Fanfic: Grávida Aos 17 - Vondy | Tema: Rebelde

Antes de abrir a porta do consultório, Dulce a encara e respira fundo. Não encontra e nem sabe se tem coragem para entrar naquela sala e escutar coisas que talvez podem ser ruins sobre o seu bebê. Neste exato momento, ela pôde conhecer a aflição que uma mãe sente pelo seu filho.

Assusta-se quando sente os dedos de Christopher entrelaçando os seus, mas relaxa segundos depois. Saber que ele está ao seu lado, disposto a segurar essa barra com ela, a deixa bem mais tranquila. Se seu mundo cair naquela sala, ele com certeza vai lhe amparar.

Maite: Bom dia, queridos. – os cumprimenta com um sorriso simpático em seu rosto. – Como foram as últimas semanas? Christopher, está cuidando bem da nossa futura mamãe?

Christopher: Eu tento, mas a Dulce não é uma pessoa fácil de lidar. – com essa fala, leva um beliscão em seguida. – E eu estou mentindo? – indaga, enquanto alisa a área da agressão.

Dulce: As minhas últimas semanas foram as mais tranquilas desde que engravidei, doutora. – suspira. – De novidade, tive uns desejos malucos e estou sentindo os chutes do bebê.

Maite: É ótimo saber que você relaxou nesses dias e eu não queria falar sobre isso agora, – abre a gaveta e tira um envelope de dentro. – mas é necessário sabermos o resultado do exame.

Dulce: Eu prefiro que seja antes do ultrassom mesmo. Seja qual for o resultado, escutar o coração e saber o sexo do meu bebê vai me acalmar depois. – aperta forte os dedos de Christopher.

Maite: Estou tão nervosa quanto vocês, essa situação nunca é fácil para mim. – rasga o envelope, abre o papel com o resultado e começa a ler os textos que só um médico pode entender.

Christopher: Está tudo bem com o nosso filho, doutora? – questiona, claramente angustiado.

Maite: Queridos, o desenvolvimento do neném de vocês está ótimo. Ele não apresenta nenhuma síndrome ou más-formações. – os jovens respiram aliviados. – Claro que as vitaminas e precauções que Dulce vinha tomando ajudaram bastante e eu peço que continue no mesmo ritmo.

Dulce: Eu vou continuar cuidando do meu filho. – mira Christopher e lhe dá um beijo apaixonado. – Agora que a tensão passou, estou louca para escutar e ver meu bebê.

Maite: Vista a bata que está no banheiro e nos espere na sala ao lado. – Dulce assente e entra em outro cômodo. – Christopher, eu os asseguro que o bebê de vocês está se desenvolvendo bem, mas isso não quer dizer que a situação não pode mudar. Cuide bem dela e do seu filho.

Christopher anseia pelo dia em que vai segurar seu filho no colo e protegê-lo do mundo, mas, no momento, quem protege o bebê é Dulce. Ela dá moradia, conforto e o alimenta, de mantimentos e sentimentos. Nesse instante, o garoto sente uma certa impotência em relação ao filho.

Mesmo tão novo, Christopher sempre teve o sonho de formar uma família. A relação que tinha com o seu pai era incrível, leve e despreocupada. Víctor lhe ensinou coisas e juntos viveram experiências que ele gostaria de futuramente repassar para o seu filho.

Mas, pela primeira vez em todos esses meses, está apreensivo. Sempre esteve feliz por saber que vai ser pai, mas nunca refletiu sobre qual tipo de pai ele poderá ser. Estava tão seguro de si, porém agora surgiu o medo de não conseguir proteger tão bem o seu filho ao nascer quanto Dulce o protege dentro do seu ventre.

Possivelmente Dulce se saia melhor do que ele, está tão forte e madura ultimamente. A menina teve apenas alguns meses para se preparar para a chegada do seu filho e está lidando bem com isso, mas Christopher sonhou em ser pai durante a vida inteira e agora parece desacreditar de si mesmo.

O que mais lhe dói é saber que pode vir a decepcionar Dulce e seu filho. Talvez nunca aprenda a trocar uma fralda ou preparar o leite da criança. Talvez se irrite com os choros de cólica e não ajude Dulce a contornar a situação. Talvez futuramente seja tão péssimo pai e companheiro que venha a perder os dois amores da sua vida, seu filho e Dulce.

Dulce: Christopher, você não vem? – seu chamado ecoa da outra sala. – Maite está prestes a começar. – faz silêncio e consegue escutar a porta batendo forte. – Christopher?

Maite: Dulce, acho que ele foi embora. – lamenta.

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