Fanfics Brasil - Capítulo 41 Streamer (AyD)

Fanfic: Streamer (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Anahi e Dulce


Capítulo: Capítulo 41

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Sexta-feira, o dia do passeio.


Que alívio.


Não agüentava mais ficar pressa por paredes de pedra. Naquele labirinto horrível, despertador dos nossos monstros, silenciador dos nossos sonhos.


 


Talvez eu tenha ficado louca.


 


Dois ônibus esperavam estacionados em frente ao colégio, o sol brilhava timidamente atrás de algumas nuvens, todas as meninas saiam do prédio eufóricas. Uma temporária Carta de Alforria.


Eu entrei no ônibus, estava quase cheio, olhei para alguns rostos, na verdade eu a procurava. Ela não estava ali.


Natalie sorriu para mim e fez um gesto com a mão para que eu sentasse no lugar vago ao seu lado. Atrás dela estavam Rachel e Kate.


O motorista fechou a porta e deu a partida. No ônibus as meninas falavam agitadas, mais que o ambiente permitia. Procurei Anahí em mais alguns rostos, cabelos, vozes. Ela não estava ali. Pelo menos não naquele ônibus.


O que aconteceria quando nossos olhares se encontrassem?


Não a vejo desde nossa briga e só a idéia de vê-la novamente me da um frio na barriga.


Com o passar de alguns minutos as vozes foram diminuindo, fiquei observando a paisagem pela janela, a última vez que a vi foi quando fui visitar Anahí no hospital de Bad Axe. As árvores e campos vazios começaram a dar espaço para algumas casas, pouco a pouco ia ficando mais urbano. Poucos e pequenos prédios, passamos por um shopping, não era tão grande também. O ônibus parou em frente a um desses pequenos prédios, era antigo e tinha cor coral. A porta se abriu e todas as meninas se amontoaram para descer, acima da porta do prédio de dois andares estava escrito em letras de metal dourado “Museu de Artes Modernas HR”.


- Meninas, por favor, organização! –A professora regente gritava em algum lugar onde eu não podia ver.


Escutei outras vozes de professoras tentando organizar uma fila, mas eu não podia prestar atenção. Onde você está?Droga.


Sem que eu pudesse perceber fui colocada no meio de uma fila organizada e sem muita espera entramos no museu, dividiram-nos em dois grupos, cada um iria por um lado do museu para não ficar muita gente num lugar só. Um guia nos acompanhava e explicava algumas obras e a vida dos autores.


- Este quadro é de Salvador Dalí, “A Persistência da Memória” talvez seja o mais conhecido quadro dele. Os relógios têm a intenção de mostrar essa ligação que o homem tem com o tempo e a memória, é interessante ver como ele expressa isso nos traços e nas cores. Aqui temos outro quadro dele...


Quando todas as meninas saíram acompanhando a guia pude me aproximar do quadro, era muito bonito, por um motivo muito explícito me lembrou meus pais. Sempre dominados pelo relógio. E o dinheiro.


Passamos cerca de uma hora e meia no museu, depois Nat, Rach, Kate e eu saímos com mais um grupo de meninas junto com a Prof. Gwers para dar uma volta pela cidade. Caminhamos três quadras e avistei um grande parque com árvores típicas de outono, alguns bancos, balanços e um grande chafariz central. O chão não estava coberto de neve, apenas em alguns locais.


 


“- Tem um parque muito bonito lá, poderíamos ir se você quisesse. – Ou... não sei, se você preferir lá tem grandes shoppings... –Anahí falou insegura.


- Qualquer lugar, com você. –respondi tímida.”


 


Acho que era esse o parque que ela tinha dito.


Eu parei enquanto as outras meninas continuaram caminhando.


Fiquei olhando para o parque, podia nos ver andando entre aquelas árvores abraçadas, conversando, brincando. Por que isso não chegou a acontecer?


- Dulce? –Natalie gritou.


As meninas me esperaram um pouco mais adiante, caminhei um pouco até lhes alcançar.


- Cuidado, você pode acabar se perdendo. –Nat continuou.


- Brigada por me esperarem.


Nós voltamos a caminhar para alcançar a professora Gwers e o grupo de meninas.


- Dulce! Dulce! –Uma voz desesperada gritava atrás de mim se aproximando.


Era ela. Era ela.


Anahí.


Eu virei no sentido dos gritos, Anahí corria em minha direção com uma expressão assustada, continuava gritando meu nome.


Ela chegou até mim e segurou meus braços com força.


- Ele ta vindo, Dulce! Ele ta vindo!


- Quem? –respondi desesperada.


Anahí me abraçou com força, eu não entendia nada.


- Me protege, me protege. Ele ta vindo.


Eu a abracei também.


- Quem ta vindo, Any?


Eu me afastei e olhei nos seus olhos.


Idiota.


Idiota.


Como eu fui idiota!


As pupilas de Anahí estavam dilatadas, seus olhos arregalados. Ela não precisou nem fungar para eu saber que tinha... Que tinha cheirado.


Olhei para trás, sem olhar para os olhos das meninas que eu tinha certeza que analisavam a situação.


- Meninas. Falem pra professora que eu vou esperar no ônibus.


Falei mais como um sussurro, não sei como consegui fazer com que saíssem palavras da minha boca.


- Você não quer que a gente te acompanhe? –Rachel disse no mesmo tom baixo.


- Não. Obrigada.


