Fanfic: Just A Little Sex vondy | Tema: romance, comédia e muito hot

Christopher acordou sobressaltado, com a sensação de que algo estava errado. Olhou para o lado e viu o que era. Dulce não estava mais lá.

— Dulce? — chamou ele. — Dulce, você está aí? Nenhuma resposta. Nenhum som, a não ser o das gaivotas e das ondas batendo na praia.

Christopher pulou da cama e correu até a janela por onde poderia ver a casa de Christian e a estrada. O carro dela não estava mais lá. Dulce partira para Sidney! De volta para os braços de um homem que não a amava. Para a vida que a fazia infeliz.

Ela estivera no céu na noite passada. E ele também. Nunca conhecera uma garota como Dulce. Ela era tão... Não conseguia encontrar palavras para descrevê-la. A única coisa que sabia era que jamais sentira algo parecido.

Uma noite só não tinha sido o suficiente. Mas ele teria de se contentar...

Dulce decidiu deixar para trás o que eles curtiram naquela única noite. Correr atrás dela seria ridículo. Porém, era o que queria fazer.

— Não se comporte feito um bobo apaixonado agora — murmurou ele, jogando-se na cama. — Você não está a fim de envolvimentos, portanto fique feliz com o que houve e esqueça-a.

Mas esquecer Dulce não era fácil, ainda mais com seu cheiro nos lençóis. Contudo tirá-los da cama não resolveria o problema. Dulce continuaria lá, em sua cabeça.

— Acorde, cretino! Você não significa nada para Dulce. Dormir com você foi um impulso. Ela estava se sentindo só e mal amada, e você estava ali, à mão. O que houve ontem à noite não significou nada para ela. Admita e esqueça-a.

Mas mesmo assim, sua memória o forçava a recordar. Ele não fazia amor tantas vezes numa única noite há muito tempo. Jamais conhecera uma garota tão sensível. Ficou surpreso com suas reações. Os gemidos quando a penetrou.

Esses sons eram viciantes. Ele não queria parar de ouvi -los. O ego de Christopher foi às alturas pela intensidade — e freqüência — dos orgasmos de Dulce.

Será que ele estava se iludindo ao pensar que ela não sentiria tanto prazer nos braços de outro homem? E seria também ilusão achar que ele também não conseguiria o mesmo prazer com outra mulher?

Já fizera sexo com várias garotas. Provavelmente, o único motivo pelo qual fazer sexo com Dulce tinha sido tão bom era o jejum de seis meses. Ele tinha de contextualizar o que tinha acontecido: fora apenas um encontro estritamente sexual.

Christopher cogitou sobre esse último pensamento. Mas, se foi um encontro estritamente sexual para Dulce, por que ela não ficou para repetir a dose?

A viagem de volta para Sidney foi tranqüila e rápida, o tráfego não estava intenso e o tempo bom. Eram 1oh quando entrou no apartamento.

Annie saiu do quarto, vestida em seu pijaminha azul.

— Quando você disse que pegaria a estrada cedo, não achei que seria tão cedo. — disse ela, afastando os cabelos do rosto. — Não se preocupe Derrick não está. Não deixei que ele ficasse ontem à noite. Mas, essa já é outra história. Que tal um café?

— Boa idéia — disse tentando sorrir.

— Você parece cansada — comentou Annie. — Dormiu pouco ou a estrada estava ruim?

— Um pouco dos dois. — Ela não ia contar nada... Sobre Christopher.

Não que Annie fosse se surpreender, seria até bem compreensiva. Seria também muita curiosa e perguntaria sobre todos os detalhes sórdidos. Dulce não queria reviver a noite mais vergonhosa de sua vida. O único aspecto positivo no seu comportamento execrável era a perfeita compreensão do que Rodrigo queria dizer com "encontro só de sexo".

— E o que foi que você decidiu sobre Rodrigo? — perguntou Annie enquanto fazia café.

— Vou perdoá-lo. Isto é, se ele me perdoar.

— Perdoar você, por qual motivo?

Várias imagens vieram à mente e ela se esforçou para não enrubescer.

— Por viajar sem lhe falar nada. Ele não ligou, nem passou por aqui?

— Nem sinal dele.

— Deve ter ligado para o escritório sexta-feira à tarde. Vou ligar para Maite mais tarde para saber. E que história é essa de não deixar Derrick dormir aqui? — perguntou ela, mudando de assunto.

