Fanfic:  ★Um sonho pra sempre ★●๋● vondy●๋●

— Como você tem coragem de desistir com tanta facilidade? — gritou maite.

  — Quem está aí? — perguntou uma voz fraca.

  — Ninguém, mãe — respondeu christian. — É só mais um cobrador. Volte para o quarto. — Ele se voltou para maite. — Sinto muito. Continue.

  — Eu posso não conhecer muito sobre  a lei, mas pelo menos não desisto tão fácil dos meus  amigos. Para você pode não ter muita importância, mas eu nunca tive uma amiga na vida. E vou fazer de tudo para ajudá-la. Posso contar com você? Ou vai lhe dar as costas como se ela fosse uma qualquer?

  christian precisava pensar no assunto. Toda aquela história lhe soava muito absurda. Todavia, se houvesse uma forma de trazer dulce de volta... Ele realmente sentia falta da irmã, a quem amava mais do que tudo apesar de não admitir.

  — Está bem. Vamos lá.

  — Juntos? — desafiou maite.

  — Sim, juntos.

  — Excelente! — Triunfante, ela bateu palmas. — Agora há mais um problema.

  — E qual seria esse problema?

  — Bem, eu não tenho onde  ficar e imaginei que... Há quartos de hóspedes nesta casa?

  christian olhou para cima e agradeceu em silêncio: Obrigado, meu Deus!

  dulce nunca se sentira tão sozinha quanto nas semanas que se seguiram a sua morte imaginária. A princípio, ela ficara com medo. Com medo de fingir, de se esconder, de ser apanhada. Todas as vezes que pensava no que poderia lhe acontecer se um guarda entrasse na casa, ela começava a suar frio. Podia ser chicoteada e mandada de volta para a

casa de Robin. Sua sentença poderia aumentar, ela poderia ser enforcada. As possibili-dades eram inúmeras.

  Todavia, com o passar das semanas, o pânico cedeu espaço a uma nova sensação: o tédio. Não havia para onde ir, não podia falar com ninguém. Será que christopher tinha pensado nisso quando arquitetou o plano. Ou melhor, será que realmente se importava com ela?

  Até  a época do Natal passou despercebida. christopher recebeu alguns amigos que riam e conversavam sem parar, brindando a todo momento. dulce sentiu-se um verdadeiro monstro, algo que jamais poderia ser mostrado ao mundo civilizado. Natal. Será que a sua família conseguira trocar presentes sem sua ajuda? Ela logo afastou esse tipo de pensa-mento, pois não era mais problema seu.

  A perna dela sarou, mas  de nada adiantou, porque não tinha a menor utilidade. Todas as manhãs dulce acordava, mas continuava na cama, pois anahi não deveria saber de sua presença na casa. Se a cozinheira soubesse seria cúmplice, então ela ficava escondida no quarto que o médico mantinha trancado sem a menor explicação. dulce tinha apenas a companhia de seus livros e diário, mas não conseguia escrever. Aliás, não havia o que escrever, a não ser que estava cada dia mais entediada.

  christopher não teve nenhuma dificuldade em convencer os colegas de que dulce morrera de infecção hospitalar. O que deveriam fazer? Procurar por entre os corpos amontoados no corredor até encontrar uma que parecesse irlandesa? A tarefa não atraía ninguém, além disso, a morte de prisioneiros  era algo bastante comum. christopher estava contente por seu plano ter dado tão certo, mas sabia que dulce não estava contente. Apesar de sempre lhe trazer livros e quebra-cabeças, ele sabia que a jovem não tinha nenhuma perspectiva. E não havia como culpá-la.

  Um dia, quando eles jantavam, christopher teve uma idéia.

  — dul, o que você acha de sairmos um pouco daqui? — perguntou ele, empurrando o prato de comida. — Quando as pessoas se esquecerem do  assunto, acredito que podere-mos mandá-la de volta para a Inglaterra, mas ainda é cedo. — christopher tentou fazer contato visual com a jovem, mas ela brincava com a comida, quase sem escutá-lo. — Ainda não é seguro. E vai demorar um pouco. As pessoas a reconhecerão se tentarmos colocá-la dentro de um navio.  Será preciso de um pouco mais de tempo...

  dulce olhou para ele com um grande cansaço. O brilho de seu rosto sumira por completo. Nem os cabelos ela penteava mais.

  — E quando será?

  christopher escutou algo na voz dela que o fez perder a linha de raciocínio.

  — O quê?

  — Quando será o dia que poderei ir embora? — repetiu ela, evidenciando a raiva em sua voz. — Amanhã? Daqui algumas semanas?

  Sempre que enfrentava a hostilidade, christopher se mantinha distante.

  — Acho que muitos anos se passarão antes que você julgue seguro eu partir da Austrália. E a propósito, o que vou fazer quando voltar para a Inglaterra? Lá eu serei uma fugitiva, não? Todos me reconhecerão e eu não terei onde me esconder. Claro,  eu poderia ir para outro país,  mas como ganharia a vida?  Onde iria dormir?

  christopher não sabia como responder. Não estava pensando nas perguntas de dulce, mas sim na acusação implícita. Ele se inclinou na cadeira e a estudou por entre olhos apertados, como se ela tivesse se tornado um espécime estranho. Queria escutar mais. Não queria interromper.

  — Eu não quero mais ouvir  seus planos — disse ela, levantando-se da mesa. — Não quero mais ouvir seus planos.  Vou voltar para o meu quarto.

  christopher não precisou se levantar para impedi-la de sair dali.

  — dulce —  chamou ele, segurando-a pelo cotovelo. Queria ser honesto com a jovem, revelar-lhe exatamente o que estava em sua mente. Olhos inteligentes, porém tristes encontraram os dele. Havia algo de tão envolvente naquele homem que dulce quis ficar, por mais irritada que estivesse.

  — Eu não gosto de ser sua marionete.

  — Marionete? Não faz sentido. Você não acha que foi a melhor solução você ter vindo para cá?

  Ela não respondeu, continuou olhando para o chão como se não pudesse suportar olhar para christopher. dulce sentia o coração  inchado no peito. Ela o amava. E o amaria para sempre.

continua

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