Fanfic: Grávida Aos 17 - Vondy | Tema: Rebelde

Emburrada, Dulce arruma suas malas. Quando Fernando a pediu para viajar, ela não gostou da ideia. Amava ir para a fazenda quando criança, mas toda a concepção de diversão foi esquecida após a morte do seu avô, a quem era bastante apegada. E agora se sente mal por ter que ir embora e deixar para trás sua avó e aquele lugar.

Miranda: Oi... – dá duas batidas na porta entreaberta do quarto de Dulce. – Alguém está precisando de ajuda? Sei arrumar uma mala como ninguém. – entra no cômodo.

Dulce: Aposto que sabe, perua. – sussurra, mas não baixo o suficiente para Miranda não ouvir. – Eu não preciso da sua ajuda para jogar minhas roupas na mala, sei fazer isso sozinha.

Miranda: Dulce, não somos amigas ou próximas porque você nunca me deu espaço para te conquistar. Mas eu não tenho nada contra você. – senta na cama e começa a dobrar uma blusa.

Dulce: Depois que a mamãe morreu, meu pai teve várias namoradas inconvenientes e superficiais. – revira os olhos. – E eu sempre aprontei para ele acabar com todas elas. – gargalha.

Miranda: Seu pai sempre foi galanteador. – balança a cabeça.

Dulce: Você foi a única namorada do meu pai que tinha algum conteúdo e que fazia os olhos dele brilharem forte novamente. – confessa. – Eu queria ficar feliz por ele, mas só conseguia pensar na mulher que estava tentando ocupar o lugar da minha mãe e roubar meu pai de mim.

Miranda: Casei com o Fernando ciente da vida que ele teve antes de mim. Eu sabia da ex-mulher e dos filhos e jamais quis me intrometer nessa parte da vida dele. – suspira. – Nunca quis roubar o lugar da sua mãe e acredito que Ana ficaria contente ao nos ver convivendo em paz.

Dulce: Tudo bem, Miranda. – senta ao lado da sua madrasta. – Uma trégua, só porque eu não consigo discutir com esse bebê sugando todas as minhas energias.

Miranda: Quero ajudar você durante a gestação e quando o bebê nascer também, Dulce. – encara a barriga da ruiva. – Posso? – Dulce franze o cenho, mas permite que a madrasta coloque a mão em seu ventre.

Dulce: O neném não pode sentir uma mão diferente o tocando que já quer se mostrar. – fala com um sorriso largo nos lábios quando sente o chute forte do seu filho.

Miranda: Eu senti inveja de você. – revela, deixando a garota surpresa. – Meu sonho sempre foi ser mãe. Quando eu tinha 21 anos, antes de conhecer o seu pai, eu engravidei. Mas fiz o amniocentese...

Dulce: O exame que eu fiz antes de viajar. – a interrompe. – O que aconteceu com o seu bebê? – assusta-se.

Miranda: Eu o perdi e não consegui engravidar novamente. – Dulce arregala os olhos. – Querida, isso não vai acontecer com você. Abortei horas depois do exame e o seu neném está firme aí.

Dulce: Chutando forte como um touro. – acaricia sua barriga, tentando se convencer da saúde do seu primogênito. – Por que sentiu inveja de mim? Sou uma colegial de 17 anos grávida.

Miranda: Senti inveja justamente por você estar grávida. – responde. – E senti raiva porque você rejeitava na minha frente tudo o que eu mais desejo, um filho. Dava tudo para estar no seu lugar.

Dulce: E eu dava tudo para não viver isso agora. – descansa os ombros. – Eu amo esse bebê, de verdade, mas ainda penso em tudo que eu vou colocar em segundo plano para tratá-lo como prioridade.

Miranda: Seu pai me contou sobre seu sonho de estudar moda em Londres. – Dulce abaixa a cabeça, cabisbaixa. – O bebê nasce em dezembro. Se nos programarmos, você consegue iniciar sua faculdade ano que vem mesmo.

Dulce: Um bebê de três meses e eu sozinhos em Londres? Isso não dará certo. – rindo, nega com a cabeça.

Miranda: Seu filho continuará aqui, Fernando e eu podemos cuidar dele enquanto você estiver na Inglaterra. – propõe. – Pensa direitinho nisso. – sorri de lado e sai do quarto.

Dulce: E onde fica o Christopher nessa história? – sussurra para si mesma.

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