Fanfic: Streamer (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Anahi e Dulce

Dulce

Sai do banho e Anahí andava pelo quarto impacientemente, ela me olhou espantada. Suas olheiras estavam evidentes, podia ver que suava, não conseguia acalmar-se.

- Any... –aproximei-me dela- você deveria ir ao psicólogo, no médico, assim será menos difícil para você.

Ela respirou fundo.

- Você tem razão, -disse pensativa- hoje no fim de tarde vou no psicólogo.

Eu me vestia enquanto isso. Então a olhei.

- Você quer que eu lhe acompanhe?

- Não. –respondeu rapidamente.

Sorri como resposta. Terminei de me vestir, colocando meu casaco mais quente, ela me olhava, peguei o seu casaco, dando-lhe e em seguida pegando sua mão.

- Vamos, quero que vá a um lugar comigo.

Saímos do quarto, tranquei a porta e fomos descendo longas escadas até o jardim de inverno. Tinham algumas meninas lá, muitas observavam Anahí, que tentava se esconder em seu casaco, percebendo seu constrangimento, coloquei um de meus braços em seu ombro, aproximando nossos corpos, o que fez meu corpo se aquecer em segundos pela onda de calor que provocou. Sentamos em um banco isolado, uma em frente à outra, as meninas que antes a encaravam agora mal nos enxergavam.

- Adoro este lugar. –eu disse, observando as árvores a nossa volta.

- Eu costumava vir aqui, -disse enquanto mexia em uma folha seca que estava sobre o banco- antes de conhecer Suzanna e Lisa.

Ela desviou o olhar para cima, pude ver que seus olhos ficavam úmidos. Então pegou a folha em que mexia e amassou em suas mãos. Senti o quanto doía nela a mudança que Lisa e Suzanna haviam provocado. Senti meu coração doer por um momento. Peguei em sua mão, ela então aproximou nossos corpos envolvendo-nos em um abraço.

Seus braços seguravam com força em minha cintura, pude ouvir seu choro abafado em meu pescoço, acariciei seus cabelos, tentando não chorar junto. Após um longo tempo, nos desvencilhamos, permaneci segurando uma de suas mãos, e com a outra, limpei seu rosto das lágrimas. Ela então sorriu constrangida.

- Desculpe. –disse.

- Não há porque desculpar-se. –falei olhando seu rosto com ternura, ela então ficou me olhando nos olhos, sua expressão mudou. Ela soltou minha mão, afastando nossos corpos.

Olhei em seus olhos, não entendendo sua atitude, ou entendendo. Ela olhou em seu relógio.

- Já está na hora de ver o psicólogo. –ela disse levantando-se.

Eu permaneci quieta. Apesar de que ela havia dito que a consulta seria no fim do dia, fiquei confusa com seu olhar, fiquei inquieta com seu toque. Anahí afastou-se em passos rápidos e eu apenas a observei até entrar no prédio. A partir de então fiquei nervosa, fui até o piano, onde fiquei tocando por muito tempo. Porém não consegui relaxar como de costume, havia algo em minha cabeça que me impediu, Anahí. Foi então que bateram na porta, meu coração acelerou pensando quem seria, mas a decepção inundou meu rosto ao ver McAdrey, que colocou a cabeça para fora, me olhava temeroso.

- Dulce, sua mãe esta no telefone querendo falar com você.

Olhei-o com raiva, levantei do banco passando por ele sem dizer-lhe nada. Fui até a recepção onde o telefone me esperava.

- Oi mãe.

- Dulce! Tudo bem meu amor? Como estão as coisas ai? –ela dizia desesperada.

- Oi filha! –meu pai acompanhava a conversa de outro telefone- Estamos morrendo de saudades.

Eu ri da euforia deles, até então não havia percebido que podia sentir falta dos meus pais.

- Também sinto saudades. Está tudo bem, e ai?

- Estamos bem também. –meu pai respondeu.

- Como são suas colegas? –minha mãe perguntou- Fez muitas amigas?

Eu ri nervosa.

- Er... Fiz umas amigas sim.

- Que ótimo meu amor! –ela respondeu.

Foi então que eu olhei no relógio, eram 19h.

- Mãe, pai, tenho que ir agora fazer lição para amanhã. Prometo ligar quando puder.

- Óh, que amor! –minha mãe disse.

- Está bem querida, te amamos muito.

- Também amo vocês. –falei.

- Um beijo meu amor!

Desliguei o telefone, McAdrey estava na minha frente, arrumando alguma papelada, não havia olhando para mim enquanto falava no telefone.

- Onde fica a sala do psicólogo? –perguntei friamente.

Ele me olhou, mirando especificamente a marca em minha boca.

- McAdrey. –chamei sua atenção.

- Na ala A, terceira porta à direita.

Sai sem agradecer, dirigindo-me à sala. Muitas alunas passavam por mim em direção ao refeitório, pois a janta começava a ser servida. Ao chegar na sala, Sr. Richard, o psicólogo, trancava a porta.

- Olá. –disse aproximando-me, ele me olhou estranhando.

- Desculpe, mas agora estou fechando.

- Não, eu não vim para me consultar. Queria saber se Anahí já saiu, pelo visto sim, obrigada mesmo assim. –eu ia me virando em direção ao quarto.

- Anahí Portilla McAdrey?

Olhei novamente para ele.

- Sim.

- Mas eu não a atendi hoje, acho que houve algum engano. Mas se você a ver diga para vir a minha sala amanhã. –ele saiu dando dois tapinhas em meu ombro.

Fiquei estática. Por que Anahí havia mentido pra mim?

Senti o sangue correr por minhas veias e meu rosto ficar vermelho ao imaginar a resposta.

E agora, o que será que Anahi aprontou?! D: