Fanfic:  Mini Web: Amσr αℓém ∂α νι∂α DyC *Terminada*

- Estamos entre a Greene
e a Mercer na Prince. É o prédio cinza em frente ao correio. Obrigada,
sargento, por favor depressa. A gente está esperando.
 Dulce desligou o telefone. Já havia chamado a polícia.
 - Eles estão vindo...
 - Ótimo – Oda respondeu
 - O que a gente faz agora?
 - Hum... ficamos esperando – ela foi até a janela olhar o movimento da cidade, à noite.
 Dulce ficou em silêncio. Esperar. Mas ainda havia uma coisa que ela precisava saber...
 - Christopher... Christopher está aqui? – ela perguntou
 - Christopher? – Oda perguntou
 - Estou sentado ao lado dela.
 - Ele disse que está sentado ao seu lado.
 Ela olhou para o espaço vago que havia pequeno sofá.
 - Christopher... pode me sentir? – Ela perguntou, estendendo a mão para onde ele estava
 Christopher também estendeu a sua mão... e seus dedos atravessaram os dela, sem poder tocá-los.
 - Posso sentí-la. Com todo o meu coração.
 - Ele disse que pode sentí-la com o todo o seu coração.
 Dulce abaixou a mão, dando um leve sorriso para ele.
 - Daria qualquer coisa... – ele falou – para poder tocá-la. Só mais uma vez.
 - Falou que gostaria de poder tocá-la mais uma vez... que daria qualquer coisa.
 - Eu também. – Dulce respondeu, com todo o carinho.
 Oda suspirou. Aquilo era triste demais para se aguentar. Até para ela.
 - Af! Está bem, está bem! – Ela falou – Pode me usar!
 - Usar você? – Christopher perguntou sem entender.
 - Pode usar meu corpo! – Ela falou se sentando numa poltrona – e ande logo! Antes que eu me arrependa!
 Ele
não conseguia acreditar. Lembrou-se, então, daquela vez que um outro
morto se apossou do corpo dela. Ele podia fazer isso... era a sua
chance... de poder tocar Dulce pela última vez.
 Foi até onde a
mulher estava. Já estava com os olhos fechados. Christopher se
posicionou, entrou dentro dela, como se fosse atravessá-la, mas não
saiu.
 Sentiu uma sensação estranha o percorrer, como se um arrepio
percorresse todo seu corpo. Mas que corpo? Apertou com força os braços
da poltrona. Sentiu o coração bater forte. Abriu os olhos. Respirou
fundo... sentiu aquela sensação que há tanto tempo desejava sentir... a
sensação de estar vivo, de ter um corpo, de sentir, calor, frio. De não
ter que atravessar nada. Mas sabia que duraria pouco. Aquele corpo não
era seu.
 Virou-se e olhou para Dulce, que o olhava. Provavelmente não entendia nada.
 - Dulce...
 Se
aproximou dela, e envolveu as mãos dela entre as suas... ou melhor, as
que estava tomando emprestadas... fechou os olhos se deliciando com
aquela sensação, de poder sentir o calor dela novamente... o seu
perfume... a sua respiração... tudo o que sua alma mais necessitava...
 Dulce
não entendeu a mulher lhe estar segurando e acariciando as mãos daquele
jeito. Mas quando fechou os olhos, apertou aquelas mãos...
 - Chris... – ela sussurrou.
 E
com os olhos fechados, era como se ela visse Christopher na sua
frente... pela primeira vez em tanto tempo. Ele também tinha os olhos
fechados. Subiu a mão até seu rosto, a tocou de leve e soltou. Dulce
pegou sua mão e conduziu-a novamente ao seu rosto, necessitando sentir
o seu toque também... ele envolveu o rosto dela com as duas mãos,
desceu devagar, passando-as pelo pescoço e pelos braços, e depois
voltando novamente ao rosto, ele passou os dedos por seus lábios. Dulce
se lembrou daquele toque... foi na primeira vez que estiveram juntos...
por que as coisas aconteciam assim... como desejava permanecer naquele
momento para sempre... Os dois se abraçaram e permaneceram assim,
sentindo a respiração um do outro, o toque, o coração, o calor, pela
última vez.