Fanfic:  Mini Web: Amσr αℓém ∂α νι∂α DyC *Terminada*

Ele se virou rapidamente.
 - O que você quer? – Engoliu em seco, deu de cara com a arma gelada do homem colada ao seu rosto.
 - A sua carteira! Meu dá logo! – O homem rosnou
 Christopher repirava pesado, apavorado.
 - Christopher, dá logo! – Dulce gritou, cheia de medo. – Deixa ele ir...
 -
Está bem... leva só o dinheiro... – ele falou, e quando fazia sinal de
ir pegar a carteira atacou o bandido, se jogando sobre ele.
 - Não,
Chris, pára! – Dulce gritou desesperada enquanto Christopher brigava
com o bandido. Este lhe deu um tapa no rosto a atirando no chão.
 - Desgraçado! – Christopher rosnou, se atirando sobre o bandido e o empurrando contra a parede.
 Começou a bater a cabeça do homem contra a garagem, enquanto ele disparava tiros e tentava se soltar.
 -
Chris! Não, para! Por favor! – Dulce gritava tremendo – Para com isso!
Deixa ele! Alguém ajude! – gritou, mas a rua estava completamente vazia.
 Os
dois continuavam a se debater. Christopher sentiu a dor do homem que
lhe deu um chute no estômago. Estava sem ar mas resistiu e continuou
lutando. Ouvia os gritos desesperados de Dulce para que parasse, mas
agora não havia mais jeito. Se cessasse, estariam os dois mortos.
 Dulce continuou gritando o mais que podia.
 - Por favor, alguém ajuda a gente! Socorro!
 O
barulho de dois tiros cortou a sua voz. Christopher sentiu a dor
horrível rasgar o seu peito. Dulce tremeu, sem reação. O homem saiu
correndo e desapareceu na rua escura. Christopher corria até ele, já
não mais sentindo a dor, mas viu que não o alcançaria, então resolveu
voltar para socorrer a namorada.
 Correu para se aproximar mais. Apenas viu seu vulto no chão.
 - Dulce? Dulce você está...
 Era
como se seu coração tivesse parado de bater. Não conseguia pensar em
mais nada. Sentiu o terror tomar conta de si quando viu aquilo. Sentiu
um buraco em seu peito, como se não houvesse mais nada lá.
 Dulce
chorava desesperada, pedindo ajuda. Ajoelhada na rua escura, passava a
mão no peito do corpo encharcado de sangue. O seu corpo.
 Ela chorava e soluçava, quase nem conseguindo falar.
 - Chris, amor, reage... você vai ficar bom... Socorro! Socorro! Socorro!
 Ele
tremia ajoelhado ao lado dela. Ela se balançava compulsivamente com seu
corpo entre os braços, quase como num abraço. O sangue não parava de
sair.
 - Christopher, não... – ela chorava – Chris, vai chegar alguém... aguenta firme... vamos ficar bem...
 Christopher
tremeu. Com a mão mais trêmula ainda, tentou tocar o rosto de seu
próprio corpo. Não conseguiu encostar, a mão atravessou, como se não
fosse feita de nada.
 Dulce nem tinha mais voz, Agarrada ao corpo já
sem vida do namorado, sussurrava por socorro, numa voz quase inaudível.
Christopher começou a balançar a cabeça, tentando afastar aquilo da sua
mente. Não conseguia acreditar. Ele estava morto? Ouviu passos de dois
homens que corriam até o lugar.
 - Por favor, nos ajude! –
Christopher correu até os dois homens, mas não ouviram nem o viram.
Quando ficou parado diante deles, os dois correram no meio dele. Não
conseguiu tocá-los, eles o atravessaram e foram acudir a mulher.
 - Calma, moça, vamos ajudar! – Um deles falou.
 - Ele está respirando? Ele está respirando? – Um dos homens perguntou.
 - Não... acho que não há nada mais a fazer...
 Christopher
observava tudo da outra ponta da rua. De longe, o seu corpo, no colo de
Dulce. Inerte, morto. E os dois homens tentando ver algum sinal de vida.
 Se virou para trás.
 Uma
luz branca pairava sobre ele. Vinha do mais alto que se podia imaginar.
Por um momento, ele olhou para cima. Sentia como se uma suave música
tomasse conta de seus pensamentos. Ela o acalmava, e dava uma deliciosa
sensação de paz. Não sabia como, apenas tinha certeza que, lá no alto,
era um lugar para onde queria ir. Sentia esse desejo. Sua alma pedia. E
pouco a pouco foi sentindo como se já não estivesse no chão, como se
fosse levado para o alto, como se começasse a formar parte com a luz.
 O som abafado do choro da namorada, fraco, chegou até ele.
 Christopher, não me deixa... não me deixa... por favor...
 Parou para prestar atenção em tudo aquilo. Era como se fosse tudo tão longe...
 Fica comigo, Chris... não vai embora... eu... eu te amo.
 Naquele
momento, ele abriu os olhos. Estava no chão novamente, a luz ainda
sobre ele. Mas ao ouvir os sussurros e as lágrimas de desespero de
Dulce, sentiu necessidade de ir para lá. De socorrê-la, ajudá-la como
pudesse. Não poderia partir.
 Saiu do calor daquela luz. Era muito
difícil, mas logo estava fora dela. O frio tomou conta. Olhou de volta
para aquela claridade que vinha do céu. Ela o chamava, mas ele se
deteve e correu até a esposa. Quando se virou para olhar, a luz já
havia desaparecido, dando lugar novamente à rua fria, escura. Sentiu um
frio no estômago. Uma dor na alma. O céu estava negro, sem nenhum sinal
de se abrir novamente. Mas precisava ir até Dulce. O som da sirene da
ambulância encheu o lugar.