Fanfic: αpenαs você e eu;

1 mês a mais se passou. Aquilo que era dúvida, se concretizou. Dulce despertara naquela manhã de sábado com o coração na mão. Estava anciosa. Nesse sábado, a pequena Giulia teria alta. O pai e os amigos estavam também anciosos, afinal, eram 3 meses de espera para que a menina se recuperasse. Aquelas especulações de que a menina, talvez, não sobreviveria foram deixadas para trás. Só havia espaço para alegrias e sorrisos no rosto de cada um.
Levantou-se indo diretamente ao banheiro, banhar-se. Christopher a encontraria em frente ao prédio, onde morava há pouco mais de 2 semanas, para levá-la ao Hospital onde encontrariam os demais. Logo depois, teria uma pequena reunião, somente com os mais intimos e amigos, para comemorar a, enfim, chegada de Giulia a casa que a ela pertencia.
Estava pronta em menos de meia hora, e em 5 minutos de espera, já ouvia o barulho da buzina do carro de Christopher abaixo de sua janela.
Pegou a bolsa e as chaves de casa, trancando-a antes de entrar no elevador. O encontrou com um beijo na bochecha para cumprimentá-lo.
Christopher falava durante o caminho, o quanto ancioso estava. Teria a filha em casa, e isso já era algo a que se festejar. Deu mais detalhes sobre a reunião após voltarem do Hospital.
Dulce sorria ao vê-lo assim. Era a uma das poucas vezes que ele demonstrava tamanha felicidade nos últimos meses.
Chegaram no Hospital rapidamente. Christopher tinha em mãos uma malinha com algumas roupas para vestirem em Giulia, queria ela uma princesa, como seria tratada daqui para frente.
Ela ainda era pequenina, mas isso era a menor das preocupações, depois de tudo que passaram para ela ficar saudável. Entregou a maleta a uma das enfermeiras do berçário e ficou com Dulce esperando-a no corredor.
[Christopher]: Não agüento mais esperar.
[Dulce]: E nem precisa, olha ali sua princesinha! - sorrindo.
[Giulia: http://img170.imageshack.us/my.php?image=bebeek8.jpg]

Christopher levantou-se esperando que a enfermeira chegasse mais perto com a menina. Olhou da enfermeira a filha, pegando-a delicadamente nos braços. Dulce pegou a maleta com a enfermeira e via como Christopher só faltava 'babar' pela filha.
[Dulce]: Vamos? - Christopher assentiu, sem nem levantar o olhar.
Caminhavam devagar até a saída. Alguns dos funcionários os cumprimentavam, afinal, foram 3 meses de vigilia pela menina.
Chegaram perto do carro e Christopher passou Giulia para os braços de Dulce, pois ele ia dirigir. Ela entrou, sentando-se no banco detrás, tudo para não correr riscos com a menina. Colocou o sinto e esperou Christopher fazer o mesmo para partirem em direção a casa.
Chegando lá, a casa estava cheia, bom, com os amigos e as famílias presentes. D. Alexandra e D. Maite, choravam de emoção ao verem a neta.
[D. Alexandra]: Parece com o Christopher - com a menina nos braços.
[D. Maite]: Com os cabelos e o nariz de Maite.
Christopher sentou-se em um dos sofás, totalmente relaxado. Agora seria ele e a filha, apesar de não estar preparado para tudo isso sozinho, correria todos os riscos e passaria por todos os obstáculos para cumprir uma promessa e para ser feliz.
[Christopher]: Cuidado com ela. - pegando-a dos braços de Christian - Minha filha não é corrimão pra passar não mão de todo mundo, não!
Todos sorriam. Alguns canapés e bebidas eram servidas, nada para embriagar, nem tirar totalmente a fome. Algum tempo depois, Christopher subiu com Giulia para o quarto que seria dela. Praticamente apresentou cada cantinho a menina.
[Quarto: http://img297.imageshack.us/img297/3939/foteventos01ad5.jpg]
Sentou-se em uma poltrona, que ficava do outro lado do quarto, ninando-a e demonstrando todo o amor que sentia por ela.
[Christopher]: Eu não sei como vou fazer daqui pra frente - passando o polegar pelo rostinho da filha - só sei que nunca vou te deixar, ouviu? - sorriu - Sempre vou estar com você. Sempre.

