Fanfic: Streamer (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Anahi e Dulce

Na manhã seguinte acordei eram quase 10h, já estava no segundo período. Estava muito frio, mas o aquecedor o amenizava. Nossos corpos nus permaneciam colados, olhei para Dulce dormindo calmamente, coloquei a mecha de seu cabelo que cobria seu rosto para trás para poder ver melhor seu rosto, seus traços perdidos em algum lugar no meio de seus sonhos, ela então começou a se mexer, distanciei nossos corpos um pouco, e ela lentamente abriu os olhos e quando conseguiu ver nitidamente meu rosto abriu um sorriso, e eu o retribui.

- Bom dia. –falou.

- Bom dia.

Ela então voltou a fechar os olhos e aproximou nossos corpos, envolvendo seus braços em minhas costas.

Ficamos em silêncio por um momento, sequer escutava a respiração de Dulce, até que um grande suspiro invadiu seus pulmões, ela desvencilhou nossos corpos levemente, me olhando nos olhos, tinha um brilho no olhar, selou meus lábios sutilmente por um tempo, ao separarmos nossas bocas continuamos com os rostos colados, acariciei seu nariz no meu ainda com os olhos fechados.

- Eu te amo tanto. –sussurrou com a voz meio rouca.

Eu abri meus olhos distanciando nossos rostos, esperei que abrisse os seus também.

- Eu também te amo, muito.

E acho que nunca cansaria de dizer aquilo.

Nós ficamos deitadas até o momento em que decidimos que deveríamos levantar para não perdermos o terceiro período. Dulce foi a primeira a entrar no banheiro, enquanto eu permaneci deitada aquecida pelos cobertores. O lençol tinha seu cheiro, o que fez com que o enrolasse mais em meu corpo. Ela saiu do banheiro enrolada em um hobby, eu levantei da cama dirigindo-me à esse, entrei e então logo liguei o chuveiro, e então fui escovar meus dentes, sabendo que a água demoraria a esquentar.

Quando entrei no Box, senti a água quente encostar em meu corpo, o vapor invadia o banheiro todo, fechei meus olhos deixando que a água escorresse desde meus cabelos até meus pés, respirava com calma, aproveitando aquele momento, então senti algo não tão quente encostando em meus braços, não era a água que havia mudado a temperatura. Senti seus lábios encostando em meu ombro e seu corpo seco em minhas costas molhadas. Virei meu corpo lentamente dando espaço para que ela entrasse sob a água também. Dulce colocou suas mãos em minha cintura e eu colei nossos corpos colocando minhas mãos em sua nuca, encontrei seus lábios que traziam quase a mesma, porém melhor, sensação que aquela água quente e relaxante que agora escorriam nos nossos corpos. Envolvemo-nos em um longo e profundo beijo, ao nos separarmos peguei o sabonete e lentamente o passei pelo seu corpo, espalhando-o cuidadosamente com minha outra mão, senti seu arrepio enquanto percorri suas costas até sua nuca, ela apenas deixou seu corpo relaxar aos meus toques, nada foi dito. Apenas o barulho da água caindo era escutado. Passei o sabonete por sua barriga cobrindo-a com selinhos, subi o toque aos seus seios, onde meus selinhos se tornaram beijos, seu corpo enrijeceu, suas mãos foram parar em minhas costas e percorreram até minhas coxas, puxou meu corpo para mais próximo do seu enquanto passei a subir meus beijos pelo seu pescoço até seus lábios. Sem ao menos olhar tentei colocar o sabonete em seu suporte, porém deve ter caído, pois fazia isso enquanto meu beijo com Dulce se intensificava. Conduzi-a até a parede do Box, ainda beijando-a, suas mãos pararam em meus seios onde apertava levemente, uma das minhas mãos percorreu seu corpo até sua coxa, puxei-a a levantando e a apoiando em minha cintura, minha perna encostava e pressionava sua intimidade.

Nós novamente fizemos amor.

E sentada ali no azulejo molhado com ela ofegante ao meu lado sentia como se nada mais existisse para mim. Sentia com se, o mundo todo agora se resumisse em apenas uma palavra: Dulce.

