Fanfic:  Tu Mirada AyA Finalizada | Tema: Amor,Superação

No dia seguinte já estavam no aeroporto de São Paulo. Ninguém sabe como viram o anel na mão dela e então mais bombardeio de perguntas. O produtor da banda teve de pedir calma aos repórteres pelo aglomerado no saguão do aeroporto e também respeito, parecia que falar com Anahí era mais importante que falar com a banda. Só que diferente dos meninos, ela não estava acostumada com isso, diferente dos meninos ela era magrinha e se machucava fácil. Quase caíram com um esbarrão, mesmo sendo segurada pelo namorado. Ela chegava a rir da exaltação deles, repórteres. Conseguiram ir para casa sem falar nada. Os jornalistas repararam o anel, mas na casa dela ninguém reparou. Se despediu do namorado, que foi para casa dele, tomar um banho, ver a família e subiu para fazer o mesmo. Tinham combinado de contar para todos juntos em um jantar que Ruth faria na casa dela, no sábado. 

Mai – Eu to tão feliz. – Suspirou vendo o anel na mão da amiga.

Annie – Só vamos contar hoje! Espero que papai aceite.

Dul – Claro que ele vai! Todo mundo saia onde esse namoro ia parar. – Sorriu com Max no colo. 

Ruth – Meninas! – Abriu a porta do quarto. – Estamos esperando. – Elas pularam da cama e desceram para fazer companhia a todos.

Poncho – É.. Eu e a Annie queremos falar uma coisa. – Disse depois do jantar, com todos na sala.

Marcela – Epa! – Arregalou os olhos e segurou na mão do marido. Ela e Marcos já estavam casados, em um processo de adoção de um bebê, sabendo que ela não podia ter filhos.

Annie – É que... – Ficou vermelha, de mãos dadas com Poncho.

Poncho – A gente vai casar! – Falou satisfeito e abriu um sorriso lindo.

Todos, menos os amigos que já sabiam –CASAR?!

Franco – Você está grávida?

Annie confusa – Que? Não!

Henrique – Mas... CASAR?

Annie – É! Casar, por quê?

Marcela – Annie, vocês são muito novos!

Poncho – E dai? Se a gente sabe o que quer desde sempre, qual o problema?

Ruth – Filho, as coisas não são assim!

Alma – Eu estou surpresa.

Mai – Gente, todo mundo sabia que ia ser assim! Deixa eles fazerem como querem! – Defendeu.

Ruth – Mas... Precisamos conversar antes, as coisas não são assim! Mai, leve as meninas para cima e vejam um filme? Meninos, por favor? – Pediu vendo as crianças e as meninas contestarem. No fim, na sala sobraram os adultos e os dois.

Franco – Casar é uma responsabilidade enorme! Não podem pensar que tudo é simples assim!

Annie – É simples! A gente se ama e vamos casar!

Marcela – Querida, nós entendemos que querem estar todo o tempo juntos, mas não precisam casar pra isso. Já não se desgrudam!

Annie – Mas tia a gente quer! A gente sempre falou que ia casar!

Marcela – Eu sei! Mas você ainda está com dezenove anos! O Poncho vinte um! Isso não é normal.

Poncho – É sim! Eu já tenho dinheiro suficiente pra sustentar nós dois, a gente sabe das responsabilidades que vamos ter!

Franco – Poncho você sabe que não é assim.

Poncho – Por que não é? Precisa saber do que pra me deixar casar com ela? O que eu tenho que fazer? Eu faço! É só falar!

Franco – Não é isso! Eu sei que a ama, cuida dela, pode sustenta-la. 

Poncho – Estão preocupados da gente se separar? – Ergueu a sobrancelha e eles se entreolharam.

Marcela sorriu de canto – Eles não vão se separar. – Anahí sorriu abraçando a cintura do namorado. Noivo.

Poncho – Olha, a gente ainda não viu nada! Até estar tudo pronto para o casamento vamos ter um ano a mais de vida! – Argumentou. – A gente pode morar perto de vocês, podem nos visitar todos os dias! Que tal?

