Fanfic:  ★Um sonho pra sempre ★●๋● vondy●๋●

— Você pode conduzir na volta. Não me importo com o que as pessoas vão pensar de mim. Só não vá muito devagar para não demorarmos a semana inteira.

  — Não se preocupe. Você não vai se arrepender — prometeu maite,  aceitando o braço de christian.

  — Ótimo.

  A entrada da casa do tio Egbert era cinza como todo o resto do mundo naquele momento. Era difícil distinguir onde acabava a neblina e onde começava a construção. Através de uma janela  retangular era possível avistar chamas de uma lareira que aquecia o cômodo, iluminando um sofá e uma poltrona.

  Foi a sra. saviñon que abriu a porta, surpresa em ver christian. Sarah teve de fazer um esforço sobre-humano para dar a impressão de que era uma surpresa boa vê-lo. Ela forçou um sorriso, mas foi incapaz de esconder o desprezo em seus olhos. Se christian fosse mais sensível ele teria ido embora no ato, depois da acolhida nada amável da tia.

  — Nossa, o que fazem aqui? Quero dizer, estão perdidos? — Ela sabia que havia sido indelicada e que não soubera escolher as palavras.

  — Nada disso. Vim fazer uma visita para meus tios favoritos.

  O rosto grande e rosado de Egbert apareceu por trás do da esposa.

  — Já lhe demos dinheiro, christian. Será possível que já gastou tudo?

  — Tio, que senso de humor! — christian riu. — Vim para comunicar meu noivado com esta adorável dama — disse ele, mostrando maite. Seu orgulho era evidente.

  A sra. saviñon pareceu um pouco mais feliz.

  — Que boas notícias — murmurou ela, tentando sorrir com naturalidade.

  O tio Egbert levou apenas alguns segundos para adivinhar que a visita não era somente para dar as boas-novas, mas também para saber do presente de casamento. Entretanto, não quis ser indelicado com a jovem dama que acabara de conhecer.

  — Meus parabéns — cumprimentou o tio Egbert.

  Os tios analisavam a moça, tentando adivinhar que tipo de mulher se casaria com christian. Se ela não estivesse presente, os dois teriam duvidado.

  — Podemos entrar? — christian perguntou, praticamente ensopado pela chuva.

  Houve uma certa hesitação antes que a porta se fosse aberta por inteiro.

  — Claro — disse a sra. saviñon. — Por favor.

  Os dois entraram molhando todo o tapete e não se mostraram nem um pouco incomodados. Foi quando o casal percebeu que a noiva era tão vulgar quando seu sobrinho.

  — O que temos para o jantar? — perguntou christian, indo em direção à cozinha sem a menor cerimônia.

  — Nós já comemos, meu caro. O jantar é cedo aqui na nossa casa — respondeu a sra. saviñon.

  — Mas tenho certeza de que  poderemos  encontrar um pouco de pão e mel — ofereceu Egbert, observando maite remover sua capa sem o menor cuidado com os tapetes.

  — Claro, querido. Pode deixar que eu mesma cuido disso.

  — Por favor, sentem-se — convidou Egbert. — E então, quando tomaram essa decisão?

  — Há muito tempo — maite respondeu. — Estamos noivos faz tempo.

  Após aquelas primeiras palavras da jovem, ele percebeu como ela conquistara christian. Ela era irlandesa. Como seu pai, christian havia escolhido uma irlandesa para ser sua esposa.

  Bem, pelo menos christian estava se casando.

  — Eu não sabia.

  — Bem, meus pais não aprovam, mas... — começou christian.

  — Nem os meus — maite interrompeu. — Eles têm tanta vergonha de christian que se recusaram a comparecer ao casamento.

  — Os meus também não irão. Eles dizem que é um grande erro e...

  — Na verdade estou pensando em não ir ao casamento — maite disse. — Estou pensando em boicotá-lo.

  — Eu também.

   Os dois caíram na risada.

   A sra. saviñon acabara de entrar na sala com um prato de pão.

   — É encantador recebê-los aqui. Temos tanto para conversar. Aceitam um pouco de chá? Você parece exausto querido — a sra. saviñon comentou enquanto servia o chá.

   — Como? — Egbert ainda estava olhando para maite. — Sim, querida, estou bastante cansado. Está quase na hora de nos recolhermos.

  — Mas são apenas sete horas! — comentou christian, perplexo.

  — É a hora em que costumamos nos recolher — Egbert garantiu. — Nós dormimos bastante.

  — Não se preocupem conosco — maite disse enquanto comia rapidamente. — Sabemos nos divertir sozinhos.

  — Que ótimo! — Marido e mulher trocaram olhares aterrorizados. — E para onde vocês irão depois?

  — A nenhum lugar —  christian disse. — Esta  é nossa única parada.

   — Que ótimo! — repetiu ele, entrando em desespero.

  Na verdade, nem sua esposa podia ter adivinhado o quão inconveniente a visita do sobrinho fora para Egbert. Não poderia haver noite pior para ele aparecer. Egbert tinha prometido se encontrar com Emma. Escapar de casa sem que Sarah notasse já era difícil, porém evitar ser ouvido por três pessoas seria demais. Ele só esperava que todos estivessem dormindo, e profundamente, quando saísse. E não havia como mudar o horário do encontro.

  Semanas atrás teria sido um absurdo Egbert querer se encontrar com Emma. Emma, a mulher que o havia traído de forma tão brutal. Ele havia planejado abandoná-la, não por não querer mais, e sim por necessidade. Por mais que Egbert tentasse, não conseguia esquecer o que Emma lhe dissera.

  Com o passar dos dias e das semanas, todavia, ele passou a sentir falta de sua amante. Na verdade, percebeu que o único jeito de acabar com o seu sofrimento era tocar a pele macia e beijá-la. Quando olhava para a esposa, Egbert sentia um grande carinho, mas nenhum tipo de desejo. E não queria ter de ensinar todos os seus gostos e preferências a uma nova.

continua

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