Fanfic:  Mini Web: Amσr αℓém ∂α νι∂α DyC *Terminada*

 Dulce
chegou em casa. Estava tonta, irritada, infeliz... como sempre.
Sentia-se despedaçada por ter sido enganada daquele jeito... por ter
sido usada daquela maneira...  por realmente acreditar que Christopher
estava ali, ao seu lado.
 “É tudo mentira... Christopher está morto... enterrado...”
 Subiu,
colocou um pijama mesmo sendo dia. Se sentou no corredor de frente para
a escada. Viu, em cima de um banquinho, o vidro amarelado com a moeda
de 1898, que Christopher havia achado no dia que estavam reformando a
casa, e lhe deu de presente.
 Fazia o vidro rolar pelo chão com as pontas dos dedos. A moeda, dentro, fazia um pequeno barulho.
 “É uma moeda antiga. 1898. Tome, é para dar sorte”
 Atirou o vidro longe, que caiu na escada e se quebrou em mil pedaços.
 Ficou
um bom tempo sentada lá. Olhando para o nada. Queria realmente
acreditar naquilo. Que ele tinha uma alma viva, e que estava por perto.
Mesmo que fosse mentira. Queria acreditar. Talvez não doesse tanto...
 - Dulce, por que você não me ouve? – Christopher perguntou se sentando ao lado dela – eu preciso de você.
 -
Eu... preciso de você. – ela sussurrou e voltou a chorar baixinho.
Christopher colocou a mão sobre a dela, que estava no chão. Colocava de
leve, fechando os olhos para tentar sentí-la. Dulce olhou para sua mão,
que parecia estar mais quente. Queria sair de lá, mas não conseguia se
mover. Era como se estivesse ali com ela...
 - Chega! – Ela gritou,
se levantando derrepente e derrubando um banco. Não aguentava mais.
Ouviu batidas na porta, e levou um susto. Tentou melhorar um pouco a
aparência. Estava de pijama, mas não sentia a menor vontade de trocar
de roupa.
 Christopher ficou olhando para ver quem seria.
 - Quem é? – Dulce perguntou, com medo de ver a vidente.
 - É o Derrick.
 - Não Dulce... não abra essa porta! Ele é um assassino! – Christopher falou, cheio de rancor.
 - Oi... – Dulce falou abrindo a porta.
 -
Olha... eu sei que é tarde, desculpa incomodar. Mas é que eu estive
pensando em você o dia todo, e me senti muito mal pelo que houve na
noite passada... esse negócio de sobrenatural...
 - Olha, não esquenta não Derrick, tá tudo bem...
 -
Não, não está. Precisava que eu a ouvisse e não lhe dei atenção, e isto
está errado. Eu... só quero que saiba que sou seu amigo, Dul.
 - Obrigada, Derrick...
 - Nunca foi nosso amigo... – Christopher resmungou, magoado.
 - Significa muito pra mim... – Dulce continuou.
 -
Pra mim também.. er... você siginifa – Derrick sorriu – Bom, é pra você
– lhe entregou um saco com algumas frutas – são pêras japonesas. Eu sei
que você gosta.
 - Obrigada... – Dulce sorriu – É muito gentil.
 - Olha, eu posso entrar um pouco... foi um dia daqueles, é só uma xícara da café, nada demorado, sabe...
 - Não... não Dulce! – Christopher gritou preocupado
 - Claro – Dulce respondeu – Entre.
 - Não, Dul...
 - Você está meio estranho, meio tenso. Está legal? – Dulce perguntou ao “Amigo” enquanto eles se sentavam no sofá da sala.
 - Er... está sim... digo, quero dizer... tem sido muito duro, você sabe. Sobre o Chris. Você sabe que ainda dóis muito.
 -
Seu mentiroso... – Christopher falou irritado. Como queria por ao menos
um momento poder tocar em alguma coisa. A primeira que lhe estivesse à
mão, atiraria em Derrick.
 - E além do mais – Derrick prosseguiu –
são alguns problemas no escritório, me deram minhas próprias contas, e
isso é bom, mas ainda não tive tempo pra me adaptar... – tirando a
gravata – pra absorver todo o sistema. Não é nada demais.
 Dulce
sorriu e apertou a mão dele. Sabia que Derrick estava tão mal quanto
ela pela morte de Christopher. Bom, nem tanto, mas estava mal. E mesmo
assim estava sendo solidário com ela.
 Christopher não gostava
daquilo. Era a última coisa que podia acontecer. Ela estava pegando uma
intimidade, uma confiança com ele. Tinha medo de que a matasse
também... ou fizesse outra coisa.
 - Pode me dar mais creme?
 - Claro que sim – Dulce se virou para pegar a xícara
 Derrick
virou a xícara de café em sua camisa, propositalmente. Christopher não
entendeu nada. Quando Dulce virou, levou um susto.