— Ah, ele começou a dar uma de ciumento ontem. Você sabe que eu não suporto isso. Ele me irritou a noite inteira e, no fim, eu simplesmente não estava a fim de dormir com ele. Mas ele nem ligou!

— Será que não está arranjando um motivo para terminar com ele?

— Ué, por que eu faria isso?

— Por causa daquele cara, o rico.

— Talvez esteja certa. Tenho pensado muito naquele arrogante. Acho que não me ligo mais no Derrick.

— Seja honesta, Annie. Você mesma disse que quando começa a gostar de um homem, o outro já era. 

— Isso mesmo, você está certa. É difícil transar com um cara quando está pensando em outro.

Dulce logo pensou em Christopher. Por quanto tempo ela pensaria nele? Jamais, tinha de admitir. Uma transa daquele tipo era inesquecível. Mas continuava sendo só sexo.

Dulce não era ingênua. Deixara de ser. Sabia exatamente o tipo de homem que Christopher era. Um surfista. Sem ambições. Sua única preocupação era a próxima onda. Sem planos para o futuro, sem responsabilidades e compromissos. Naturalmente, não tinha nenhuma namorada fixa. Pode ser que estivesse sem sexo por algum tempo, mas estava preparado, não é? Aqueles preservativos todos à mão, ali na gaveta...

Porém, nunca conhecera um homem que fizesse amor tantas vezes em uma única noite ou que conhecesse tantas posições. Gostou quando ele a virou de lado e...

— Você aí, acorda! — chamou Annie. — Olha o café.

— Obrigada — agradeceu Dulce, disfarçando o que sentia. Maldito Christopher! Por que era tão bom de cama? Ainda bem que ele vivia na Praia Escondida.

A campainha tocou.

— Está esperando alguém? — Dulce perguntou.

— Não. E não estou vestida, não posso atender. Se for Derrick, diz que fui para casa dos meus pais. — E escapou para o quarto, levando o café com ela.

O coração de Dulce começou a bater forte enquanto se aproximava da porta. Não podia ser Christopher. Mesmo assim, desejava que fosse ele.

Não era Christopher, era Rodrigo. Ficou olhando por um momento, pensando que ele não chegava aos pés de Christopher.

Quando Rodrigo devolveu o olhar, Dulce de repente se deu conta de que não estava maquiada, nem com o cabelo arrumado. Tomara um banho depois de levantar, vestido short e camiseta com muito custo.

— Então, eu tinha razão — rompeu ele, entrando no apartamento. — Você não foi para lugar nenhum passar o fim de semana. Aquela infeliz da Maite me garantiu que sim quando passei por lá na sexta-feira à tarde, e eu acreditei nela. Mas minha Dulce não faria uma coisa dessas.

A intenção de Dulce em ser compreensiva e magnânima foi por água abaixo:

— Eu realmente fui — informou ela, mordendo a língua para não dizer que tinha feito muito mais: tinha feito sexo e mais sexo com um cara muito melhor na cama do que ele!

A culpa tomou conta dela quando teve esse pensamento. Pois, para falar a verdade, Rodrigo não era tão ruim na cama. Tinha sido diferente com Christopher. Ficou mais relaxada, e conseqüentemente, go/zou mais...

— Acabei de chegar.

Ele a examinou dos pés à cabeça.

— Parece cansada. Será que posso perguntar de onde chegou? Ou não vai me contar como castigo?

— Não é castigo, Rodrigo. Sinceramente. Eu precisava de tempo para pensar.

— Então me diz onde você foi.

— Que diferença faz?

— Faz diferença sim, principalmente se quer que a gente volte.

Dulce retesou-se.

— Não gosto de ultimatos.

— E eu não gosto de ser enrolado. Ou você gosta de mim ou não gosta. Já me desculpei pelo que aconteceu em ne e também já prometi que não vai acontecer mais. Não posso fazer mais nada. Agora é com você. Então pergunto, para onde você foi afinal?

Por uma fração de segundo, Dulce sentiu-se tentada a mandá- lo embora. Mas se lembrou de como a vida seria solitária sem ele. Ela não teria futuro com homens como Christopher.

— Fui para uma prainha perto de Port Stephens — confessou ela. — Fiquei num... Num hotelzinho.

