Fanfic: Um plano infalivel...ou quase | Tema: Vondy

Cheguei ao hotel, ainda de cabeça quente. Eu só queria jogar na cara do Christopher o quanto ele tinha bagunçado a minha vida com todas as merdas que ele sempre faz.

Fui direto para o nosso quarto e abri a porta com força.

Parei e olhei pelo quarto, ele estava sentado na cama vendo TV e ficou assustado com a minha chegada.

- Que susto! – ele disse se levantando da cama – Finalmente! Onde você tava?

- Satisfeito? – Eu disse com raiva.

- Com o que? – perguntou confuso

- Satisfeito com mais essa merda que você fez? – Fui em direção a ele e o empurrei.

- Ei! Não me empurra – disse nervoso, me segurando pelos ombros – o que eu fiz? Explica!

Tirei as mãos dele de mim e me afastei.

- Cheguei na merda do hotel e era o endereço errado! E o Roberto não quis me passar o endereço certo porque acha que eu trai o Eduardo com você! E o pior é que trai mesmo – comecei a chorar – E POR CULPA SUA!

- Você foi atrás do Eduardo? – Ele disse, perdido por alguns segundos. Parecia triste, até perceber do que eu o acusava – Pera! Por culpa minha?

- Claro! Eu tinha bebido Christopher, você se aproveitou disso! – Aumentei meu tom de voz.

- COMO É? – Ele aumentou também – Você tinha bebido sim, mas não tanto ao ponto de não ter noção do que tava fazendo! Alias, parece até que se lembra muito bem da noite toda...Lembra que foi você que veio pra cima de mim primeiro?

- Eu tinha bebido, tava confusa, foi um erro! – Soltei sem pensar.

- UM ERRO? – Ele ficou ainda mais nervoso – Erro foi eu ter vindo até aqui com você!

- Mas isso também não foi culpa minha! Essa foi mais uma de suas ideias brilhantes! – eu disse irônica.

- Claro! Pelo jeito tudo foi culpa minha – riu irônico.

- E foi mesmo! – Eu ficava cada vez mais brava com ele – Estarmos aqui é culpa sua. TODA ESSA MERDA É CULPA SUA! – Gritei.

Ele passou a mão entre os cabelos, muito irritado.

- Eu queria te ajudar quando disse para virmos até aqui!

- Bela ajuda a sua! Viemos para outro país para reconquistar meu namorado e em vez disso você me faz trair ele!

- EU NÃO TE OBRIGUEI A NADA!

- Não, mas ficou enchendo minha cabeça de merda e eu fiquei confusa!

- Enchendo sua cabeça de merda? Do que você ta falando? Ta louca?

- Na festa da Maite! – percebi que ele prendeu a respiração.  Não gostava de tocar no assunto – Se você não tivesse enchido minha cabeça com um monte de bobagens eu não teria ficado confusa! Mas já entendi, não sei por que fiquei confusa, é bem óbvio que eu e você nunca daríamos certo! O Eduardo é o certo pra mim, sempre foi.

Ele parou, me olhando, sem reação. Percebi que seus olhos se encheram de lágrimas, mas ele as segurou.

- Beleza, Dulce – disse sério – Se é assim que pensa...eu vou embora.

Fiquei parada onde estava, sem saber o que fazer. Ele passou por mim e começou a arrumar as malas.

- Vai pra onde? – foi o que consegui dizer.

- Pra minha casa, óbvio. Aqui é que não vou ficar pra assistir você tentando reconquistar seu namoradinho. Não sou idiota – disse sarcástico – Quem sabe você consiga, já que não vou mais estar aqui pra atrapalhar.

Ele continuava a arrumar as malas. Cheguei a abrir a boca algumas vezes, pra tentar dizer algo, mas eu não sabia o que dizer. Ainda estava brava, mas ao mesmo tempo a ideia de ver Christopher ir embora assim doía.

Ele terminou de organizar tudo e foi em direção à porta, mas antes de sair olhou para mim e eu retribui o olhar.Ele parecia mais sério e eu via que agora seus olhos estavam tristes. Meu coração implorava pra que eu dissesse alguma coisa, qualquer coisa que o fizesse ficar. Mas antes de eu pensar em algo ele decidiu falar.

- Dulce...- ele começou. Respirou fundo e continuou - o que eu te disse na festa da Maite, pra você pode ter sido um monte de bobagem...

- Christopher... – Droga, eu o magoei. Porque eu fui dizer aquilo para ele?

- Por favor, me deixa terminar – disse fazendo um sinal para que eu não dissesse mais nada – aquele dia eu fui sincero. O que eu sinto por você só aumentou. E eu sei que não deveria ter te falado nada aquele dia, porque você nunca ia corresponder o que eu sinto, então me desculpe por isso. E sei também que termos transado ontem não foi certo, você tava chateada com a história do Eduardo e eu... eu estava cansando – seus olhos se encheram de lágrimas – São 10 anos tendo que ver você com seus namorados, enquanto eu queria estar no lugar deles. Eu achei que ia aguentar, que com o tempo talvez o que eu sentisse passasse a ser um amor de amigo, mas...eu acho que não dá Dulce e eu não posso aguentar isso pro resto da vida. Então acho que o melhor é nos afastarmos, vai ser melhor para nós dois.

Meu coração estava acelerado e as lágrimas que eu tentei segurar agora escorriam por meu rosto.

- Christopher...por favor – soltei entre soluços – me desculpa.

- Dulce, vai ser melhor assim – ele disse ainda tentando segurar as lágrimas – A gente volta a conversar quando for uma hora melhor, quando você se acertar com o Eduardo e eu estiver me sentindo melhor sobre isso.

Abaixei a cabeça, chorando. Eu estava perdendo o Christopher. Ele sofria e era minha culpa.

- Christopher...- tentei novamente, entre soluços.

- Ta tudo bem Dulce, eu entendo – ele tentou forçar um sorriso e então saiu fechando a porta.

Sentei na cama e comecei a chorar ainda mais, quase perdendo o ar. Era tudo culpa minha.

Eu lembrava da tristeza no olhar de Christopher e aquilo me atingia forte no peito. Eu não podia perder ele assim, o Christopher não, como eu ficaria sem ele?

Mas será que era certo eu ir atrás dele?  Eu só tinha o feito sofrer todo esse tempo. Fui egoísta, porque mesmo depois da festa da Maite, quando ele se declarou, eu continuei saindo com outros caras e até falando deles para Christopher. Como eu pude ser tão idiota?

Deitei na cama e continuei chorando enquanto me sentia culpada por tudo aquilo. Até que peguei no sono.

Acordei no dia seguinte e olhei para o outro lado da cama, como se esperasse que o Christopher ainda estivesse lá, mas a cama estava vazia. Me levantei e fui até o meu celular para ver se não tinha nenhuma mensagem dele e me surpreendi quando vi que tinha uma mensagem do Eduardo:

“Dulce, o Roberto me contou que você está no Brasil e queria falar comigo. Acho que precisamos nos conversar. O que acha de me encontrar para tomarmos um café e resolvermos isso?”

Pensei por alguns minutos sobre o que responder. Até chegar a conclusão que eu deveria ir falar com ele sim e não deveria ir atrás de Christopher, eu só o faria sofrer mais.

“Onde nos encontramos e que horas?” – respondi.