Annie – Sim, sim, sim! Papai, por favor! – Juntou as mãos. – Olha que anel bonito ele me deu. – Mostrou. – Tia?

Marcela suspirou – Se é o que querem. O que acha, amor?

Marcos sorriu – Eu acho que eles estão certíssimos se é o que querem fazer!

Annie – Obrigada. – O abraçou.

Poncho – Mãe? A senhora não falou nada.

Ruth – Que sejam muito felizes. Mas eu quero abraço também. – Abraçou o filho e a nora.

Alma – Eu aceito esse casamento se puder ajudar nos preparativos.

Annie – Claro que sim! *-* Papais? – Henrique e Franco se olharam.

Franco – Espera um minuto. – Os dois se afastaram um pouco e começaram a cochichar. Foram minutos assim.

Henrique – Ok. Aceitamos o casamento!

Annie – YES! – Pulou feliz.

Franco – MAS... Queremos um ano para preparativos.

Annie – Tudo bem! Né? – Olhou o namorado.

Poncho – Perfeito!

Franco – E também se fizer algo com ela, a gente vai até a China atrás de você! – Ameaçou Alfonso.

Poncho – Eu nunca faria nada.

Annie riu – Nunca! – O abraçou feliz.

Conforme os meses foram passando, eles iam planejando cada mínimo detalhe do casamento. Principalmente Anahí, que parecia estar nas nuvens com isso. Eram tantas coisas lindas, diferentes... O que mais adorava era ir na costureira para ver o vestido. Poncho ainda viajava com a banda e sempre que ela podia, ia junto. Tinham acostumado com esse esquema. Ela ainda dançava ballet e patinava. Sentia-se bem com isso e até já era convidada para dançar em algumas peças de teatro, apresentações em datas comemorativas e tudo mais. Estavam a um mês do casamento já, o ano tinha voado.

Poncho – Amor? – Chamou entrando no quarto.

Annie – Oi.

Poncho – O que foi? – Se aproximou, sentando na cama, ao lado dela, que estava deitada.

Annie – Não sei. – O olhou, pálida.

Poncho – Seu pai me disse que passou mal ante ontem. Ainda não melhorou?

Annie – Eu tinha melhorado e hoje fiquei assim. To meio enjoada, acho que comi alguma coisa que não me fez bem.

Poncho acariciando seu rosto – Vai passar. Eu vou ficar com você, podemos ver um filme, o que acha? – Ela assentiu, caidinha. – Qual você quer?

Annie – O que quiser está bom. Mas se quiser ver A Bela e a Fera eu vou gostar bastante. – Ele riu negando e foi colocar o filme. 

Se deitou ao lado dela, e a acomodou em seu peito.

Poncho – Se sentir alguma coisa me avisa, tudo bem?

Annie – Tá bom.

Com meia hora de filme ela já estava adormecida, mas ele não se importou e continuou a afagar seus cabelos. Estava quase dormindo também quando ela acordou.

Poncho – Que foi? – Sentou quando ela levantou correndo. Não teve resposta, a namorada se trancou no banheiro e ele ouviu. – ANNIE! – Levantou assustado e correu tentando abrir a porta. – Amor! Abre!

Annie – NO! – Falou fraca.

Poncho – Anjo, por favor, eu to preocupado! Me deixa te ajudar! Pelo amor de Deus, abre essa porta! Eu juro que arrombo! – Ele ouviu a torneira ser aberta e depois de uns segundos ela destrancou. – Você tá branca! – Ela se apoiou nele. – Precisa ir no médico.

Annie – Não. Já passou!

Poncho – Nunca mais se tranca assim. – Beijou sua testa. – Vem deitar. – A guiou para cama. – Eu vou buscar algum remédio e já volto. Pode ficar um pouco só?

Annie – Só não conta pro papai! Ele fica muito preocupado.

Poncho – Por enquanto eu não conto. Fica quietinha que eu já volto. – Desceu correndo e na cozinha pediu a uma das empregadas um remédio para enjoo. Levou algo um lanche para que ela comesse também.

