Fanfic: The Bad Girl | Tema: Vondy - Romance / Policial

Os momentos e horas seguintes foram borrões por entre suas lágrimas acumuladas, sentiu alguém prender seus pulsos e empurra-la para uma viatura. Mas tudo o que sentia era o gosto salgado das lágrimas e a boca azeda do gosto da traição. Ah, e o coração... Ela se perguntou se ele não tinha se esfarelado dentro de seu peito, virado simplesmente um pó seco. 

Os dias seguintes se passaram muito lentamente. Tudo parecia durar um século com o coração despedaçado, ela queria se esconder ou simplesmente sumir, as lágrimas rolavam toda a hora e de vez em quando algum policial da pequena cela de uma delegacia de policia do interior da Austrália a vinha perguntar como estava. Recebia gritos, xingamentos e mais lágrimas.

Depois de um tempo, ninguém falou com ela. Apenas a observavam de longe, como se vissem um mutante esquisito fascinante, mas impossível de ser tocado. Dulce passava o dia enrolado no cobertor, beliscando a péssima comida que traziam para ela. Chorava e sentia os farelos de seu coração se diluir em seu sangue. Mas Christopher ainda estava lá, imortal em seu pensamento, uma coisa impossível de ser esquecida.

-Dulce Savinon? –Dulce se encolheu ao ouvir seu nome, puxando o cobertor sobre o corpo, devia estar parecendo vulnerável e frágil, mas não quis se importar com aquilo naquele momento, apenas na dor horrível de seu peito.

O policial Henrique tombou a cabeça para um lado, observando com cautela aquela mulher indefesa ali, tentando se esconder. Disseram-lhe que Dulce Maria era persuasiva, linda e sensual, capaz de levar qualquer homem para o crime. Além de ser completamente perigosa.

Ele pensara em uma loira alta, de pernas longas e que o tentasse a toda hora o tentar com sorrisos lascivos e provocantes, cruzadas de pernas sensuais. Mas lá estava ela: uma ruiva –embora muito bonita –de um e cinquenta, de pele pálida doentia, de olheiras roxas debaixo dos olhos cansados e de um marrom lama, encoberta em um cobertor tentando se esconder.

-Sua viagem para os EUA é na próxima hora. Melhor se aprontar –Recomendou, fechando a porta da sela atrás de si e entrando no lugar completamente.

Dulce respirou fundo, o que causou uma dor aguda nos pulmões, retirou os lençóis com um empurrão dos braços doídos e puxou as pernas dormentes para fora da cama desconfortável.

-Voce está bem? –Perguntou, se aproximando, a mão na pistola caso precisasse.

-Não –Disse, a voz seca e dura –Mas isso não é da sua conta. –O policial encolheu os ombros –Agora saia daqui. Não quero ninguém perto de mim.