Obviamente não conseguimos chegar no terceiro período, fomos direto ao refeitório, onde o começava o horário do almoço, servimo-nos e sentamos em uma mesa vaga, eu estava faminta, pelo visto Dulce também. Logo outras meninas começaram a chegar, Natalie, Amy, Rachel e Kate uniram-se a nós na mesa.

- Olá meninas. –Rachel disse sentando-se sorridente.

- Oi. –respondi retribuindo o sorriso.

Sorriso o qual permaneceu em minha face por um bom tempo, meu olhar era perdido, bobo, tenho certeza que Amy percebeu, ela não desgrudava os olhos de mim.

- Por que não foram à aula hoje? –Natalie perguntou ingênua.

- Porque... –Dulce olhou para Natalie, em seguida desviando o olhar para mim, passou a mão em seus cabelos, confusa- Por quê?

- Hãn? A aula... Bom, -olhava para os lados procurando alguma resposta, nada, percebi que àquela altura não convenceria mais ninguém com desculpas- Porque nós não estávamos muito dispostas.

Elas nos olharam atônitas, na verdade mais para Dulce, não era uma atitude que esperariam dela, já de mim...

- Eu não estava me sentindo muito bem. –Dulce completou ao perceber a reação das meninas, que estúpida eu havia sido- E a Any ficou no quarto para me ajudar, estava com ânsias e dores de cabeça.

Apenas concordei.

- Você está melhor agora? –Amy perguntou, em seguida olhando para o prato que Dulce ainda não havia terminado de comer: cheio.

Para alguém que estava com dores e ânsias de manhã estar com fome no almoço, ou estava com alguma doença ou algo estava errado.

- Sim, sim, cólicas, vocês sabem como é. –Dulce respondeu com um sorriso amarelo.

As meninas concordaram, algumas fazendo uma expressão de dor imaginando-se na situação de Dulce. Kate começou a contar sobre suas cólicas infernais, que isso era de família, afinal sua mãe sempre sentiu, sua avó sentia muita também; e esse foi o assunto durante o almoço.

Sabe, elas eram meninas legais, bestas, mas legais.

Nós entramos para a aula de biologia, era a única em que todas realmente se calavam, aqueles nomes em latim, aquelas espécies das quais nunca vimos, com certeza era a matéria mais difícil e ninguém ousava a interromper a aula.

Desta vez os assuntos da aula começavam a fazer um pouco mais sentido para mim, já que havia estudado no dia anterior com Dulce e as meninas. Fiz muitas anotações em meu caderno sobre a explicação, claro que eu ainda tinha muitas dúvidas, e muito do que a professora dizia não fazia o menor sentido, mas eu não queria perguntar nada, afinal, estava muito atrasada no conteúdo e minhas perguntas seriam estúpidas. Segurei-me até boa parte da aula, então ergui meu braço a espera de que a professora me desse licença para falar. Ergui meu braço, mas não muito alto, um pouco escondido, talvez esperando que a professora não visse e então eu não perguntasse, assim meu medo não seria culpado e sim sua falta de atenção.

- Sim Anahí?

Senti alguns olhares em mim, mas mantive meus olhos na professora.

- Então quer dizer que – no processo de osmose o líquido passa de um lugar mais concentrado para um lugar menos concentrado?

Permaneci imóvel, até que escutei um riso abafado seguido por cochichos, não quis virar para ver quem os faziam. Idiota, idiota, eu sabia que isso iria acontecer, por que fui abrir minha maldita boca? A professora permaneceu parada olhando para as meninas, enquanto senti o olhar de Dulce em mim, mas eu não queria nenhum tipo de protecionismo, ela sabia disso, permaneceu parada. Agora somente uma menina não se controlava e continuava a rir, Dulce virou o corpo, droga, ela não sabia não, eu não queria parecer mais fraca ainda a ponto de precisar de alguém para me proteger. Ficou olhando-a.

- Deixa Dulce, esquece. –olhei-a tentando me conformar.

- Não vou deixar não Anahí. –respondeu sem tirar os olhos das meninas que agora estavam mudas- Qual é o problema de vocês? –indagou-as em tom alto.

A sala permaneceu em silêncio, sem resposta, Dulce virou-se novamente para o quadro.

