Fanfic: Just A Little Sex vondy | Tema: romance, comédia e muito hot

Anahí estava em casa quando Dulce chegou. Algo raro, ainda mais às duas da tarde de uma sexta-feira.

Ela era o que maldosamente se chamava de vadia rica. Mas isso se tratava de uma injustiça. É verdade que o pai lhe dera aquele apartamento de dois quartos, totalmente mobiliado, como presente em seu 21° aniversário, há alguns anos, mas não era nenhum palácio. Para falar a verdade, o apartamento valia quase meio milhão de dólares no mercado imobiliário. Qualquer espelunca em Milson`s Point valia muito. Anahí podia se considerar uma moça de muita sorte, mas seu pai — um bilionário proprietário de cavalos de corrida — cortou sua mesada no dia em que ela recebeu as chaves.

"Eu lhe dei um teto e isso é tudo, anunciou o pai na época. Se você quiser comer e se vestir, vai ter de trabalhar. Seu irmão teve de aprender a se virar quando completou 21 anos. Não vejo razão para ser diferente com você, só pelo fato de ser mulher. Vocês não querem igualdade? Pois então, conseguiram!"

Apesar de não ter nenhuma prática na arte de se sustentar — ela nunca fizera absolutamente nada desde que deixara a escola, a não ser sair com os amigos e fazer compras — Anahí gostou do desafio. Primeiro, ela começou a alugar um dos quartos — Dulce não era a primeira inquilina —, depois se empenhou em procurar vaga como modelo. Ela não tinha qualificações para qualquer outro trabalho, já que nunca pretendeu ser vendedora em uma loja ou garçonete. Ela não era alta o bastante para desfilar, mas os longos cabelos loiros, o rosto vivo e os seios fartos lhe rendiam muitos trabalhos fotográficos, especialmente para catálogos de lingerie.

O trabalho de modelo era na verdade um quebra-galho. Sua maior ambição era casar com algum ricaço, de preferência que tivesse mais dinheiro que o pai. Mas não agora. Aos 23 anos, Anahí estava preocupada em se divertir. E como se divertia! Apesar de ter um namorado chamado Derrick, ela saía muito sem ele. Ia para festas, estréias, coquetéis de inauguração, corridas. Com a bela aparência e os contatos sociais, choviam convites.

Dulce a considerava uma ótima senhoria. Sempre alegre e simpática nunca jogada pelos cantos da casa sem fazer nada. Era um comportamento surpreendente, uma vez que tinha sido uma criança muito mimada. Ela nunca deixava as roupas pelo chão ou fazia bagunça. O melhor de tudo era que Anahí não fumava. O cigarro era rotina quando Dulce dividia apartamento com várias outras moças. Era tão bom chegar a casa e não sentir aquele cheiro de cigarro...

Quando Dulce entrou, Anahí estava sentada em uma das banquetas da cozinha, pintando as unhas sobre o balcão de granito preto, que servia de mesa para o café-da-manhã. Vestia um short mínimo e um top curto tão azul quanto seus olhos.

— Meu Deus! — espantou-se quando viu Dulce. — Perdi a hora! Não vai me dizer que já passa das seis. Derrick vai passar para me pegar as sete e eu mal comecei a me arrumar!

— Fique calma. São apenas 14h20.

— Graças a Deus. Mas está muito cedo para você... Nem anoiteceu ainda. O que você está fazendo em casa? Está se sentindo bem? — perguntou ela.

— Não, estou me sentindo bem. Maite me deixou sair mais cedo.

— O quê? General Perroni deixou você sair cedo?

— Isso mesmo. — Dulce entrou na cozinha e ligou a cafeteira.

— Muito estranho. O que está acontecendo? Ameaça de bomba no escritório? Algum marido enfurecido que sua chefe ferrou no tribunal?

— Nada disso.

— Então, o que foi? Qual foi o anjo que caiu do céu para que um milagre desses acontecesse?

— Espera aí, Annie. Maite não é tão carrasca assim. Ela só gosta de trabalhar duro.

— Ela gosta que você trabalhe duro. Isso, eu sei.

— Mas ela gosta do meu trabalho e me paga bem.

— Ah, tá...

— Você não simpatiza com ela, não é?

— Aquela mulher é dura feito pedra. Talvez seja necessário ser assim para tornar-se uma boa advogada hoje em dia, mas garanto a você que, se eu fosse homem, jamais me casaria com ela.

Apesar de Dulce achar que Anahí estava sendo um pouco exagerada, pensou que talvez Maite não tenha sido a melhor pessoa para lhe aconselhar sobre Rodrigo. Mostrava- se cínica em suas opiniões sobre a vida, os homens e sexo. E rotulara Dulce de romântica idealista, mas ela achava bem razoável esperar que o homem que se ama e retribuir esse amor, sendo fiel.

