Fanfic: Streamer (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Anahi e Dulce

Dulce

Saí do quarto em passos rápidos, quanto mais tempo ficasse ali, provavelmente pior seria depois. Que dor, que dor, que dor horrível deixá-la. Dirigi-me até o hall, onde meus pais esperavam. Os papéis estavam todos assinados, eu seria transferida. Ao chegar lá, eles me olharam espantados.

- O que houve, meu amor? –minha mãe aproximou-se de mim.

- Você está bem? –perguntou meu pai.

- Eu vou ficar. –falei.

- O que? –minha mãe perguntou sem entender.

- Eu quero ficar aqui.

- Querida, e-eu não entendo. Primeiro você nos liga desesperada pedindo para que tirássemos você daqui, e agora... –meu pai disse.

- Agora não há volta. –minha mãe disse decidida, pegando minha mala de minhas mãos.

- Por favor, por favor. –disse novamente desabando em lágrimas.

Eles se olharam. Meu pai pediu que minha mãe se acalmasse.

- Eu não acredito. –ela disse impaciente, colocando minha mala novamente ao meu lado- Você nos fez de palhaços Dulce. O que você está pensando?

- Obrigada. –foi o que consegui dizer, indo em direção a eles e abraçando-os.

Nada foi dito por algum tempo, meus pais se renderam a minha gratidão. Senti um alívio percorrer meu corpo, estaria do lado dela, como havia dito que faria. Eu estaria do lado de Anahí.

Meus pais despediram-se de mim carinhosamente, parecia que a distância havia nos aproximado.

Peguei novamente minha mala, retornando ao meu quarto em passos rápidos, meu coração batia acelerado. Ao entrar, Anahí não estava mais ali, larguei minha mala, saindo do quarto para procurá-la, sentir seu abraço, ouvir sua voz, estremecer em seus lábios. Dirigi-me até seu quarto, tentei abrir a porta, mas estava trancada, então bati, esperando que estivesse ali.

- Any? –disse.

Esperei até me convencer que não estava ali. Mas onde poderia estar? Eu estava nervosa, precisava vê-la. Foi então que me ocorreu onde estaria, desta vez fui correndo, tinha certeza que a encontraria lá, passei correndo pelo hall, virando para o primeiro corredor à esquerda, fui até o fim, abri a última porta. Anahí estava sentada no banco virada para o piano, ao entrar levou um susto, olhando para a porta. Nossos olhares se cruzaram, seus olhos estavam vermelhos.

- Dulce. –ela se levantou vindo em passos rápidos até mim e abraçando-me.

Eu abracei-a de volta.

- Eu vou ficar. –disse- Eu vou ficar.

Pude ouvi-la respirando aliviada, rindo nervosa. Olhei-a nos olhos, impulsivamente procurei seus lábios, dando-lhe selinhos, em seguida abraçando-a novamente.

Nós ficamos ali por um tempo, em meio a carícias e beijos, pouco antes do sinal tocar indicando que começaria o último período, nós fomos em passos cuidadosos até seu quarto, temendo que pudessem nos ver na sala do piano.

Anahí abriu a porta com uma das mãos, e com a outra segurava a minha. Assim que entramos no quarto puxou meu corpo contra o seu, fechando a porta com seu pé. Olhamo-nos e ela sorriu, mordeu seu lábio inferior, olhando para minha boca, aproximei nossos rostos, roçando meus lábios nos seus, ela então selou sua boca na minha, conduzindo-me até os pés de sua cama.

Separamo-nos então, sentei-me em sua cama, enquanto ela permaneceu de pé, dirigiu-se até sua cômoda, abrindo a gaveta e pegando algo, com sua mão fechada, ela sentou-se ao meu lado. Olhei para sua mão, ela então a abriu. Havia um saquinho com cocaína, eu a olhei sem entender, ela encontrou meus olhos.

- Isso é tudo o que restou, -ela respirou fundo, levantando-se- quero que veja algo.

Ela sorriu sutilmente, levantei-me sem saber o que esperar, foi até o banheiro abrindo a tampa da privada. Sorri, entendendo sua intenção. Ela me olhou, podia ver em seus olhos que não queria mais usar cocaína, podia sentir. Mas... por que o medo ainda persistia?

Ela nunca havia me explicado porque precisava daquilo, havia algo em Anahí que doía, provavelmente sua mãe ter a deixado e seu pai ser um estúpido. Continuava olhando receosa para sua mão, ela também desviou o olhar para essa, virando-a rapidamente, deixando o pó cair na privada e imediatamente pressionando o botão da descarga.

Aquilo instantaneamente me fez sorrir, até mesmo rir, estava aliviada. Anahí me olhou com um sorriso nos lábios, seu olhar era incrédulo, realmente tinha feito aquilo, ela riu comigo, abraçando-me impulsivamente.

Foi o começo.