Annie – Obrigada. – Tomou o remédio e pegou o lanche. – Ai. – Afastou.

Poncho – O que?

Annie – Esse lanche tá estragado!

Poncho – Claro que não!

Annie – Tá sim! Sente o cheiro! – Ele estranhou e o fez.

Poncho – Tá normal, Annie.

Annie – O cheiro está... – Tampou a boca com a mão e no segundo seguinte correu de novo para o banheiro. Dessa vez ele correu junto e conseguiu segurar seus cabelos, enquanto ela colocava pra fora. – Eu não aguento mais.

Ela levantou e escovou os dentes, com o namorado observando.

Annie – Não queria que tivesse me visto fazendo isso.

Poncho – Não fala besteira. Há quanto tempo tá passando mal assim? – A ajudou a deitar.

Annie – Semana passada passei mal uma vez. – Fechou os olhos.

Poncho – Tá com sono? – Ela assentiu e ele engoliu seco. – Passou mal e lembra depois do que?

Annie – Não sei! Tudo me enjoa, bebê! Esses cheiros. Só de pensar. – Passou a mão na barriga. Ele foi ficando cada vez mais branco. – Não consigo comer mais direito.

Poncho – Ai meu Deus. – Soltou sem segurar e ela o encarou.

Annie – Que foi?

Poncho – Nada! Eu só... To preocupado. Dorme um pouquinho. – Beijou a pontinha de seu nariz.

Annie – Não vai embora? – Ele negou voltando a acariciar seu rosto e ela logo adormeceu. Já ele estava assustado demais com a possibilidade que rodeava sua cabeça.

Horas depois ela acordou já muito bem disposta, o namorado ainda quieto e observando. Só se despediram de noite, um pouco cedo porque ela já tinha sono. Ele chegou em casa e sentou no sofá, colocando as mãos na cabeça.

Ruth – Aleluia! Já estava quase te ligando.

Poncho – Mãe... Eu acho que aconteceu uma coisa. Sem querer. – A olhou. – Eu... To com medo.

Ruth – O que? – Sentou ao seu lado preocupada. – Aconteceu algo na banda?

Poncho – Não. Quando... – Hesitou. – Quando você ficou grávida, o que você sentia?

Ruth sem se tocar – Depende. De você e da Mai eu enjoei muito, mas da Carolzinha foi tranquila, só o sono que era maior mesmo. Nunca quis s... – Ela ficou branca. – Annie? – Ele assentiu. – Meu Deus. Eles vão te matar!

Poncho – Eu juro que eu... Eu não sei o que houve! 

Ruth – Ah sabe! Sabe MUITO bem o que houve, Alfonso! Pelo amor de Deus! Está com vinte e um anos e não sabia que isso poderia acontecer?

Poncho – Mas a gente se cuidou sempre! E... E... – Não sabia o que falar.

Ruth – Se tivessem cuidado ela não estaria grávida!

Poncho – Eu não sei se está mesmo! Só que ela vem passando mal, com sono demais... Só isso!

Ruth – SÓ ISSO? Eu duvido que ela não esteja! Não podiam AO MENOS ter esperado casar? Além de novos para casar, são novos pra criar uma criança! Tem noção de que a Annie ainda É uma criança? – Ele ficou quieto e apoiou a cabeça nas mãos de novo. – Quem é que vai contar isso aos pais dela? A Marcela?

Poncho – Ela nem faz ideia! Pensa que ta comendo alguma coisa que tá deixando ela assim.

Ruth – Meu Deus, meu Deus! Ela é muito nova! Ela... Ela...

Poncho – EU SEI! – Levantou andando de um lado para o outro. – EU SEI! Ela é muito inocente, não sabe ainda, não sonha com essa possibilidade! Mas eu sei que a chance de ser isso é grande! O que quer que eu faça mãe? Eu to com medo! To assustado! Se não estivesse não estaria aqui falando com você sobre isso! ME AJUDA! Eu to pedindo AJUDA ok? Não preciso de um sermão de como estraguei a vida dela!

