Fanfic: Streamer (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Anahi e Dulce

Anahí

Eram 13h05min quando eu fui ao refeitório almoçar no sábado, aquela seria minha primeira refeição do dia. O frio não era tão intenso, mas minhas mãos estavam incrivelmente geladas.

Sentei em uma mesa vaga e comecei a comer calmamente, o refeitório estava praticamente vazio. Percebi então que alguém havia parado em minha frente. Olhei em direção a pessoa, era Rachel.

- Posso falar com você?

- Claro, está tudo bem? –perguntei preocupada com Dulce.

- Talvez.

Rachel sentou na cadeira na minha frente.

- O que aconteceu? –a pergunta saiu afobada.

- Eu não sei se é certo fazer o que vou fazer, mas eu acho que você deveria saber. – Dulce vai embora, amanhã.

- O que?! –minha voz saiu alta.

- Calma. –Rachel olhou para os lados. Os pais dela estão indo para Indiana abrir uma sede da empresa da família e ela vai junto.

Meus olhos imediatamente se inundaram e eu senti meu coração bater com mais velocidade.

- Não é verdade! Não é verdade! –eu gritei, levantando-me da mesa.

- Anahí!

- Ela não me deixaria aqui sozinha! Isso é mentira, por favor, Rachel diz. Isso é mentira. –eu me aproximei de Rachel olhando fixamente em seus olhos.

- Não é mentira. –ela sussurrou temerosa.

Por alguns segundos fiquei ali estática. Dulce vai embora. NÃO! NÃO! Segurei a cadeira ao lado de Rachel e a joguei com força para longe e sai correndo do refeitório.

- Anahí! Ela não teve escolha! Você teve. –Rachel gritou atrás de mim.

Eu voltei alguns passos e vi o rosto de Rachel com medo, mas droga. Eu tive mesmo uma escolha. Eu hesitei antes de xingá-la, ela tinha razão. Contive minha raiva e senti uma lágrima escorrer no meu rosto. Novamente virei para o lado oposto e corri, apenas corri.

Como seria não poder mais ver a luz do farol?

Cheguei em frente a porta do quarto 547 e bati impacientemente até que uma menina baixinha de olhos claros atendeu a porta.

- Lisa está?

- Não. –respondeu assustada.

- Eu preciso pegar algo em sua mala. –falei entrando no quarto e indo até a mala de Lisa.

Levantei o fundo falso de sua mala tentando fazer com que a menina não percebesse, peguei três saquinhos com cocaína e os enrolei em um casaco de Lisa discretamente.

- Quando ela voltar avise para ir ao meu quarto.

- Mas quem é você?

- Ela vai saber. –disse isso saindo do quarto em passos rápidos.

17h41min, onde está Lisa? Merda.

Eu caminhava de um lado para o outro impacientemente, já foram seis carreiras. Olhei para a cômoda ao lado da minha cama onde estava um dos saquinhos aberto, aproximei-me e cuidadosamente usando uma folha de papel ajeitei outra carreira, enrolei a folha em forma de cilindro e a usei para inalar a droga. E é isso que me mantém viva agora. Meu coração batia com mais força, meus olhos permaneciam arregalados, sentia cada parte do meu corpo pulsando, eu estava no controle.

19h09min e escuto batidas na porta.

Lisa demorou, já estava estranhando. Caminhei rapidamente até a porta e a abri.

Não era Lisa.

- O que você está fazendo aqui?

- Com licença, este é meu quarto também!

Holly foi agressiva passou por mim.

- Você saiu ontem, pensei que não ia voltar esse final de semana!

- E agora eu tenho que lhe dar alguma satisfação? O que tem de errado com você?

Ela se aproximou de mim olhando de uma forma estranha.

- Nada. Vai embora.

- Ah, cala a boca, Anahí.

Ela foi em direção à sua cama e de repente ficou parada. Merda, ela viu.

- O que é isso?! –gritou.

- Não é nada. Vai embora! –eu guardei a cocaína na gaveta e deixei o pó do saquinho que estava aberto cair no chão. Merda! Olha o que você me fez fazer!

Peguei o papel em forma de cilindro e tentei inalar o pó que estava no chão.

- Eu não vou conviver com isso, Anahí! Deu pra mim! Chega!

Holly gritou e saiu do quarto batendo a porta com força. O que ela vai fazer? Droga!

- Holly! Volta aqui! Holly! Se você contar pra alguém eu te mato!

Gritei o mais alto que pude em direção a porta, mas ela não voltou.

Eu voltei a cheirar o pó do chão do quarto que estava espalhado até não conseguir vê-lo mais. Agora eu precisava deter Holly. Alguém abriu a porta, imediatamente olhei.

- Não, não! –minha voz saiu aguda e baixa, era o medo.

McAdrey veio em minha direção e acertou meu rosto com a mão aberta, o que me fez cair para o lado.

- Para pai! Por favor! Para pai! –tentei gritar, mas não foi tão alto quanto eu queria.

Então tudo o que vi entre minhas lágrimas foi seu rosto enfurecido, seus olhos com ódio. Senti dor, muita dor, enquanto ele acertava minha pele com seu cinto. Eu tentei pedir socorro, mas ninguém nunca chegava, ninguém nunca me ouvia.

Olhei para a porta esperando que alguém entrasse, e ali estava Holly, olhando tudo parada.

- Holly, por favor.

Ela me olhou assustada, sem tirar os olhos da cena se distanciou até sair do quarto, a porta se fechou, ninguém poderia me ajudar agora.