Jason Mraz - Love Someone

https://www.youtube.com/watch?v=J74Y6kDDTkM

Um ano depois

Agora Rafaela adorava ir para o colégio. Sempre feliz e saltitante com sua lancheirinha. Os pais babando cada vez mais. Era tão boazinha. Era do jeitinho da mãe, sem tirar nem por. Era pura, risonha e adorava ajudar os outros. Isso às vezes preocupava um pouco o pai, que tinha medo dela se machucar muito fácil. Anahí, que voltara a dançar, tinha vários convites de peças e musicais, estava até conhecida no ramo. A filha adorava ver a mãe dançar, sempre estava nos ombros do pai, batendo palminhas. Assim como estava de mãos dadas com a mãe, assistindo o pai tocar.

Poncho – Eu sei amor! Mas não precisa chorar. – Abraçava a menina, que estava chorando desde o colégio. Por quê? Ela viu um amiguinho empurrando o outro e achou que foi feio.

Rafaela – Ele fez dodói papai! Eu vi! Ele caiu assim e a mãozinha dele e o joelhinho saíram sangue! – Soluçou. 

Annie – A tia não viu?

Rafaela assentiu – E ai cuidou dele!

Poncho – Então! Ás vezes ele fez sem querer.

Rafaela – Ele empurrou meu amiguinho!

Poncho – Ai anjinho, não pode chorar sempre por essas coisas, sempre tem alguém que fica muito bravo e faz isso.

Rafaela – Mamãe falou que é feio! – Manhosa enxugou o rostinho.

Poncho – É muito feio! Mas aconteceu e a tia cuidou dele, está tudo bem.

Rafaela – E se ele ficar dodói?

Poncho – Ele está ótimo! Amanhã vai brincar mais com você!

Rafaela – Eu não gosto quando brigam papai!

Poncho – Eu sei, anjo, nem eu gosto.

Annie – Vamos assistir um desenho, sapeca? Eu queria muito ver a Cinderela e estava esperando você.

Rafaela – Sim! Eu quero! 

Poncho – Papai vai colocar pra vocês e fazer uma pipoca! – Falou animado, arrancando um sorriso da filha. É.. Ela era igual a mãe. Ele sorriu orgulhoso.

Annie – Que lindo esse né Rafa? – Falou do vestido da Cinderela.

Rafaela vidrada – Compra esse pra mim papai? Um pra mim e um pra mamãe!

Poncho – Se a gente achar, a gente compra!

Rafaela – Pede pro vovô Franco! *-* - Apoiou o queixo nas mãos. O avô sempre dava tudo que ela queria.

Annie – Já pensou a gente de Cinderela! – Riu dando cheirinhos no pescoço da filha – Ia ser divertido!

Rafaela gargalhando – Ai mamãe! Papai ajuda a Rafinha!

Poncho – Solta meu anjinho, anjo! – Agarrou as pernas da filha. – Coisa linda do papai! – Mordeu sua perninha e ela gritou, voltando a gargalhar.

Annie – Ai! – Gritou com o moreno a fazendo cócegas. – RAFA! AJUDA A MAMÃE! – Pediu sem fôlego.

Rafaela – Não pode fazer assim! Mamãe fica vermelhinha! – Riu puxando as mãos do pai, que logo a atacaram.

A gritaria foi grande. As duas brincaram de esconde-esconde, o pegador sempre era Poncho, que tinha que fingir que não sabia onde estavam. Era difícil porque as duas riam, achando que sussurravam, mas ele ouvia.

Final de semana

Passaram ele todo no parque. Comendo algodão doce, jogando pãozinho para os patinhos, brincando de pega-pega... Depois foram patinar no gelo. Ensinar a pequena.

Poncho – Isso meu amor! – Segurava uma mão dela e Anahí a outra.

Rafaela sorrindo – EBA! Olha mamãe! Eu faço igual você!

Annie – Eu to vendo! Vai ser uma patinadora!

Rafaela – Eu vou! *-* - Olhava para os pezinhos, cobertos com os patins, encantada.

Poncho – Vou ter as melhores patinadoras do pais em casa!

