Fanfic: Grávida Aos 17 - Vondy | Tema: Rebelde

Manuela: Boa tarde, querida. – cumprimenta Dulce, que entra bocejando na cozinha. – São quatro horas da tarde já. O que te fez perder a noção do tempo hoje?

Dulce: Minha madrugada foi bastante agitada, vovó. – a mulher franze o cenho. – Primeiro tive um sonho maluco que confundiu ainda mais meus sentimentos. Segundo, meu 1º desejo bizarro na gravidez.

Manuela: Mesmo? – Dulce assente, fazendo uma careta. – Digamos que é a parte mais engraçada da gestação.

Dulce: O que tem de engraçado em comer um sanduíche de peito de peru, queijo e manga? – respira fundo. Só de lembrar da sua última refeição, ela sente uma forte ânsia.

Manuela: Deve ser mais agradável do que digerir pimenta pura. – Dulce esbugalha os olhos. – Foi isso que tive vontade de comer quando estava gestando o seu pai.

Dulce: O Christopher ainda teve que procurar manga na rua em plena madrugada porque não tinha nenhuma aqui. – Manuela ri. – Cinco minutos depois que terminei de comer o sanduíche, coloquei ele todo para fora.

Manuela: Então o desejo foi do bebê. – Dulce ergue a sobrancelha. – Dizem que quando uma grávida está com "desejo" e não vomita depois que come o que quer, é apenas um capricho dela. – explica.

Dulce: Mas se eu quisesse caprichar, tinha desejado um chocolate. – as duas gargalham.

Manuela: Querida, Fernando ligou essa manhã. Ele conseguiu fechar o negócio com a empresa que queria e está vindo lhe buscar neste fim de semana. – avisa à neta.

Dulce: Mas o fim de semana começa amanhã. – Manuela confirma com a cabeça.

Manuela: Eu não estou entendendo essa sua tristeza. – acaricia a bochecha da garota. – Sabia que as suas aulas começam na semana que vem e você nem queria estar aqui de verdade.

Dulce: Só porque sou urbana. – rebate. – Mas eu gostei de passar as férias aqui. Eu não sabia, mas estava mesmo precisando de paz e um colinho de avó. – abraça forte a mulher de fios grisalhos.

Manuela: Querida, você sabe onde me encontrar quando estiver precisando. – afaga as madeixas ruivas da neta, que treme o corpo. Quando escuta um fungar de nariz, Manuela se preocupa. – O que está acontecendo, Dulce?

Dulce: Eu não queria que as férias estivessem no fim. – murmura. – Os dias que passei aqui com a senhora e o Christopher foram perfeitos e estou triste porque está acabando. – solta-se do abraço da avó.

Manuela: Então todas essas lágrimas são apenas por esse motivo? – a encara com descrença.

Dulce: Vamos voltar para casa e o Christopher voltará para os braços da namorada. – fala cabisbaixa. – Ela é uma sonsa, mas o ama de verdade e sempre esteve ao seu lado quando ele precisou.

Manuela: Mas você foi a pessoa que tentou ajudar a avó do Christopher e foi ao seu lado que ele se recuperou dessa perda horrível. E onde ela estava esse tempo todo? – interroga. Dulce dá de ombros.

Dulce: Tenho que avisar ao Christopher que vamos embora. – enxuga os olhos com a palma das mãos. – Onde ele está?

Manuela: A caminhonete estava com um barulho irritante, então pedi para ele levar na oficina. – informa. – Vou tomar um banho para ir à Igreja, meu bem. – deposita um beijo na testa da neta e sai.

Dulce suspira e anda pelo cômodo. O momento de paz que vive com o Christopher está chegando ao fim. Ela não deveria ficar tão triste assim, sabia que era questão de tempo até as férias acabarem e ele correr para os braços da Belinda outra vez. O garoto só está ali por causa do filho deles, é óbvio.

Aproxima-se da janela da cozinha para tomar um ar fresco e se assusta com o que vê. Christopher está encostado na caminhonete de Manuela, enquanto Marian, com seu corpo grudado no do loiro, o beija com volúpia e paixão. Não, isso não pode estar acontecendo.

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