Ruth suspirou – Desculpa. Desculpa eu só estou preocupada! – O abraçou. – Agora já foi, precisam saber que a criança não tem culpa.

Poncho – Eu quero! Ela também vai querer, eu sei! – Sentaram de novo e ela pegou a mão dele. – Eu só fiquei assustado porque não esperava agora! Quero dizer a gente quer ter filhos juntos!

Ruth sorriu de canto – Então pronto, filho. Aconteceu, vão ter essa criança e cuidar dela. Tenho certeza que vão se sair bem. É só porque a Annie ainda ... Como eu posso dizer? Ela é inocente, como você falou, ela ainda vê o mundo como uma criança vê, entende?

Poncho – Mas eu gosto disso nela! Ainda não entendeu?

Ruth – Eu sei, querido. Mas agora ela vai ter que criar um bebê. Educar, dar banho, brincar com ele, ter essa responsabilidade.

Poncho – Mas ela vai saber fazer isso! Eu sei que sim! – Sorriu. – E eu vou ajudar!

Ruth – Ai Alfonso. No fundo os dois são duas crianças.

Poncho – Eu acho que primeiro precisamos ter certeza, não é?

Ruth – É! Leve um exame de farmácia pra ela amanhã cedo. É melhor. Se der positivo, que é o provável, vão ter que contar ao Franco, a Marcela. E ao Henrique também.

Poncho – Eu sei.

Ruth - Fique tranquilo. Me desculpe por antes eu só me exaltei, mas Deus sabe o que faz. – Ele a abraçou de novo.

Poncho – Brigado, mãe.

Ruth – Não precisa agradecer. – Acariciou os cabelos do filho.

Ele mal dormiu de noite. Estava um pouco ansioso para o dia seguinte, que pareceu demorar a chegar, mas chegou. Ele passou na farmácia e foi direto para a casa da namorada.

Annie – BEBÊ!!!!!! – Saiu correndo e o abraçou, na sala. Ele tentou esconder a sacola que tinha nas mãos, pelo pai dela estar lá, mas não teve como. – Presente?*-*

Poncho – É. – Sorriu forçado.

Franco – Bom dia Poncho.

Poncho – Bom dia. É... É uma coisinha pro seu quarto, vamos subir pra você abrir lá? – Ela assentiu animada e foram depois de se despedir do senhor. – Podemos conversar?

Annie – Claro que sim! – Ele fechou a porta e a guiou para sentarem na cama. – Que foi, meu gatito?

Poncho – Passou a noite bem?

Annie – Aham! Dormi muito bem! E hoje nem fiquei enjoada! Acho que melhorei! Papai disse que devia ser uma virose.

Poncho – É que... Eu trouxe uma coisa que você precisa fazer. Pode fazer e depois eu te explico?

Annie – Tudo bem, eu faço sim! O que é que precisa, amor? – Sorriu, inocente do que acontecia e ele acabou sorrindo, passando o indicador por seu pequeno nariz.

Poncho – Eu preciso que faça xixi. – Ela riu divertida.

Annie – Que? Como assim?

Poncho – Aqui. – Abriu o teste de gravidez e a entregou o tubinho.

Annie – O que é isso? – Ela nunca tinha visto um desse, não tinha percebido nada.

Poncho – Pode fazer isso por mim?

Annie – Tá bom. Mas eu não quero fazer xixi agora! Pode ser depois?

Poncho – Pode ser quando quiser, mas não esquece?

Annie – Bom, se é importante assim pra você eu posso tomar água. – Levantou indo até a jarra que tinha em seu quarto e a tomou. Foi tomando o questionando sobre aquilo.

Poncho – É só para descobrir uma coisinha.

Annie – O que?

Poncho – É um... Experimento.

Annie – Que legal! – Tomava o terceiro copo de água. – Você falou com o Roberto da nova música? – Mudou o assunto e ele assentiu.

Ela tomou a jarra inteira, até que a vontade veio e ela foi para o banheiro. Saiu e levou o tubinho pra ele.

Annie – Pode me dizer agora que experimento é esse?