Rafaela – Vou ser que nem a mamãe porque a mamãe é o anjo do papai e eu sou o anjinho. – Levantou a cabecinha, sorrindo sapeca.

Poncho – Minha anjinha! – Riu e a pegou no colo. – Que voar?

Rafaela – SIM! – Bateu palmas. – QUERO SIM PAPAI!

Poncho – A gente já volta, amor! – Riu e saiu patinando mais rápido.

Rafaela – EEEEEEEE! – Ria agarrada no pescoço do pai.

Annie – ME ESPEREM! – Saiu atrás, já sem medo e pegou na cintura do marido.

Poncho – Agora patina mais um pouquinho, bebê! – Colocou a menina no chão, ela desequilibrou e quando os pais foram pegá-la se embolaram e os três caíram.

Rafaela – Ai meu bumbum! – Fez bico e não conseguia levantar, já que derrapava.

Annie riu – Papai não nos segurou!

Poncho – Você que atrapalhou nossa patinação! Anjo doido. – Mordeu seu lábio e se levantou ajudando as duas. – O papai vai sair Rafa, patina com a mamãe pra eu filmar vocês!

Rafaela – EBA!

Ele fez assim. Colocou o tênis e ficou apoiado na grade, filmando as duas no celular. Elas tinham as mãos dadas e Anahí rodava com a filha. As duas com um sorriso lindo. Ele admirava sem piscar.

Annie – Olha o papai! – Se viraram e ela abaixou um pouquinho, abraçando a filha de lado.

Poncho – Oi!

Annie – Tchau papai! – Deu tchauzinho com a mão e a filha imitou. – Joga beijo, Rafa! Assim oh!

Rafaela – BEIJINHO PAPAI! – Jogava os beijos com a mãozinha. – Te amo!

Annie sorriu – Assim olha, um coração! – Fizeram um com as mãos. – Te amo papai! *-*

Poncho – Eu também amo vocês, anjinhas! – Sorria correspondendo ao que elas faziam.

Annie – Vamos tirar uma foto juntos! – Se aproximaram da grade e ele levantou a pequena.

Poncho – Sanduiche da Rafa! – Sorriram cada um beijando uma bochecha da menina, que ria feliz e ele esticou o celular batendo a foto.

Ele não tivera um pai, mas não precisou ter tido pra saber como era dar amor a uma filha. Ela não enxergara por anos, mas não precisava dos olhos para amar a família e mostrar os caminhos certos aos dois. Ela era o anjo guia, tanto dele, quanto da pequena Rafaela e ele era o anjo protetor, tanto dela, quando daquela vida que dependia dos dois.

‎"A vida pode mudar em um instante... Não deixe que outras pessoas estraguem a sua vida ou um ato seu acabe com o coração de alguém, e jamais deixe que a tristeza do passado e o medo do futuro estraguem o hoje. Pois a vida não vale um momento, mas há momentos que valem uma vida”.

‎"Aprendi...

- Que o amor chega na hora exata. 
- Que a maturidade vem aos poucos. 
- Que a família é tudo. 
- Que amigos bons e sinceros são muito poucos.
- Que ninguém é perfeito enquanto não se apaixona.
- Que a vida é dura, mas eu sou mais que ela.
- Que as oportunidades nunca se perdem, aquelas que desperdiço, alguém aproveita.
- Que quando me importo com rancores e amarguras, a minha felicidade vai para outra parte.
- Que devo sempre dar palavras boas porque amanhã não se sabe as que terei que ouvir.
- Que um sorriso é a melhor maneira de melhorar teu aspecto.
- Que não posso escolher o que sinto, mas sempre posso sempre fazer alguma coisa.
- Que todos querem viver no topo da montanha, mas que a felicidade está durante a subida.
- Que temos que tenho que aproveitar da viagem e não apenas pensar na chegada.
- Que quanto menos tempo eu desperdiço mais coisas posso fazer.
- Que dias melhores SEMPRE virão
- Que para receber eu preciso compartilhar.
- Que ninguém vive sozinho".

Aprendi que não há mal que sempre dure, aprendi que não há olhos que tudo veja e não há coração que sobreviva sem amor.