Fanfic: Streamer (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Anahi e Dulce

ANAHI

Saímos do consultório, Dulce me ajudava a carregar tudo o que Allison havia me dado. Em passos rápidos fomos até meu quarto para deixar as coisas, então eu seguiria para o consulta com Richard e ela para a biblioteca estudar.

Fechei a porta do quarto assim que saímos dele.

- Bom, vou para a consulta agora. –falei.

- Eu te acompanho até a sala do Richard. –Dulce disse imediatamente.

- Não precisa Dul, pode ir lá estudar.

- Eu posso ficar mais tempo revendo a matéria depois.

Percebi que ela me olhava de uma maneira estranha, foi então que lembrei, a última vez que ela me viu drogada, a despistei dizendo que iria consultar com Richard. Desviei meu olhar para o lado.

- Você não confia em mim, não é? –falei desconsolada.

- Não é isso Any...

- Tudo bem, -a interrompi- não posso te culpar, tenho o que mereço. – É, vou lá, se quiser me acompanhar... –disse sem a olhar nos olhos, apesar de não ter razão, aquilo havia me magoado.

Virei meu corpo e em passos apressados passei a andar dirigindo-me à sala do psicólogo. Olhava em direção aos meus pés, sentia uma angústia tão grande.

- Anahí, pára. –Dulce correu até mim segurando meu braço, fazendo-me olhar para ela- Poxa, não era isso que eu queria dizer. Eu te amo, droga. Eu te amo.

- Ama? –perguntei atônita, boba, não sei como descrever.

- Amo. E não é que não confie em você, eu me preocupo, eu cuido.

Seu olhar era sincero, me pegou de surpresa, me mostrando algo que apesar de ter estado em minha frente de um tempo para cá, eu ainda não havia percebido. A angústia passou, dando espaço a outro sentimento e no meu rosto um breve sorriso surgiu, levei minha mão até sua face, sutilmente a acariciando com meu polegar.

- Eu também te amo –meu coração era rápido, falei em um impulso que não consegui nem ao menos assimilar as palavras, tentei me acalmar rapidamente- é, eu te amo.

Disse dessa vez mais calma, expondo com todo meu coração o que sentia nessa pequena frase, mas tão, tão cheia de significados. Ignorei as poucas meninas que passavam por ali, aproximando meu rosto do de Dulce e selando seus lábios rapidamente. Ela sorriu envergonhada, em seguida olhou para os lados.

- Você está louca? –suas bochechas tornavam-se da cor do seu cabelo, e mantinha um sorriso no rosto.

Olhei para as meninas que passavam por ali, por um momento senti vergonha, mas não me importei muito.

- Dane-se. –falei com um sorriso no rosto também, dando os ombros- Vamos? –estendi minha mão para ela.

- Não, tudo bem, eu vou para a biblioteca. –em seguida que falou isso rimos ao perceber que nos contradizíamos.

- Não, eu faço questão que me acompanhe.

Dulce mais uma vez riu, então entrelaçamos nossas mãos e caminhamos calmamente até o consultório. Parecíamos duas adolescentes que recém haviam descoberto o amor, bobas, apaixonadas... E era o que éramos.

Ela me deixou na porta, onde Richard rapidamente me recepcionou.

- Anahí, entre, por favor. –disse dando passagem.

- Olá Richard.

- Sente-se. –apontou para o sofá enquanto ele se sentava em sua cadeira.

Acomodei-me, ele então pegou a minha ficha.

- Por que não veio ontem, aliás, nem antes de ontem?

- Ah, me desculpe, é que... Surgiu um imprevisto.

- Mas você não pode dar espaços a imprevistos Anahí.

- Não irá mais acontecer.

Ele apenas assentiu, começamos a conversar. Primeiro contei sobre a consulta com Allison e o que havia me dito. Ele perguntou que imprevisto surgiu nos dias anteriores, então eu disse que havia conversado com Dulce, e havia lhe pedido desculpas, e que nós estávamos mais próximas, só não especifiquei o quão próximas. Ele pediu que eu falasse mais sobre Dulce.

- Foi ela quem lhe fez mudar? –perguntou.

-... Foi ela quem me fez perceber que eu queria mudar, que eu podia mudar.

- Por ela?

- Não. Por mim.

Menti, a resposta seria “por nós”, mas eu não podia confiar tanto em alguém que trabalha na escola, então acabei por mudar de assunto.

Conversávamos sobre assuntos diversificados, quando de repente leves batidas na porta nos interromperam.

- Com licença –Richard levantou, dirigindo-se até a porta, a abriu, mas ainda assim não pude ver quem era- Posso ajudá-lo?

A pessoa por trás da porta respondeu, então reconheci a voz.

- Anahí –Richard virou-se para mim- Seu pai pode participar da consulta?

Eu ri incrédula, ironicamente.

- Ele não é meu pai.

Richard voltou-se novamente para meu pai, ainda não podia vê-lo, nem queria. Então fechou a porta. Voltou a sentar-se em sua cadeira e demos continuidade à conversa, que a partir de então tornou-se muito mais seca. Por que McAdrey precisava de alguém entre nós para conversar? Eu quem devia querer isso para evitar que ele me batesse. Idiota, ignorante, ele sequer merecia meu ódio, mas era impossível não odiá-lo. A consulta não rendeu mais nada, Richard percebeu minha reação à tentativa de aproximação daquele sujeito que se diz meu pai, então quando completou uma hora de consulta ele disse que eu poderia sair.