Fanfic:  ★Um sonho pra sempre ★●๋● vondy●๋●

Era demais! Robin segurou-a pelo braços e jogou-a dentro do veículo sem a menor preocupação com a perna machucada. dulce cerrou os dentes para controlar a dor lancinante. Não imaginara que pudesse doer tanto. Todavia, quando os cavalos começaram a andar, o momentâneo arrependimento passou. Tinha conseguido. Tinha conseguido se salvar. E não havia nada mais maravilhoso para um prisioneiro do que encontrar coragem para tomar uma decisão.

  A decisão correta.

  Foi uma bênção para dulce ter chegado quase inconsciente ao hospital de Sydney. Se Robin fosse um homem simpático, ele a teria advertido sobre o que a esperava. Os gritos dos pacientes eram ensurdecedores. Eram gritos desesperados, de pessoas que não queriam morrer. Uma perna quebrada era algo relativamente fácil de tratar, mas todos  sabiam que quem entrava no hospital da cidade para cuidar de uma doença mais grave não saía de lá. A quantidade de pessoas que morriam era  tamanha que havia uma série de

 corpos inertes amontoados à entrada. Eles não tinham como enterrá-los tão depressa.

  dulce quase não decifrava as falas das pessoas a sua volta.

  — Leve-me para casa. Eu não quero morrer!

  O cheiro do hospital lhe causava enjôos. Sujeira e pessoas mortas por todo o lado tornavam o ambiente insuportável. Era tão forte que dulce foi obrigada a respirar somente pela  boca, temendo vomitai".

  Ela foi colocada em uma maça, imunda com o sangue do último paciente. Robin a deixou ali sozinha, completamente abandonada e entregue ao destino. A dor era tanta que não conseguia nem raciocinar direito.

  Um médico estava lhe perguntando alguma coisa.

  — Ela entrou em choque?

  dulce observava a preocupação do médico, porém não conseguia responder. Mesmo assim, ela insistiu em mexer os lábios, certa de que uma força invisível a ajudaria a falar.

  — christopher. — O médico não a escutou. — christopher — repetiu ela. — Dr .uckermann!

  — O que você disse, minha filha?

  dulce transpirava sem parar e não tinha consciência de estar balançando a cabeça para os lados.

  — O dr. uckermann é... Ele é o meu médico.

  — Não faz sentido, jovem. Ele não faz visitas em casa.

  — Eu preciso falar com ele! — implorou dulce. — christopher! christopher! — ela repetia sem parar.

  O médico olhou para a enfermeira.

  — O dr. uckermann está em cirurgia?

  — Sim.

  Ele suspirou.

  — Bem, então vou ter de cuidar dessa perna sozinho.

  — Não! — gritou dulce. — Preciso do dr. uckermann!

  — Fique quieta — ralhou o senhor. — Eu lhe direi que você o chamou. Agora tente ficar quieta.

  Ele levantou-lhe a saia sem o menor rodeio, revelando a perna quebrada. Quando o médico começou a mexer, ela deu um grito que ecoou por todo o hospital. E então ela perdeu os sentidos.

  Quando despertou, dulce encontrou o par de olhos mais lindos que já tinha visto na vida. Os olhos a fitavam com preocupação. Ela não conseguiu resistir ao desejo de levantar a mão e tocar o  rosto dele. christopher beijou a mão da jovem e colocou-a de volta na cama. Apesar de estar coberta, dulce sentia um enorme frio. Ela sentia-se segura ao lado do dr. uckermann. O seu dr. uckermann.

  — christopher — murmurou ela.

  — Conte-me o que aconteceu — ordenou ele. — Aonde ele a levou? — christopher tentava não demonstrar a preocupação que o corroera nos últimos dias.

  — christopher... — dulce fechou os olhos. — Robin... Robin Carthage. Fui levada para a casa dele e...

  Ele enxugou a lágrima que se formou no olho de dulce com ternura.

  — Foi ele que quebrou sua perna?

  — Não — choramingou ela, engolindo o choro. — Eu quebrei a minha perna. Eu precisava vê-lo, christopher. Precisava lhe pedir ajuda.

  Ele a interrompeu antes que os soluços começassem. Não poderia suportar. christopher tomou-a nos braços e segurou-a contra seu peito.

  — Não chore, dulce. Por favor. Agora conte-me o que aconteceu.

  — christopher...  Ele... Ele quase me bateu só porque eu quebrei um vaso. Foi sem querer, mas Robin ficou enlouquecido. — Ela fungou outra vez. — E ele também tentou me... Ah, christopher, eu não posso lhe contar. Tenho vergonha. Eu...

  O médico escutava as frases entrecortadas com um brilho mortal nos olhos. Seu interior estava em polvorosa. Achava que sabia quem  era Robin Carthage, e precisava saber o que

 acontecera exatamente, o que magoara dulce o suficiente a ponto de fazê-la acreditar que uma perna quebrada seria menos doloroso. Ah, como queria matar aquele homem! E

quanto mais escutava, mais nervoso ele ficava. Mas tinha de proteger dulce de seu nervosismo.

  — Tudo vai ficar bem — acalmou ele, apesar de estar desesperado por mais detalhes. Queria saber o que ele tinha feito, para que quando matasse o sr. Carthage, soubesse exatamente o que estava fazendo. Entretanto, não podia pressionar dulce por mais informações. Não perguntaria a uma dama se ela tinha sido violentada. Não a obrigaria a passar por uma situação tão delicada. — Ninguém vai machucá-la aqui. — dulce se acalmou um pouco, e ele enxugou-lhe o suor na testa. — Vou cuidar para que ninguém se aproxime de você.

  dulce respirou profundamente, aliviada, e encontrou coragem  suficiente para se soltar dos braços do homem que tanto amava. Ela sentou-se na cama e levantou o cobertor para examinar sua perna.

continua

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