Anahí não me soltou, caminhamos abraçadas por mais que eu não quisesse encostar nela naquele momento.


Como ela pode fazer isso de novo?


Por quê?


Por quê?


O que eu não consegui oferecer que a droga oferecia?


Caminhamos em silêncio. Anahí falou algumas palavras perdidas, eu não prestei atenção. Não podia sequer olhar para ela. O nó em minha garganta doía, eu não ia chorar, não agora.


Eu não sabia o que estava sentindo.


Era ódio e saudades.


Era revolta e alívio.


Eram lágrimas e amor.


Mas muito mais ódio que saudades.


Muito mais revolta que alívio...


Caminhei o mais rápido o possível, o caminho de volta parecia ser mais longo. Assim que chegamos ao ônibus procurei pelo motorista, ele apareceu com uma xícara de café em uma das mãos.


- Vocês querem entrar?


- Sim. –respondi.


Ele abriu a porta e Anahí subiu na minha frente. Ela sentou em um banco no final do ônibus, eu sentei em um no início. Encostei minha testa no vidro da janela, olhava qualquer coisa na rua. Agora eu permiti que as lágrimas caíssem, ainda que silenciosas. Eu não pude mais suportar.


Ela também fungava lá atrás, mas eu sabia que não chorava.


Estúpida, ridícula.


Deve ter se passado uma hora, duas horas, não sei. A porta do ônibus foi aberta, a primeira pessoa que vi subindo foi Kate, atrás dela estavam as meninas.


Rachel sentou ao meu lado, Natalie e Kate em minha frente, em seguida várias outras meninas lotavam o ônibus. O céu do lado de fora ficava mais escuro, eu voltei a encostar minha testa no vidro e olhar para a rua. As meninas não falaram uma palavra sobre o assunto, o que me deixava aliviada. Voltamos para Port Austin em silêncio.


Era tudo o que eu precisava ouvir agora, o silêncio.


 


Ao entrar no quarto eu fui direto para o banheiro, tranquei a porta e imediatamente liguei o chuveiro. Esperei a água esquentar enquanto ia me despindo lentamente, por um momento olhei o reflexo do meu rosto no espelho, meu olhar abatido, minhas olheiras, como eu deixei isso acontecer? Olhei nos meus olhos, diretamente. Quem é essa estranha aqui? O reflexo foi ficando coberto pelo vapor do chuveiro, eu fiquei olhando até não enxergar mais o reflexo.


Molhei minha cabeça com a água quente, fechei os olhos apenas a sentindo escorrer pelo meu corpo, eu sentei no chão e abracei meus joelhos deixando a água cair na minha nuca e percorrer minhas costas, sentia minha respiração naquele momento, meu coração batendo, já era barulho o suficiente, por que eu não conseguia calar minha cabeça?


Eu fui uma idiota por acreditar. Estava estampado na minha frente, cada sinal meticuloso, como eu não vi antes que ela não agüentaria? A decepção é tão grande. Eu realmente acreditei que o amor era mais forte que qualquer coisa. Que estava acima de tudo. Que ingenuidade, ou burrice.


Por que no dia em que eu vi que ela cheirava não pedi para trocar de quarto? Por que eu continuei ali? Ou no primeiro dia, quando ela e Lisa estavam fumando? Droga Dulce, o que eu tenho na cabeça?! Talvez porque foi imediata a atração que senti por Anahí, porque por mais absurdas fossem as atitudes dela, eu permaneceria cética, acreditando que eu a mudaria. Que por mim ela mudaria.


O pior de tudo é que eu não me arrependo de nada, porque eu a amo, como nunca imaginei que conseguiria amar alguém.


 



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Autor(a): foxxy96

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 41



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  • pekenna Postado em 04/08/2015 - 00:14:45

    Linda historia!!!pena q acabou.

  • flavianaperroni Postado em 02/08/2015 - 02:06:19

    Aaaah. não queria que acaba-se :( Mais sua web foi perfeita demais,amei de paixão s2

  • foxxy96 Postado em 01/08/2015 - 16:15:33

    kkk, sério mesmo, querida. Já tá acabando. Mais tarde posto ;)

  • flavianaperroni Postado em 31/07/2015 - 18:57:54

    Penúltimo? serio?? :(

  • flavianaperroni Postado em 28/06/2015 - 15:40:04

    Posta mais....Finalmente elas vão se ver

  • flavianaperroni Postado em 26/06/2015 - 17:19:59

    caraca que loucura....Ela realmente ama mesmo a Annie,espero que a Dul consigo se estabilizar,sabe sobreviver,porque sair assim de casa não deve ser fácil.........Posta mais

  • foxxy96 Postado em 26/06/2015 - 11:34:23

    Muito legal isso, essa web é muito boa e tal, se quiser pode me mandar teu email que eu te envio. ;)

  • gabs_ Postado em 02/05/2015 - 11:30:18

    gente! eu escrevi essa web em 2009, publicava na comunidade ayd meu trauma com o perfil da low! eu não tinha salvo ela no meu computador e procurei no google com a esperança de encontrar, que ótimo que isso aconteceu! obrigada, foxxy96 por ter salvo e estar postando!! tu era leitora na época? valeuuu, e boa leitura, meninxs!!

  • flavianaperroni Postado em 30/04/2015 - 01:01:33

    nossa me deu uma dor agr ;( sera que a Dul vai mesmo?

  • flavianaperroni Postado em 28/04/2015 - 19:24:54

    cara que mancada da Anahi


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