— Pelo amor de Deus, você vai me dizer por que chegou em casa cedo ou vai ficar parada feito estátua? — explodiu Anahí, impaciente.

— Não tenho muito tempo — respondeu Dulce, colocando duas fatias de pão na torradeira. — Preciso arrumar minhas coisas e sair antes das 15h, mas estou morrendo de fome.

— Arrumar suas coisas? Sair antes das 15h? Estou cada vez mais curiosa.

— Se você quer saber de tudo nos mínimos detalhes, pare de fazer tantas perguntas — advertiu Dulce, já com a sensação de que Anahí também não seria boa conselheira. Ela não levava nada muito a sério.

— Mínimos detalhes? Conta, conta logo. Juro que não digo nem mais uma palavra — concordou ela.

Dulce suspirou quando viu a ansiedade da colega. Contar-lhe tudo ia ser perda de tempo, mas Anahí não a deixaria em paz até saber de tudo o que estava acontecendo. Do mesmo jeito que Karla no trabalho, ou Betty em casa.

Achava que a maioria das mulheres tinha uma tendência natural para conversar e fofocar. Mas, Dulce não era assim. Era tímida e reservada, principalmente no que se referia aos seus sentimentos mais íntimos.

Às vezes, Dulce achava que a imagem que ela projetava não era real. De vez em quando, ao se olhar no espelho, o que via era ainda aquela adolescente gordinha, retraída e calada.

— Dulce, desembucha, pelo amor de Deus!

— Calma. Estou pensando por onde começar.

— Comece de onde quiser. Mas comece logo!

Contar para Anahí toda a história levou menos tempo do que para Maite, provavelmente porque ela não o fez entre lágrimas.

— Não acredito! — despejou Anahí. — Rodrigo traiu você com uma vadia loira só porque era gostosona? Não faz sentido. Quero dizer, ele nunca me deu sequer uma olhada diferente nas vezes que esteve aqui. E eu também sou uma loira que chama atenção.

— Mas, não vamos esquecer que ele confessou o que fez Annie — ressaltou Dulce.

— Mas, é claro, só foi sexo. E a mulher se jogou em cima dele. Praticamente arrancou as roupinhas do coitadinho. Ele foi surpreendido e não pode se segurar! — Só posso lhe dizer uma coisa, Dulce: Rodrigo é louco por você.

— Ele não para de dizer isso. Mas me explica uma coisa. Já aconteceu de você gostar de um cara e, de repente, conhecer um outro e ficar tão enlouquecida a ponto de querer transar com ele?

— Claro que já! Quando conheci Derrick, estava namorando Alex que é um tesão, pode acreditar. Mas quando vi Derrick, despachei Alex na hora!

— Mas você não gostava desse Alex, não é?

— Bem, isso não vem ao caso, porque Derrick é muito melhor na cama — acrescentou ela marota.

— Você não tem jeito. Nunca leva nada a sério.

— E você, Dulce Saviñón, leva tudo muito a sério. Olha, sua chefe tem razão. Acho que você devia perdoar Rodrigo. Ele não continuou com a loira depois que voltou do congresso, não foi? E ela deve morar em Sidney para ter aparecido no Rockery.

— Não, acho que não. Rodrigo ficou chocado quando a viu — continuou Dulce, mordendo a torrada. — Acho que ela estava aqui de passagem. Talvez o velho que estava com a vadia fosse pai dela.

— Então dá um chute nele. Veja o que é melhor.

— Desmanchar com ele, não é a melhor solução. Vou me sentir triste e solitária sem ele.

— Bobagem! Você é bonita. Vai encontrar outro logo, ainda mais se começar a sair comigo. Vai chover tanto homem, que você nem vai saber quem namorar primeiro.

— Mas eu não quero namorar outro! — disse Dulce frustrada. Só quero que as coisas voltem ao que eram. Ao lado de Rodrigo.

— Então, dê-lhe uma segunda chance. E já que você vai fazer isso, qual é a razão de se enfiar numa praia não sei onde para passar o fim de semana? Fica por aqui mesmo, diz para o amado que o perdoa quando ele aparecer à noite, e passa o fim de semana na cama, tirando o atraso.

— Nem pensar! Rápido desse jeito, nunca! Rodrigo merece sofrer um pouquinho.

— Essa não parece você, Dulce. Parece mais sua chefe falando. Acho que ela tem razão sobre fazê-lo sofrer. Aposto que ela e o maridinho são chegados a sessões sadomasô. Sabe como é: chicotes, roupa preta de couro e alguém de escravo. Mas, é claro, ele seria o escravo e ela ficaria com o chicote na mão.

