Fanfic:  Mini Web: Amσr αℓém ∂α νι∂α DyC *Terminada*

 - Olha, eu não acredito
nessas coisas... mas era tão real – Dulce começou a falar, tentando
convencer o homem – Acha que eu não viria aqui se não fosse verdade? O
senhor disse que se eu tivesse alguma informação nova, deveria vir aqui
dizer. E eu estou aqui.
 Ela olhou para a policial do seu lado, que a olhava, sem acreditar em uma palavra, com certeza.
 - Sei o que devem estar pensando. Quero dizer, eu me ouço dizendo isso e quero me esconder... eu...
 -
Bom, segundo esta vidente... – interrompeu a policial – há fantasmas e
espíritos por toda a parte, nos vigiando o tempo todo. Puxa, nunca mais
vou tirar a minha roupa! – ela riu, sarcástica – com licença, tenho
coisas mais importantes à fazer.
 Dulce tragou a saliva, e se virou
para o homem à sua frente, esperando a mesma resposta ou até pior. Se
sentia envergonhada de estar ali dizendo estas coisas, mas queria
confirmar, ou não ficaria em paz. Nunca estava.
 - O nome do cara é Willy Lopez. Eu só estou pedindo para o senhor verificar.
 - Muito bem... a senhora espere aqui que eu vou ver o cara é fichado.
 - Tá bom...
 Ela
se sentiu aliviada que pelo menos ele lhe desse a chance de poder
verificar aquele homem. Ficou esperando que ele voltasse, talvez, até
surpreso com a ficha dele, vários crimes, não sabia ao certo...

Derrick estava já na
empresa, nos computadores bancários. O nervoso tomava conta de si,
queria que tudo desse certo e o seu tormento acabasse.
 - Digite a senha de acesso – murmurou – Ah meu Deus, me ajuda. Tomara que seja esta.
 Digitou seis números. Olhou para a tela e sorriu.
 - É isso... é...
 Pegou o telefone apressadamente e discou o número.
 - Alô.
 - Eddy? Aqui é o Derrick.
 - Oi. Como é que vai?
 - Bem... está tudo bem... está tudo pronto.
 - Ótimo.
 - É só dizer o que eu faço.
 - Ótimo, queremos que transfira o dinheiro das 12 contas separadas em uma conta no nome de Rita Miller.
 - Está certo.
 - Amanhã,
cinco minutos antes do fechamento, 3:55 da tarde, transfira o total da
conta para o First Island Bank de Nassau. Registro número 4869580.
Ligue quando terminar.
 - Está certo, entendi. Er... diga ao Sr. Balistreri que não haverá mais problemas, tá?
 - Sim, pode deixar.
 - Obrigado.
 - Bom trabalho, Derrick.
 Desligou o telefone e começou a fazer logo o que os traficantes lhe haviam mandado no computador.
 “Contas novas:
  Cliente: Miller, Rita... número 486... transferência... quatro milhões de dólares.”
 Christopher observava tudo de frente para ele, de pé.

Enquanto isso, Derrick
estava na casa de Dulce. Havia entrado com a chave que Lopez lhe dera,
queria ele mesmo fazer tudo aquilo. Estava muito nervoso, precisava do
código. Abriu um armário e achou a caixa que uma vez Dulce o impediu de
levar, querendo guardar como lembrança. A abriu, conseguiu achar o
caderno de endereços. Arrancou uma folhinha e colocou tudo de volta ao
seu lugar.

 O homem chegou e mostrou
à Dulce várias pastas do departamento de polícia de Nova York. Mas as
fotos e o nome não eram o que Dulce esperava ver. Ao invés disso, lá
estava a ficha criminal da mulher que mexeu tanto com ela, dizendo
tantas coisas sobre Christopher... várias fichas. Cada uma, a mulher
tinha um penteado e um estilo diferente.
 - O... o que está fazendo? – Dulce perguntou – cadê a ficha de Willy Lopez?
 -
Willy Lopez não tem ficha. Talvez seja um ex-namorado dela do qual
queira se vingar. Essa tal vidente é que tem um ficha bem antiga. 1967,
Shreveport, falsificação, venda de identidade falsa... roubo... presa
um ano em 1971... presa por fraude, trambiques, presa por nove meses em
1974 e...
 - Olha isto é impossível. – Dulce interrompeu
 - E por aí vai – o homem ajuntou as pastas
 - Ela sabia de coisas particulares. Como poderia saber daquilo tudo?
 -
Muitas vezes elas lêem os obituários. Tudo o que precisava era a
palavra banqueiro, e puft! Acredita que elas até reviram o lixo em
busca de coisas que possam usar? Cartas, papéis velhos, não é difícil.
 -
Não... era tão real... – Ela falou com as lágrimas escorrendo pelo
rosto – ela sabia de um suéter que eu tricotei... as... músicas que
cantamos... nossa viagem a Montego Bay.
 - Eu lamento. Sei que é
duro. As pessoas querem tanto acreditar, estão tristes, estão
vulneráveis... e dariam qualquer coisa... por um último momento. Essa
gente sabe o que está fazendo. E sei como deve se sentir, mas sabe que
pode processá-la.
 Dulce secou as lágrimas e olhou para o chão durante alguns instantes.
 - Não... obrigada – disse, se levantou, pegou a bolsa e o casaco e saiu.