Fanfic: Streamer (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Anahi e Dulce

Dulce

- Que horas seu tio chega? –Natalie perguntou.

Nós estávamos conversando todas juntas no meu quarto e de Rachel sentadas em minha cama, Amy não estava junto, estava cada vez mais distante de mim e das meninas.

- Não sei, acho que pela manhã.

- Você vai nos ligar de vez em quando, não vai? –Kate parecia triste.

- Claro, Kate. –eu respondi com um sorriso e segurei sua mão.

Eu dobrava algumas roupas que estavam em uma pilha em minha frente e as colocava na mala cuidadosamente.

- Nat, não é você que gosta desse meu casaco? –eu perguntei enquanto o dobrava.

- Sim, é muito bonito.

- Pode ficar para você. –eu o entreguei dobrado.

- Não, Dul. Ele fica muito bonito em você. –ela estendeu as mãos para devolver.

- Mas eu mal vou usá-lo agora, Indianápolis não deve fazer tanto frio. Fique para você como lembrança.

Nat sorriu e agradeceu.

- Amanhã antes de você ir passe no nosso quarto para se despedir? –Kate pediu.

- Claro, passo sim.

Eu fui até o banheiro e comecei a organizar o que tinha meu ali.

- Mas Dul, posso perguntar uma coisa? –Nat pediu receosa.

- Pergunte.

- Você quer mesmo ir? –sua voz saiu um tanto baixa.

Não era uma pergunta que eu queria responder.

- Eu não tive escolha, Nat.

- Mas se você tivesse...?

Eu a olhei, eu estava com medo de dizer aquilo. Estava com medo de ouvir minha voz dizendo que eu ainda tinha esperança por Anahí, que ainda acreditava no nosso amor, porque logo eu teria que me acostumar com a distância e com a idéia de que preciso esquecê-la da forma menos dolorosa o possível.

- Eu só perguntei isso porque,... Estava pensando em ir morar em Detroit com o meu pai.

- São situações diferentes Nat. –sussurrei.

- Eu sei Dul, desculpe.

- Tudo bem.

Nós ficamos todas quietas até Kate puxar qualquer assunto, ficamos mais algum tempo conversando até que Nat e Kate foram para o seu quarto.

Olhei para o relógio assim que fechei minha mala, eram 20h10min. Respirei fundo sentando em minha cama, senti a melancolia daquele suspiro, aquela seria a última noite que eu estaria ali, a última noite que eu teria chance de falar com Anahí.

Escutei uma batida não muito forte na porta, olhei para Rachel, ela também havia escutado, ficamos paradas então outra batida mais forte foi ouvida. Eu levantei da minha cama e em passos rápidos fui até a porta a abrindo.

- Dulce... –Anahí sussurrou.

Não. Não. Nada poderia ser mais doloroso que isso.

Acho que eu parei de respirar, Anahí tinha o rosto com um pouco de sangue em uma das bochechas, um hematoma na testa e outro perto da boca. Ela estava encostada na parede sem muita estabilidade, parecia exausta. Caminhei até ela rapidamente e cuidadosamente levei minha mão até seu pescoço, ela me olhou nos olhos, senti uma dor invadir meu peito, ela estava tão frágil.

- Você me desculpa? –ela disse com dificuldade.

- Desculpo, vem comigo. –sussurrei com o rosto próximo ao seu.

Coloquei minha mão em volta da sua cintura cautelosamente e caminhamos lentamente até o interior do quarto. Rachel estava estática olhando para Anahí.

- Rachel, feche a porta para mim. –falei com dificuldade ainda segurando Anahí.

Levei Any até minha cama e a deixei sentada, Rach fechou a porta e ficou observando a cena.

- Você quer uma ajuda, Dul?

- Não, tudo bem. Obrigada. –falei enquanto tirava os calçados de Any.

- Acho que fui eu quem causou isso.

- Como assim?

- Eu contei que você vai embora amanhã. Desculpe, eu não devia ter feito isso.

