Fanfic: Streamer (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Anahi e Dulce

Acordei no dia seguinte com o despertador, eram 8h30min, Anahí ainda dormia, não quis acordá-la. A aula começava em meia hora, arrumei-me calmamente, Lisa não havia passado a noite no nosso quarto. Peguei meu material e fui à aula de história, seria o primeiro período.

Chegando à sala, pude ver que algumas pessoas olhando para minha boca, que mesmo eu passando maquiagem estava com o canto roxo e um pequeno corte. Sentei-me ao lado de Rose, uma menina gordinha que não ficava quieta. Péssima escolha. Mas por uma razão ela não puxou assunto, o que me deixou aliviada.

No segundo período teríamos física, em seguida dois de matemática e um de língua inglesa, por fim, teríamos laboratório de química.

A manhã correu rapidamente, na hora do almoço tentei ir ao dormitório ver como Anahí estava, mas uma das supervisoras me pegou a caminho.

Sempre gostei de química, e a professora Gwers era ótima. Ao bater para o fim do período todos saíram desesperados da aula. Peguei meus livros e fiz o mesmo, antes de ir ao dormitório, passei pela biblioteca, estava quase vazia. Tentei passar despercebida enquanto procurava pelas estantes o que queria. Assim que o achei fui para o canto mais vazio, e sentei-me em uma mesa. Estava concentrada, porém não encontrava o que queria no livro. Então escutei a cadeira em minha frente arredar-se, imediatamente fechei o livro, tentando tapá-lo. Olhei para frente e era a Sra. Gwers.

- Oi professora. –disse com um sorriso amarelo.

- Dulce. –ela sorriu, em seguida olhou para o livro em minhas mãos- Não acho que este livro vá ajudá-la.

Olhei-a, receosa.

- Você sabe o que procuro?

Ela afirmou com a cabeça.

- Sabe, desde o princípio não achava uma boa idéia colocar uma aluna nova no quarto de Anahí e Lisa, todos aqui sabem o que elas fazem. E pelo que vejo, você já sentiu isso na pele. –ela disse referindo-se a minha boca, e eu levei a mão sobre esta.

- Eu quero ajudá-la. –falei.

- Quem?

- Anahí. –disse em tom triste, duvidando da minha capacidade de conseguir.

Sra. Gwers respirou fundo. Ela era baixinha, sempre tinha os cabelos negros presos, deveria ter aproximadamente 50 anos.

- Admiro sua vontade Dulce. Mas você precisa saber a o que está se submetendo. –ela olhou para os lados- Vamos sair daqui.

Levantamo-nos da mesa, eu guardei o livro e em seguida fomos ao seu laboratório, que estava completamente vazio. Ela pegou um livro da estante que ficava no fundo em seguida sentou-se na mesa em minha frente.

- Eu trabalho aqui há cinco anos, Anahí entrou aqui fazem três juntamente com seu pai. Pelo que soube, sua mãe havia fugido com seu sócio. De início, era uma aluna muito compenetrada, vinha a todas as aulas, era muito quieta. Foi quando Lisa e Suzanna entraram no colégio há um ano.

McAdrey achou uma boa idéia colocar a filha no mesmo quarto que as meninas novas e então tentar fazer alguma amizade. Mas o que ninguém sabia era que elas eram usuárias de cocaína, Suzanna comprava de um sujeito que chamava de ‘tio’, e repassava para Lisa. Foi quando Anahí começou a faltar às aulas e quando vinha era agressiva com os professores e colegas.

Ninguém sabia o que haveria acontecido com ela, até que a faxineira achou a droga no quarto delas. Desde então elas freqüentaram o psicólogo do colégio, mas na minha opinião de nada adiantou. Há três semanas Suzanna foi expulsa, pois descobriram que era ela quem conseguia a droga. Lisa também seria, porém pelo que ouvi seus pais vieram aqui e ofereceram uma grande quantia para que ficasse. Quanto a Anahí, a diretora conversou seriamente com McAdrey, acredito que seja sua última chance de ficar aqui.

Meus olhos se arregalaram ao ouvir isso, fiquei assustada com a idéia. Gwers respirou fundo, abriu o livro e por algum tempo procurou no sumário o que queria.

- “Os efeitos da cocaína devem-se à estimulação dos sistemas simpático e dopaminérgicos diretamente. A cocaína causa danos cerebrais microscópicos significativos com cada dose. Com o início do consumo regular os danos tornam-se irreversíveis.” –ela fez uma pausa, eu não escondia o medo do que iria ouvir em minha expressão- “Os seus efeitos imediatos duram 30-40 minutos. Entre os efeitos descritos da droga no sistema nervoso central estão: Euforia, sensação de poder, ausência de medo e ansiedade, agressividade, excitação física, mental e sexual, perda do apetite, insônias, delírios, aumento da força e freqüência cardíacas, palpitações (sensação do coração a bater rápido contra o peito), hipertensão arterial, vasoconstrição, além de urgência de urinação, tremores, midríase: dilatação da pupila, hiperglicemia, saliva grossa.”

Ao dizer isso, imagens de quando vi Anahí drogada passaram em minha cabeça, e muitos dos efeitos descritos eu lembrava de ter percebido nela.

- “Com o tempo,” –ela continuou- “as doses normalmente utilizadas pelo usuário não provocarão mais a mesma sensação, o que o fará aumentar a quantidade de cocaína inalada, ingerida ou injetada. O uso provoca depressão (muitas vezes profunda), disforia (ansiedade e mal estar), deterioração das funções motoras, elevada perda da capacidade de aprendizagem, com perda de comportamentos aprendidos. Quando ingerida em altas doses, o usuário pode ter convulsões e depressão neuronal, também podem ocorrer alucinações, paranóia (geralmente reversível), taquicardia, e até mesmo coma e então...” –ela me olhou- “levar a morte.”

Ao escutar a última palavra meu corpo ficou rígido, a professora percebeu o medo que eu sentia.

- Dulce, está comprovado que o vício pela cocaína é muito mais psicológico do que físico, por tanto você precisa certificar-se que ela vá ao psicólogo constantemente e tenha uma consulta na médica. Quando a usuária quer mudar, tudo fica menos difícil, ela só precisa de alguém do lado dela...

- Entendo. –disse pensativa- Obrigada, de verdade, muito obrigada.

Bom final de semana minhas queridas ;**