Fanfic: αpenαs você e eu;

A missa de corpo presente foi realizada pontualmente às dez horas da manhã. Convidados vestidos de negro, com olhares perdidos e feições apáticas passeavam pelo local escolhido para o velório.
Alguns ainda falavam: - era uma linda mulher; uma ótima amiga; eu adorava! De fato, era assim; era uma pessoa sem igual que naquela tarde de um dia de outubro, não teve uma grande sorte.
Passeava calmamente pela calçada; um sorriso amplo nos lábios indicavam o estado de espírito. Estava feliz, e para que omitir? Entrou no banco para fazer uma pequena retirada... e saiu com a ajuda de uma maca e de olhares preocupados com a sua vida.
Dentro do lugar um rapaz estranho, que vestia roupas com o mesmo tom dos que estavam na missa, entrou no recinto acionando o estridente som do alarme anti-metais. Todos olharam curiosos; o que carregara que fizera este barulho ensurrecedor?
Uma arma, automática, calibre 42; era isso que possuia escondido no bolso externo do casaco de couro falsificado. Alerta, após o alarme, puxou pelo braço a última pessoa que entrara no banco antes dele. Apontou a arma em sua cabeça, ordenando que os demais agachassem e ficassem quietos, enquanto uma das balconistas guardava em uma mochila a prova do crime.
A moça, assustada, pousava as mãos na barriga, que tinha um certo volume, impossível de ser percebido pelo enorme casaco que vestia; era uma tarde fria. Contia as lágrimas, pensando apenas no marido adorável que a esperava em casa para o jantar. Mostrava-se calma, acompanhando os movimentos do senhor armado com cautela.
De repente, um dos seguranças tomou a iniciativa: em um ato desesperado, saltou sobre o assaltante, jogando-o no chão. Um alto som de disparo foi ouvido, a arma estava devidademente arrumada para qualquer eventualidade.
Os mais próximos a cena tocaram-se tentando sentir o contato da bala ou o sangue quente deslizando pelo corpo, porém nada sentiram.

O segurança conseguiu imobilizar o meliante, prendendo-o com as algemas, entretanto uma poça de sangue lhe chamou a atenção; provinha da moça estirada no chão. A bala não a atingira na cabeça, porém ultrapassou lateralmente, e quase que fatalmente, seu peito, devido a enorme movimentação do impulso do segurança.
Gritos de pedidos de socorro e o desespero tomava conta do lugar, mas nada além poderia ser feito, o corpo definhava e entrava em uma hemorragia complicando o estado geral da mulher.
Se via deitada no chão, com as mãos pousadas devidamente, uma no peito, profundamente ferido, e outra na barriga, ainda tentando proteger o ser que vivia ali.
Outro som estridente foi ouvido; sirenes de ambulâncias, bombeiros e polícia era ecoada por todo o quarteirão. Os primeiros socorros foram feitos, mas precisariam de rapidez caso quisessem salvar alguém.
Mas uma vez um barulho irritante era ouvido; só que um pouco longe dali. Christopher terminava de preparar o jantar, como em toda sexta-feira. Era sempre assim, para ele e a esposa, a sexta-feira era sagrada. Christopher fazia um maravilhoso jantar, que degustavam entre uma conversa despojada e sorrisos que ecoavam pela casa e logo em seguida gastavam toda a energia consumida em uma noite de amor em que só paravam quando não mais pudessem se mover.
Porém, ela estava demorando, e aquele 'trim' irritante do telefone o fez ter esperanças sobre o paradero da esposa. E de fato era:
[xxx]: Senhor... von Uckermann?
[Christopher]: Pois não?
[xxx]: Chamo do Hospital San't Marrie.
E isto foi o suficiente para a respiração falhar e o coração apertar no peito. A notícia foi dada pessoalmente uma hora depois, na sala de espera do hospital.
[xxx]: Sinto muito - disse o doutor Santander após revelar o ocorrido - porém, creio que tenho um motivo de alegria.

Levou-o para a outra ala do hospital; tons mais coloridos e desenhos de bivhinhos na parede confirmavam que era a ala infantil. Ainda se via chocado com a revelação anterior, mas até a 'ficha cair', não conseguiria demonstrar qualquer reação.
Pararam em frente a uma janela ampla de vidro, e o doutro Santander apontou a uma das crianças.
[Dr. Santander]: Apesar do pouco tempo de gestação, apenas cinco meses e meio, ela parece ser forte.
Era uma menina; linda e pequenina menina. Fruto de um amor inatingível. Estava mais ao fundo, coberta por fios e uma aparelhagem altamente moderna e qualificada para mantê-la viva. Pelo curto tempo de gestação, alguns dos órgãos não tem a formação completa ainda e isso leva tempo para acontecer. Talvez ela ficaria ali durante alguns meses até ter forças o suficiente para seguir a própria vida.
Olhar aquele pequeno ser o fez comover, uma lágrima escorregou por seu rosto.
[Dr. Santander]: Pode vê-la de mais perto se quiser - tocando-lhe o ombro - só peço que seja outro dia, ela ainda precisa de muitos cuidados.
[Christopher]: E minha esposa? - olhando fixamente a criatura que ajudara a formar.
[Dr. Santander]: O seu plano de saúde 'cobre' todos os custos, não se preocupe. O restante o próprio hospital resolve.
Preocupar-se? Ele nem conseguia completar o próprio nome mentalmente quanto mais se preocupar com burocracias. Secou o caminho da lágrima, pegando o celular e discando um dos números da memória.
[Christopher]: Mãe? - com a voz abalada.
[Alexandra]: Christopher? Que foi?
Ele nem respondeu. Uma dor em seu peito impulsionou todas as lágrimas para fora. Chroava em desespero, sentindo que cada lágrima que caía, levava consigo toda uma vida.
[Alexandra]: Chris?