Fanfic: Streamer (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Anahi e Dulce

Uma semana se passou desde que cheguei em Saint-Monique, ainda não me enquadrei a rotina, todo momento que tenho livre vou tocar piano, ou fico até mais tarde nas aulas fazendo dever, afinal, não há muito o que fazer por aqui. Um dia desses descobri o jardim de inverno, onde seguidamente tenho ido para ler, porém com o frio agravando-se cada dia, não acho que vou poder fazer isso por muito tempo.

Era quinta-feira, fiquei até as 17h fazendo deveres na aula de química, a professora, Sra. Gwers parecia realmente gostar de mim.

Passei pela sala da direção a caminho do meu quarto, percebi pelo vidro que a diretora conversava seriamente com Sr. McAdrey, porém não dei atenção a isso. Fui em direção ao quarto, e ao tentar abrir a porta, estava trancada, então bati a espera de que abrissem. Após vários minutos, eu já estava impaciente, Anahí abriu a porta, ficou passando sua mão sobre seu nariz, fungando, escorou-se me olhando apática.

- O que você quer? –disse agressivamente.

- Eu só vim largar minhas coisas. –falei surpresa, entrando no quarto.

Ela fechou a porta e ficou me olhando de longe. Lisa não estava no quarto. Anahí soltou uma gargalhada, olhei-a surpresa.

- Você se acha muito inteligente não é?

- Como assim?

Anahí e eu nunca nos falamos muito, só sei que o que perturbava ela e Lisa no início da semana, não perturbava mais. Acho que deram um jeito, como diziam que iriam.

- Chega aqui, se achando toda gostosinha –ela continuava a passar a mão sobre o nariz- acha que vai ficar por muito tempo? –ela se aproximou de mim segurando meus braços- Mas não vai.

Foi então que vi o pó branco em seu nariz, já devia ter suspeitado.

- Me solta! –eu a empurrei para longe em direção a sua cama, o que a provocou uma gargalhada- Qual é o seu problema? –olhava-a incrédula.

Ela ficou quieta, sua expressão logo mudou, sentou-se em sua cama, seus olhos ficaram tristes enquanto olhava pela janela. Minha raiva então diminuiu, fiquei a olhando sem entender.

Aproximei-me, sentando-me próxima a ela. Não sabia exatamente o que ela tinha, mas me importava com o que sentia, desde o dia em que cheguei, seu olhar era... diferente, profundo. Olhava diretamente em seus olhos enquanto se inundavam, senti meus olhos marejarem também. Peguei o saquinho de pó branco que estava em sua cama fechado.

- Por que você precisa disso, Anahí? –segurava o saquinho em sua frente, ela rapidamente o arrancou de minha mão.

- Você não entenderia. – a lágrima teimosa em seus olhos finalmente escorreu, enquanto segurava com força o saquinho agora em suas mãos trêmulas.

Eu respirei fundo, ainda a olhando, mas ela ainda não queria encontrar meus olhos.

Levantei-me de sua cama, então bateram na porta do quarto. Olhamo-nos assustadas, e permanecemos em silêncio. As batidas se repetiram mais rápidas, impacientes.

- Anahí, abra logo essa porta! –uma voz grossa parecia brava do lado de fora- Abra logo essa porta!

- Meu pai! –Anahí me disse em tom baixo- Merda!

Ela começou a esconder a cocaína dentro da cômoda que ficava ao lado de sua cama desesperadamente, enquanto eu olhava sem saber o que fazer, foi quando ouvimos a fechadura sendo destrancada, corri até a porta e quando foi aberta, Sr. McAdrey entrou furioso, batendo a porta com força e tirando-me de seu caminho, seu rosto estava vermelho.

Ele era pai de Anahí.