Fanfic:  ★Um sonho pra sempre ★●๋● vondy●๋●

  Os dias se passaram e a fome de dulce aumentava. maite lhe disse que estavam com  sorte, pois antigamente a comida vinha apenas uma vez por semana. Muitos prisioneiros morriam de fome durante a viagem. E os ingleses não queriam gastar dinheiro para transportar presos mortos. Portanto, a comida era pouca, mas vinha todos os dias.

  dulce  teria morrido de fome se tivesse feito um mínimo de exercício. Como ficava apenas deitada no chão, não gastava nenhuma energia.  Até as mulheres que gritavam mais Rito tinham parado, pois não tinham mais forças. Será que algumas haviam morrido?, pensou ela, temendo ter o mesmo destino.

  maite saía todos os dias quando Robin vinha buscá-la. dulce chegava a invejar a amiga por poder sair daquela escuridão e andar um pouco. Nem se lembrava mais como era ficar em pé. Suas costas doíam e seus músculos estavam retesados.  Será que maite  se deitava  em um colchão de verdade quando estava no tombadilho? Ah, como seria bom um pouco de conforto... Às vezes, ela pensava que não seria tão má idéia se deitar com um daqueles estranhos para poder esticar  o corpo em um colchão.

  A noção de tempo começava a se distorcer. Dias e noites eram a mesma coisa, uma vez que não havia luz ali dentro. dulce  conseguia dormir de vez em quando, mas não fazia idéia do quanto. Um dia, ela acordou com os gritos de uma mulher, que alegava inocência. dulce riu. Fazia tempo que não se importava mais com o fato de ser considerada culpada. Um carcereiro desceu e bateu na mulher até silenciá-la. dulce fechou os olhos diante  de tamanha  crueldade. Lembrou-se dos familiares da mulher se despedindo, dizendo que iriam até a Austrália para lhe fazer companhia.

  Ninguém acompanhara dulce. O amor de sua família terminara no instante em que o juiz a declarara culpada. Eles não eram capazes de compaixão. Seu pai nem aparecera no

julgamento. Deveria estar com uma das inúmeras amantes e não conseguira ser avisado a tempo. Sua mãe foi, mas saiu assim que tudo terminou, torcendo para que ninguém a tivesse visto ali. Os irmãos não puderam comparecer. dulce embarcou naquele navio sozinha, sem o carinho de familiares ou de amigos.

  Agora, tinha apenas maite em sua vida.

  — Dói? — perguntou ela um dia.

  — O quê?

  dulce apoiou a cabeça no ombro de maite.

  — Quando Robin vem buscá-la?

  — Ah... Você quer dizer que nunca...

  — Não.

  — Não, não dói não. Na verdade, é até divertido, desde que você não pense muito no assunto.

  — E como se faz isso sem pensar?

  — Prática.

  — Você já se apaixonou? — dulce estava quase inconsciente, apoiando todo o peso de seu corpo na amiga.

  Os olhos escuros de maite estavam distantes. Ela afagava os cabelos de dulce, ainda macios apesar da falta de água.

continua

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