— Não seja boba! Gente normal não faz isso.

— Aí é que você se engana. Um monte de gente normal gosta disso. Nem que seja de leve. Rodrigo nunca quis amarrá-la?

— Imagina! Claro que não!

Que idéia! Já era complicado para ela tirar a roupa... Só de pensar em ficar nua e ser amarrada a deixava toda arrepiada.

— Derrick vive querendo me amarrar—confidenciou Anahí. — Acho que um dia desses vou deixar.

— Ficou maluca? E se ele... Ele fizer coisas que você não quer?

— Você está certa. É preciso confiar muito para deixar ele me amarrar. Ainda não confio tanto assim em Derrick. Acho que vou fazer o contrário: eu é que vou amarrá-lo! — concluiu ela, gargalhando.

— Você é louca mesmo.

— É isso aí. Você devia ter umas aulinhas comigo. Agora, se fosse eu, não me enfiaria em uma prainha lá em Deus-me-livre. Iria para algum lugar bem agitado onde eu me esbaldasse. Faria Rodrigo experimentar um pouquinho do mesmo remédio que ele tomou.

— Mas eu não sou desse jeito, você sabe — disse Dulce.

Deve ser ótimo não esquentar a cabeça.

— O que também é ótimo, porque, senão, não gostaria tanto de você como eu gosto — contemporizou Anahí. — Não dá bola para o que eu falo Dulce. Posso ser sacana de vez em quando. Por que você acha que quero casar com um homem mais rico que meu pai? Pois quero provar uma ou duas coisas para aquele pão-duro. Se ele queria que eu me formasse para ter uma carreira, por que não me disse logo? Eu teria me esforçado quando ainda era tempo. Não teria de sobreviver tirando fotos de qualquer tipo de roupa, nem teria de aturar os comentários dos homens só porque sou modelo de lingerie!

Dulce olhou espantada para a amiga. Nunca tinha percebido quanto o pai de Anahí a magoara.

— Desculpe-me — murmurou Anahí. — Você já tem problemas demais. Não precisa ouvir os meus.

— Eu não sabia que... Não sabia que você tinha esse sentimento sobre seu trabalho, nem que os homens a tratavam diferente.

— A maioria não é assim. Mas hoje cruzei com um idiota, quando estava numa sessão de fotos, e ele simplesmente me ignorou. E olha que eu estava na cara dele de calcinha e sutiã de renda preta.

— Quem era ele?

— Um desses caras que vem do nada e ficam milionários. Ele comprou a revista de moda para a qual eu estava fazendo as fotos. O sujeito acha que estava abafando. Mas meu pai é dez vezes mais rico!

— Era bonitão?

— Acho que sim. Olhos verdes... E um corpão, para alguém que já passou dos 30. Mas que arrogância!

— Você se sentiu atraída por ele.

— Eu não!

— Claro que sim. E ficou enfurecida porque ele não lhe deu bola.

— É... Pode ser.

— Você vai vê-lo de novo?

— Duvido.

— Você vai fazer outras fotos para a tal revista?

— Semana que vem. Meu agente me ligou hoje falando "disso. Já tinha uma outra garota para fazer, mas ela ficou doente e eles querem que eu a substitua.

— Que coincidência!

— Você acha que...

— Pode ser que sim, não é? A maioria dos homens, pelo menos, teria olhado para você, Annie. Ainda mais, você estando quase nua. O fato de esse sujeito ter a ignorado quer dizer algo. Ou ele é gay, ou ele também gostou de você, mas não quer demonstrar.

— Meu Deus do céu! Que mente suja! — exclamou Anahí.

— Eu não era assim. Mas minha experiência com os homens está fazendo com que eu me revele. Agora, preciso ir de verdade, senão vou ficar presa no trânsito. Se Rodrigo ligar, diz que eu fui passar o fim de semana fora, mas que você não sabe onde.

— Ele não vai gostar.

— É isso aí. Estou a fim de briga. Por isso, vou cair fora. Preciso de tempo para pensar com mais clareza.

— As coisas nunca são claras em se tratando de homens, Dulce. Não dá para saber por que são tão cabeçudos. Ruim com eles, pior sem eles.

— Ah, posso viver sem eles — disse Dulce. — Já vivi antes, posso viver de novo. Só preciso decidir se é isso o que quero.

                                       ♥☺♥

Dulce está próxima a viajar! Eba! 

Já sabem o que fazer!

Quanto mais comentarem, mais eu posto. Não tem limites!

day: bem-vinda! Estamos pertinho, viu!

melissa: bem-vinda, que bom que está gostando!  

    Bjus