— Ah, sei. — Ele inclinou a cabeça para o lado e deu um sorriso especial. — Sabe de uma coisa... Acho que prefiro seu cabelo desse jeito. Não havia percebido que era ondulado assim. — Ele estendeu a mão e pegou um cacho, enrolou com o dedo e pôs atrás da orelha. — Você devia deixá-lo assim nos finais de semana. Fica muito sensual. Você está muito sensual. Está sem sutiã, não é? — perguntou ele, a mão deslizando por baixo da camiseta na direção do seio esquerdo. Ela arfou quando ele tocou o mamilo que ainda doía por causa da noite anterior.

— Puxa Dulce, estava com saudades de você — disse ele, passando a mão pela cintura dela e abaixando a cabeça para aninhar-se no pescoço. — Não existe ninguém como você. Fiquei feliz por você não ter dormido por aí, por ser tão doce e carinhosa.

Um gemido escapou. Mas era mais de desconforto do que de prazer. A cabeça dela parecia arrebentar. Quando os lábios dele encontraram os dela e a língua dele quis invadir a boca, ela se afastou.

— Não! — gritou ela.

— O que foi? — Ele estava surpreso e logo ficou bravo. — Mais castigo, Dulce? E isso?

— Não, claro que não — respondeu ela, tremula. — Só não estou a fim. É muito... Cedo ainda. Preciso... Preciso de mais tempo. Não consigo tirar da cabeça você aquela loira. — O que realmente era verdade até sexta-feira. Agora, o que não conseguia esquecer era dela com Christopher.

— E quando vai deixar de ser cedo?

— Não sei.

— Não se faça de vítima para levar vantagem. Estava gostando do que eu estava fazendo. Seu mamilo ficou duro como uma pedra.

Ela não tinha coragem de dizer a verdade, que não era ele que a excitou.

— Eu amo você, Dulce. Preciso de você.

— Isso é uma ameaça?

— Não, é a verdade. Quando um homem ama uma mulher como você, ele quer fazer amor com ela.

Dulce ficou observando- o. Ele tinha razão. Então, por que ela não queria mais fazer amor com ele? Se ela o amava, deveria sentir vontade.

— Olha, Dulce sei que a magoei. Entendo que precise de algum tempo para esquecer e me perdoar. Que tal deixá-la em paz esta semana para refletir?

— Boa idéia.

— Mas, no próximo sábado, vou dar uma das minhas festinhas, e gostaria muito que estivesse lá comigo para receber os convidados, como nas últimas vezes. Não quero ficar explicando a ausência da minha namorada para os outros. Faria isso por mim?

— Claro. Estarei lá.

— Você é um doce. E poderia cuidar da comida e dos outros detalhes? Você sabe, tenho de trabalhar aos sábados. É o dia mais movimentado da semana.

— Se você quiser...

— Se eu quero? Estaria perdido sem você. Você organiza tudo tão bem. E com certeza, até lá, vai querer passar a noite comigo.

— Pode ser.

— Prometo que não vou pressionar.

— Desculpa por estar sendo tão difícil.

— Tudo bem, querida. Eu entendo. A culpa foi minha.

Dulce queria que ele não dissesse isso. Fazia-a sentir-se péssima.

Rodrigo tirou do bolso cinco notas de cem dólares.

— Tome, compre um vestido maravilhoso para a festa — disse ele.

— Não, não, de jeito nenhum. Não posso aceitar — protestou ela, recusando-se a pegar o dinheiro.

— Mas por que você nunca aceita? — Ele parecia perplexo. Não era a primeira vez que ele comprava roupas para ela, e ela nunca recusara antes.

— É que...

— Não seja tola — disse ele, enfiando o dinheiro nas mãos dela. — Só não compra algo muito insinuante. Não quero todos aqueles playboys compradores de cobertura babando pelo seu corpinho lindo. Mas sei que você não se sentira atraída por nenhum deles. Isso é o que mais gosto em você: seus valores conservadores. Confio em você de olhos fechados. Bom, vou indo. Telefono para você antes de sábado. Está bem assim?

— Acho que sim.

Ele a beijou no rosto e saiu. Lágrimas encheram os olhos de Dulce quando a porta se fechou.

Confio em você de olhos fechados. Ah, Rodrigo, se você soubesse...

                              ♥☺♥