Christopher falava enquanto acariciava o rosto da filha, e nem percebeu que alguém os observava. Dulce suspirou, chamando a atenção de Christopher que virou o rosto em direção a porta. Sorriu ao vê-la ali.
[Christopher]: Vem cá!
Ele a chamou e ela se aproximou calmamente, sentando-se no encosto de braço da poltrona.
[Dulce]: Foi lindo o que você disse.
[Christopher]: Não disse nada demais - voltando a atenção a filha.
[Dulce]: Disse tudo que ela precisaria ouvir.
Christopher levantou a mirada e eles se encararam por um tempo. Levantou-se da cadeira, deixando a filha dormir sossegada no berço.
Dulce continuava no mesmo lugar, apenas observando as ações dele. A cada momento aquilo que um dia omitia em seu interior, estava criando asas maiores, e a deixando sem respirar. Puxou o ar com força e o soltou logo, tentando dar uma sequência em sua respiração, mas quando ele voltou a se aproximar, e a sentar de novo na poltrona; além de sua respiração falhar, seu coração parou.
[Dulce]: E você falou com a enfermeira - tentando puxar um assunto qualquer, que não a forçasse a pensar no que sentia.
[Christopher]: Falei, ela vem amanhã cedo. O quarto dela já ta até arrumado. - levantando a mirada a Dulce, que sentiu as pernas falharem. Estava a ponto de desmaiar.
Era sempre assim, pelo menos sim no último mês. Cada vez mais perto dele, e cada vez ele mais perto dela; mas sabia que só era coisas de sua cabeça e coração e que ele, provavelmente, não sentiria o mesmo. O entendia. Oh como o entendia, mas a vontade de sentir aquele toque firme por sua pele, deixando-a arrepiada; e o beijo gostoso fazendo-lhe faltar o ar, às vezes nem a deixava dormir.
Foi diversas vezes ao túmulo de Maite, pedir perdão pelo que sentia, e já chegara a sonhar com a resposta o que a deixou surpresa. Sem nem perceber, levantou uma das mãos e a depositou sobre o rosto macio de Christopher passando os dedos pelo rosto e boca que tanto sonhara tocar e beijar.

Christopher a olhava sem entender, parecia que estava hipnotizada.
[Christopher]: Dulce...?
Despertou no susto, com o que estava fazendo. Dando um pulo da poltrona, ficando de pé de costas a ele. Xingava-se inúmeras vezes de burra e estúpida, por ter se levado por seus sentimentos e esquecido da razão. Estava tocando-o sem a menor preocupação como se aquilo fosse a coisa mais normal entre os dois. Queria um buraco para enfiar-se e sumir da vista dele, mas nem conseguia se mover tamanha a vergonha que sentia.
[Christopher]: Dulce? - levantando-se e tocando o ombro dela, tentando vira-la para encará-lo, mas ela nem se movia - O que foi?
[Dulce]: Nada, Chris. Perdão!
Saiu correndo dali, sem nem olhar para trás e/ou para ele. Desceu as escadas correndo e se não fosse por Zoraida, que percebeu o estado da amiga, teria ido embora sem nem se despedir.
[Zoraida]: Dulce? Que foi? - percebendo que ela chorava - Vem comigo.
Acenou para Anahí, que com seus 7 meses de gestação estava sentada em um sofá, totalmente confortável. Mas ao ver o estado de Dulce, levantou-se rapidamente seguindo-as até a cozinha.
[Anahí]: Que foi?
[Zoraida]: Não sei, ela não responde - foi até a geladeira, pegando um pouco de água para ela beber e tentar se acalmar.
[Anahí]: Fala Dul, que foi?
[Dulce]: Me apaixonei.
[Zoraida]: E por quem?
[Anahí]: Ai meu Deus! - com a mão na boca.
[Zoraida]: Que foi você também?
[Anahí]: Pelo Chris?
Dulce abaixou a cabeça envergonhada, estava perdida, era fato.
[Zoraida]: O Chris? É sério? - ela assentiu.
[Anahí]: Eu já tinha reparado alguns olhares seus, mas não pensei que fosse... se apaixonar.
[Dulce]: Nem eu imaginei, mas... tem como não se apaixonar? - as três sorriram - Ele é totalmente lindo, perfeito... vocês tinham que ver lá em cima com a Giu.
[Zoraida]: Ta mesmo gamada, hein?
[Anahí]: Vai pra cima, fala pra ele!
[Dulce]: Ta louca? Ele ainda ama a Mai, e eu era a melhor amiga, o que ele pensaria de mim?