Eu respirei fundo, olhei para Any, não havia tempo para procurar culpado ou para discutir com Rachel.

- Tudo bem, Rach.

Ela ficou quieta e eu continuei olhando para Anahí, eu levantei sua blusa e a deixei só de sutiã e a calça que usava, sua barriga também tinha algumas marcas roxas e nos braços estava pior, pude ver a marca do cinto de McAdrey em alguns locais. Meu coração doía cada segundo mais, não podia vê-la daquele jeito.

Coloquei uma das minhas mãos em sua nuca e a deitei em minha cama, fui ao banheiro e umedeci uma toalha com água fria, voltei até Any e sentei na beirada da minha cama próxima ao seu rosto. Ela continuava me olhando quieta, eu encostei a toalha em um dos hematomas do seu braço, ela estremeceu com o toque mas logo se acostumou. Eu não pressionei para não machucá-la mais.

- Por favor, não vá. –ela sussurrou.

Eu voltei a olhar em seus olhos, senti os meus ficando úmidos. Pressionei minhas mandíbulas querendo não chorar, respirei fundo tentando me acalmar e voltei a me concentrar nos seus hematomas.

- Eu preciso de você.

Suas palavras entraram nos meus ouvidos fazendo um enorme eco, senti uma lágrima se desprender dos meus cílios. Sabia que se eu tentasse falar alguma coisa agora desabaria em lágrimas, então permaneci quieta. Olhei novamente em seus olhos que pareciam lutar para ficarem abertos e continuavam olhando nos meus. Levei a toalha ao canto de sua boca que sangrava um pouco, ao encostar ela gemeu levemente de dor.

- Desculpe. –sussurrei.

Seus olhos continuavam presos no meu rosto, podia sentir isso, mas continuei evitando encontrar seu olhar. Então senti seu toque em minha outra mão que estava apoiada na cama. Como eu senti falta do seu toque. Engoli em seco e outra lágrima escorreu por mais que eu não quisesse. Relutantemente afastei minha mão e levantei da cama, eu virei meu corpo para o outro lado e então permiti que algumas lágrimas caíssem, respirei fundo e fui até o banheiro levando a toalha comigo para molhar um pouco mais. Só então percebi que Rachel não estava mais no quarto, voltei a sentar na cama e Anahí ainda me olhava, agora encostava a toalha no roxo da sua testa, eu desisti, olhei nos seus olhos novamente, eles estavam úmidos.

- Eu não posso ficar, Any.

Ela ficou quieta e escorreu uma lágrima em seu rosto, senti um nó em minha garganta.

- Eu te amo tanto. –minha voz saiu com dificuldade.

Eu acariciei seu rosto com cuidado e senti outra lágrima escorrer no meu. Anahí levantou seu tronco com dificuldade ficando sentada na cama e com o rosto mais próximo ao meu. Eu me aproximei vagarosamente e Anahí intercalava seu olhar nos meus olhos e na minha boca, ela encostou seus lábios nos meus e senti meu coração bater com muita força. Beijamo-nos calmamente, sentindo aquele que provavelmente seria o nosso último beijo.

Ao separarmo-nos percebi que Anahí estava desconfortável sentada, parecia sentir dor, levei minhas mãos às suas costas a ajudando a deitar e ficando deitada ao seu lado, ajeitei as cobertas por cima dos nossos corpos e desliguei a única luz que estava acesa em minha cômoda, mas ainda podia ver seu rosto com dificuldade através da luz fraca que entrava pela janela, ela aproximou nossos corpos abraçando-me pela cintura.

Durante muito tempo ficamos acordadas sem trocar qualquer palavra, eu acariciava seu rosto cautelosamente enquanto sentia sua respiração quente próxima ao meu corpo.

Após algumas horas eu peguei no sono, naquele momento eu não queria pensar no depois, em quanto doeria deixá-la, só precisava tê-la em meus braços de novo.

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Gente, me desculpem por esse sumiço, mas vou postar sempre que der... bjos. ;*