Fanfic:  ★Um sonho pra sempre ★●๋● vondy●๋●

Por que ela resolvera aparecer justo naquela noite?

   — belinda, não é uma boa hora para visitas.

   Ela tirou o casaco com movimentos sensuais, revelando um vestido preto que acentuava suas formas arredondadas. Os cabelos negros estavam soltos e brilhantes, realçando ainda mais os olhos violeta.

   — Quero conversar com você — começou ela, diminuindo a distância entre ambos.

   belinda afagou o lábio machucado do médico.

   — Eu achei que tivesse colocado um ponto final na nossa história.

   — O que eu fiz para irritá-lo dessa maneira, christopher? — perguntou ela, cruzando os braços.

   Não queria ter aquele tipo de conversa com belinda. Conseguia pensar apenas em dulce.

   — belinda, você não fez nada para me irritar. Como já disse antes, eu decidi que não quero me casar por conveniência. Não costumo quebrar promessas, porém, decidi que nós dois merecíamos um casamento verdadeiro. Você é uma mulher muito bonita e encon-trará alguém que realmente a ame. Eu... Eu gosto de você, mas nunca existiu amor entre

nós.

   belinda podia escutar as palavras não ditas naquele discurso. dulce. Tudo envolvia dulce.

   — Soube que sua criada foi transferida. Sinto muito.

   — Como você soube? — christopher a olhou com suspeita.

   — anahi me contou — mentiu ela.

   — Obrigado pela preocupação — murmurou o médico, temendo perder a voz.

   — Ela era uma jovem muito bonita, não é, christopher? — berlinda apoiou-se em um dos quadris para ressaltar seus atributos.

  christopher percebeu a tática, porém não sentiu nenhum tipo de desejo.

  — Sim, ela é muito bonita. — Como conseguiria explicar para belinda que não eram os cabelos ruivos , nem os olhos verdes que o encantavam? Como poderia lhe explicar que dulce o transformara em um homem virtuoso novamente? Um homem capaz de confortar, um homem forte e... amável, como ela mesmo dissera. dulce precisara dessa amabilidade e acreditava nesse sentimento. Acreditava que havia algo de bom por trás daquele rosto duro.  belinda, por sua vez, gostava dele pelos mesmos motivos que ele gostava dela: ele podia ser malvado e selvagem e, juntos, os dois mergulhavam em um mundo de escuridão só deles. Era uma grande diversão, pensou christopher. Só diversão. Nada mais.

  — Muito bonita — ele repetiu.

  — Mas ela não merecia um homem como você.

  — belinda, por favor... Não comece.

  christopher não estava com humor para ser seduzido.

  — Não comece o quê? — perguntou, fazendo-se de desentendida. — Estou apenas tentando ajudar.

  — Não tente. Deixe-me em paz — pediu ele, virando-se para a janela, como se dentro de seu ser houvesse uma pequena esperança de vê-la caminhando pelo jardim.

  — Ela está bem — garantiu belinda.

  Ao ouvir aquelas palavras, o coração de christopher disparou. Ele tinha certeza de que dulce  não  estava nada bem. E muito menos ele.

  — Calma, christopher, não é o fim do mundo — disse ela, torcendo desesperadamente para que não fosse verdade, que christopher não estivesse tão apaixonado a ponto de achar que a perda da jovem fosse o fim do mundo. — A criada foi apenas transferida. Ela não foi morta.

  christopher teve uma visão que tentara evitar o dia todo. A imagem de dulce dormindo em uma cama estranha, de a estarem violentando. Um carcereiro sem coração segurando-a com firmeza contra a cama, vendo as lágrimas rolarem pelo lindo rosto e não sentir o menor remorso. E não haveria ninguém para protegê-la.

  — Você não sabe o que é ser um condenado — ele disse a belinda, exteriorizando um sentimento jamais revelado. — Você não sabe como  somos tratados. Você não sabe como as pessoas nos  enxergam. Acredite em mim, dulce preferiria morrer esta noite.

  belinda sentiu  ter  aberto uma brecha entre ambos. Era verdade, ela não era condenada. Todavia, sentia uma grande vergonha por ser prostituta. Será que christopher  achava que ela não sabia o que era ser tratada como um animal?

  — Como ousa dizer isso? — gritou ela, realmente incomodada. — Como você pode dizer que... que aquela jovem, que deve ter vivido em grande estilo durante toda a vida antes de ser presa, sabe mais do que eu sobre dor e ostracismo? Como, christopher? Como?

  Havia grande sinceridade no tom de voz de belinda.

  — belinda, você não entendeu direito — desculpou-se o médico, chegando mais perto. — Sei que a sua vida sempre foi muito dura, mas a vida de um condenado é bem diferente

dos pobres e oprimidos. A sociedade quer nos ver pelas costas.

  Saciada com aquelas palavras, belinda agarrou-se a um fio de esperança. christopher estava olhando para ela agora, e não para dulce. Ela o amava tanto que não perderia a oportunidade de chamar sua atenção.

  — Nós temos tanto em comum — disse ela, quase em desespero. — Você subestima a nossa compatibilidade.

  christopher não sabia como responder.

  — Que compatibilidade?

  — A compatibilidade que existe entre nós! — ela gritou furiosa. — christopher, não venha me dizer que nunca percebeu nada. Sei que nunca tivemos um relacionamento normal, que nós dois somos avessos às formalidades. Mas você já se esqueceu o quanto é bom quando estamos juntos? Não ouse negar. Quando fazemos amor, há algo além do desejo.

E você sabe muito bem disso.

continua

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