[Anahí]: Que você pode ser a outra metade da maça, já que a Mai era a da laranja. - ela riram - Sério Dul, não oprima seu sentimento por medo.
[Dulce]: Só acho que ele precisa de mais tempo pra ver que pode se apaixonar por outra, mesmo que não seja por mim.
[Zoraida]: Pode ser, mas... só aceito você!
[Anahí]: Igualmente. - riram.
Voltaram juntas para a sala de estar, Christopher havia descido e encarou Dulce quando a viu sair da cozinha.
[Zoraida]: Seja forte - sussurou para Dulce ouvir.
Ela respirou fundo, também o encarando. Sentou-se no sofá, com Zoraida ao seu lado.
Aos poucos foi diminuindo o número de pessoas no local, ficando apenas os amigos conversando. Anahí chamou Dulce e Zoraida para subir e ficar um pouco com Giulia e logo estavam as 3 na escada.
[Christian]: Para de babar! - rindo.
[Christopher]: E como não babar? Minha filha é linda!
[Alfonso]: Acho que ele falou da Dulce e não da Giulia, não parou de olhar pra ela um só minuto.
[Christopher]: Nada a ver! É que tem um lance me encucando.
[Christian]: Que houve?
[Christopher]: Quando fui levar a Giu, a Dulce subiu, e bom, do nada ela tocou meu rosto e ficou me encarando... e quando 'acordou', nem olhou pra minha cara.
[Alfonso]: Xiiiii!
[Christian]: Tem boi na linha - rindo.
[Christopher]: Traduz.
[Alfonso]: A Dulce...
[Christian]: ... gamada em ti! Só cego não percebia!
[Alfonso]: Eu percebi! E você Christie?
[Christian]: Também!
[Christopher]: Ela não pode ta a fim de mim!
[Alfonso]: E porque não?

[Christopher]: Porque não! Eu... não sei se poderia corresponder.
[Christian]: E porque? Você é um homem, ela é uma mulher...
[Alfonso]: Apoiado!
[Christopher]: Mas mal fiquei viúvo, tenho uma filha pra cuidar... e a Dulce era melhor amiga da Mai!
[Alfonso]: E daí? Já fazem 3 meses, sabemos que doeu e doí muito pra você, que você amava muito a Mai, mas não pode fazer disso sua vida. Você só tem 26 anos! Tem muita coisa pela frente a viver.
[Christian]: Fora que a Dulce adora a Giu, e seria uma ótima 'mãedrinha' - sorrindo.
[Christopher]: Eu não posso força algo com ela, não quero feri-la se não sinto nada.
[Alfonso]: Tem certeza que não sente? E mesmo, assim... se você não se abrir as oportunidades, nunca vai sentir!
[Christian]: Só basta você querer!
Christopher ficou pensativo. Mas será que ele realmente queria? O que sentia por Maite, sabia que nunca sentiria por mais ninguém, mas e se houvessem outras formas de amar que ele desconhecia? Se não se abrisse a isso, talvez nunca descobriria.

-

[Maite]: Quando eu morrer...
[Christopher]: Lá vem você com esse papo!
[Maite]: É sério, nunca se sabe o dia de amanhã.
[Christopher]: Okay, o que é então?
[Maite]: Se eu morrer, não quero que sofra.
[Christopher]: Ta pedindo demais.
[Maite]: Mas to falando de longo prazo. Não quero você preso a mim pra sempre, quero que viva!
[Christopher]: Ta falando em me casar de novo?
[Maite]: Sim!
[Christopher]: E se eu não me apaixonar?
[Maite]: Ai tudo bem... mas se acontecer... não fuja!
[Christopher]: Okay, prometido, satisfeita? - ela assentiu - Mas já que você só vai morrer de velhice com uns 180 anos - ela deu uma gargalhada - então, não se preocupe, okay?
[Maite]: Sim - sorrindo.
Juntaram os corpos, beijando-se calmamente. Maite acariciou o rosto do marido, acomodando-se em seu peito, e logo dormindo.