtornado. Tão pesadas, que fizeram Anahí se encolher no banco. –Voce sabe, Annie, eu matei minha própria irmã, matei meu próprio pai –Sua voz ficou embargada, baixa ,difícil de ser dita e ouvida, o silencio entre as duas foi cortante, apenas o burburinho distante das outras poucas pessoas no bar, a ruiva respirou fundo, alguns segundos depois, e olhou para a amiga, que a fitou também –Sou um monstro, não amo ninguém, e quem me ama, perde tempo –Disse com convicção, a voz transformado numa versão dura da mesma.

-Mas, Dul... –Annie deixou no ar, alguns segundos, a ruiva a fitando sem expressão –Qual o problema de amar? –Perguntou, era uma romântica convicta e não deixaria que a amiga deixasse essa chance escapar entre seus dedos como areia –É tão bonito, ele cura. –Disse se animando.

-Não –Dulce, fitou o copo nas mãos, contornando a borda com a unha longa e vermelha, balançando a cabeça –Isso é apenas nos livros, filmes que você lê e assiste, Annie. Na vida real o amor mata, adoece e enfraquece.  E eu já sou doente. Um monstro doente e maníaco. –Annie quis chorar, Dul não era a melhor das pessoas, mas todas independente de tudo que fizeram ou vão fazer, deveriam ter a chance de amar, ser feliz –Não pedi para que viesse aqui para chorar as po\rras das pitangas, Annie. Nem para me dizer que eu sou uma pessoa que merece ser feliz, ou todas aquelas mer\das que eu sempre soube que diria, mas nunca achei que chegaria o dia. Pedi para que viesse aqui para me ajudar a me livrar disso –E levantou o copo, balançado o liquido para lá e para cá, bebendo em seguida.

Mas Annie se levantou, indignada, o vestido esvoaçando, os olhos vermelhos de segurar o choro, a alça da bolsa segurada com força no ombro. Como uma pessoa que finalmente encontra a cura a joga no lixo? Como se fosse mesmo lixo?

-Não vou contribuir para essa loucura –Disse, voz embargada e sumiu.