Fanfic: Grávida Aos 17 - Vondy | Tema: Rebelde

No dia seguinte, Dulce rói as unhas com impaciência. Christopher já devia ter chegado ao apartamento de Alfonso. Faz uma hora que o irmão da ruiva ligou para o amigo e o trânsito nem está tão congestionado hoje. De repente a campainha toca, tirando-a de seus pensamentos.

Christopher: O que você está fazendo aqui? – ergue a sobrancelha quando a garota abre a porta. – Onde está Alfonso? – entra no apartamento e procura com o olhar pelo moreno.

Dulce: Estou morando aqui. – lança um sorriso amarelo. – Meu irmão está indo para Miami. Antes que ele fosse pro aeroporto, eu pedi que te ligasse. – conta.

Christopher: Por que você está morando aqui? – senta na ponta do sofá maior e cruza os braços. – E o que está querendo aprontar comigo, Dulce? – indaga com desconfiança.

Dulce: Estou fugindo do meu pai. – engole seco e senta na outra ponta do sofá. Christopher a encara. – Não me olha assim, Fernando está me forçando a fazer uma viagem.

Christopher: Para onde? – levanta alterado. – Por acaso ele está pensando em abortar ou dar o bebê para um orfanato lá nos estrangeiros?

Dulce: Você anda assistindo muitas novelas. – ele revira os olhos e senta novamente. – Meu pai quer se aliar à uma empresa importante daqui e minha gravidez precoce afetaria o fechamento dos negócios.

Christopher: Entendi. – balança a cabeça. – Mas você está se alimentando bem? Porque eu sei que os empregados e Miranda ficavam no seu pé para você se alimentar direito o dia todo.

Dulce: Eu não preciso de subordinados e uma madrasta sonsa, eu sei cuidar da minha saúde e do meu filho. – ofende-se com a descrença do loiro. – Mas eu te chamei aqui para falar sobre outro assunto.

Christopher: Dulce, minha vontade de conversar com você é zero. – fala rude. Ela solta um risinho, tentando disfarçar o incômodo que sente ao ouvi-lo falar assim.

Dulce: Ontem eu te vi trabalhando como carregador. – ele abre a boca em forma de O.

Christopher: Mais um motivo para você se envergonhar de mim. – acusa, passando a mão em seu cabelo. – Meu trabalho não é como um estágio em uma clínica particular, mas é honesto como todos os outros.

Dulce: Eu não estou julgando ou desprezando você e seu serviço. – nega com a cabeça.

Christopher: Como não? Tenho certeza que você me chamou aqui para me humilhar. – solta com rispidez e respira fundo. – Esse foi o único emprego que eu consegui para pagar o tratamento da minha avó. – revela.

Dulce: O que a sua avó tem? – preocupa-se.

Christopher: Câncer. – fita Dulce com seus olhos marejados. – Minha tia, que mora na Itália, mandava uma mesada para minha avó e minha mãe ajudava nas despesas de casa. Só que tia Sandra está passando por dificuldades e mamãe largou o trabalho para cuidar da vovó.

Dulce: Então você sustenta a casa e paga o tratamento da sua avó com esse trabalho. – deduz o resto da história e ele confirma. – Como consegue conciliar tudo isso com o San Martin?

Christopher: Eu tenho feito isso nos últimos dois meses. Trabalho de segunda a sexta-feira e as entregas ocorrem apenas no fim da noite. Ontem de tarde foi um extra. – conta. – Expliquei minha situação ao Otávio e ele me deu permissão para as saídas noturnas.

Dulce: Christopher, eu sinto muito. – aproxima-se do rapaz no sofá e segura a sua mão.

Christopher: Você já pode espalhar a fofoca por todo o colégio, eu não me importo mais. – solta a sua mão da dela. – Estou indo embora. – levanta rápido e sai do apartamento.

Dulce arqueja. Até quando tenta ser solidária com os outros, Christopher desconfia. Ela está preocupada de verdade com a dificuldade financeira da família paterna do seu filho e quer ajudar de alguma forma, mas o que poderia fazer? Pensa um pouco e logo tem uma ideia. Não é muito, mas já seria uma grande ação.

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