- Na verdade, Anahí –a professora falou- foi importante você perguntar isso, muitas meninas erram. A osmose é o processo contrário: o líquido passa do meio menos concentrado para o mais concentrado.

Apenas assenti, tentando retomar a concentração e fazendo mais anotações no caderno.

Ao sinalizar para o fim do período todas meninas levantaram-se e foram para o corredor conversar com meninas das outras turmas, permaneci sentada, na verdade não sabia se estava mais brava por aquelas meninas terem rido da minha cara, ou por Dulce ter me defendido. Apoiei meu rosto com uma das mãos, olhando para o lado oposto ao de Dulce.

- O que houve Any?-Dulce perguntou- Você está assim por causa daquelas meninas?

Eu tentei ignorar, ela não insistiu, porém permaneceu ali, então a olhei.

- Você não precisava me defender Dulce. –disse com um tom impaciente- Não vê que quanto mais me defende mais elas vão achar que podem rir da minha cara?

Ela permaneceu me olhando sem entender.

- Any, elas estavam debochando de você e eu não conseguiria ficar quieta. –respondeu no mesmo tom de voz que eu falava.

Eu não queria discutir com Dulce. Entendia o lado dela, se a situação fosse inversa faria a mesma coisa, talvez até mais. Ficamos quietas.

- Desculpe. –ela disse mais calma.

- Não foi sua culpa, tudo bem. –respondi cedendo, passei minha mão por seu rosto, meu olhar permaneceu triste.

Ela pegou minha mão que acariciava seu rosto e selou seus lábios de leve.

- Te amo. –sussurrei.

- Bom dia turma! –a professora de literatura entrava na sala e colocava seus materiais sobre a mesa.

Dulce e eu permanecemos na mesma posição.

- Eu também. –respondeu- Te amo.

No fim da aula Dul e eu fomos para o nosso quarto, onde ficamos até Rachel aparecer avisando que elas estavam indo para a biblioteca estudar, Dulce as acompanhou, enquanto eu fui para a consulta com Richard.

- Olá Anahí, como você está? –perguntou sorridente sentando-se em sua cadeira.

- Estou bem, -respondi com um sorriso- e você?

Ele riu.

- Bem também. Você parece mais alegre que há alguns dias, algum motivo em especial?

Sim, eu fiz sexo (na verdade prefiro chamar de amor) com Dulce.

- Não.

- Hum. –respondeu não muito convencido- Me conte do seu dia hoje.

Bom, primeiro eu acordei atrasada e fui para o banho, lá fiz novamente amor com Dulce, depois cheguei à aula no horário do almoço e Dul e eu mentimos para as meninas dizendo que ela passava mal por isso nos atrasamos, isso.

Ok, vou parar com isso.

- Fui à aula, onde comecei a prestar mais atenção, principalmente em biologia, que vou muito mal. – Ao fazer uma pergunta algumas meninas debocharam de mim e Dulce me defendeu.

- Você ficou mais brava com Dulce ou as meninas?

Eu o olhei espantada por ele saber que eu havia ficado brava com Dul, Richard permaneceu calmo.

- Não sei. Eu não queria que ela me defendesse sabe? Eu não sou fraca ou impotente para precisar disso, por outro lado a entendo, e até fico feliz.

- Ela se importa com você.

- É. –olhei-o nos olhos- Na verdade eu nunca achei que alguém se importaria comigo desde quando minha mãe foi embora. Sentia-me uma inútil, incapaz. Sentia que se eu tivesse feito algo de diferente ela não teria partido, sabe?

Ele assentiu, parecia prestar mais atenção no que eu falava.

- Sempre soube que não era minha culpa, -senti meus olhos ficando úmidos junto com a minha voz embargada- Mas, o que mais eu poderia ter feito para que não fosse embora?

Droga, eu não devia ter tocado naquele assunto, era muito dolorido para se falar, que dor horrível. Desviei meu olhar enquanto senti uma lágrima escorrer, a qual rapidamente foi limpa por mim.

- E foi Dulce quem me mostrou porque eu ainda poderia me reerguer. Dulce foi o porquê. –voltei a olhar para ele, por fim sorrindo em meio a algumas lágrimas nos olhos.