Fanfic: Trapaças - Vondy | Tema: RBD, Rebelde

Em pouco mais de um mês, as duas conseguiram resolver tudo para a mudança de país, entregaram uma procuração a respeito da casa para Onofre, para que ele fizesse o que tinha que ser feito. Dulce não estava nada satisfeita com a troca de país e se sentiria perdida sem suas amizades. Entretanto quando se estava a ponto de falir você tinha que pensar duas vezes. Tinha certeza que se falisse, suas amigas esqueceriam de sua existência em dois tempos. Assim que desembarcaram no Rio de Janeiro, pegaram o endereço da casa e se viram confusas.
- E agora mamãe? – Dulce rolou os olhos. – O que vamos fazer para chegar lá?
- Vamos pegar um táxi senhorita. – Ângela falou obvia.
- Táxi? – Dulce fez careta. – Não gosto de andar em veículos públicos. – retrucou, fazendo Ângela dar uma gargalhada.
- Digamos que você não tenha muita alternativa. – rebateu, aos risos.
- Chega as duas! – Ninel grunhiu, empurrando o seu carrinho de bagagens. – Vamos pegar logo uma droga de um táxi.
As duas assentiram e foram até a frente do aeroporto, onde conseguiram o táxi. No caminho, ligaram para o caseiro que cuidava da casa, avisando que elas já estavam a caminho.

Assim que chegaram ao endereço, começou-se uma confusão no táxi.
- Mas isso é um assalto à mão armada meu senhor! – Ângela discutia com o taxista, que estava lhes cobrando o absurdo de cem reais pela corrida.
- Ângela... – Dulce lhe cutucava, morrendo de vergonha do comportamento de sua babá. Ninel já estava do outro lado da rua e fingia que nem as conhecia. – Já chega disso! – sussurrava entre dentes.
- Chega uma ova! – retrucou. – Em Portugal essa corrida não sairia por menos de trinta!
- Minha senhora, nós não estamos em Portugal e se não tem dinheiro para pagar um táxi, podiam ter voltado de ônibus. – o taxista rolou os olhos.
- O que? – Dulce disse, ultrajada. – Como se atreve a sugerir que andemos de ônibus? O senhor não sabe com quem está falando. – jogou a nota de cem na cara dele e puxou Ângela.
- Bando de malucas. – o taxista negou com a cabeça, guardou seu dinheirinho e caiu fora.
- Maluca é a sua mãe, seu assaltante! – Ângela xingou e Dulce a arrastou até o outro lado da rua, onde estava Ninel.
- Já acabaram com esse showzinho de pobreza? – Ninel grunhiu olhando para os lados para ver se alguém tinha visto.
- Sim. – Dulce olhou Ângela, de esgoela. – E então? Onde fica a casa? – olhou ao redor. – O bairro não é tão mal. – assoviou.
- É essa aqui! – Ninel apontou, satisfeita. – Até que não foi tanta perca tempo com esse casamento, estamos com uma casa nova e o melhor, livre de dividas! – falou animada, enquanto tocava a campainha.
- Mas em compensação poderíamos estar melhor. – Dulce assoviou, deixando a mãe aborrecida. 
- Cale-se Dulce! – retrucou baixinho, voltando a tocar a campainha.
O caseiro abriu a porta e as cumprimentou educadamente. Mostrou toda a casa para elas, não era uma casa nova, mas era muito bem preservada, tinham achado a decoração linda, apenas precisaria de alguns poucos reparos, os moveis também eram de muito bom gosto. Ficaram surpresas ao ver que tinha um carro na garagem.
- E esse carro Moacir? – Dulce perguntou ao caseiro.
- Esse carro também é de vocês. – o homem afirmou e elas se olharam aliviadas, pelo menos enquanto o carro delas não chegava de Portugal não precisariam andar de táxi para cima e para baixo. – Ele está com alguns problemas, mas continua andando muito bem... E venhamos e convenhamos, é muito bonito não é? – batendo na lataria.
- Bonito, bonito, não. – Dulce deu um sorrisinho. – Mas é melhor do que nada, como mandamos o conversível pra cá há muito tempo não creio que ele vá demorar a chegar, enquanto isso será um bom quebra galho. – ergueu a sobrancelha.
- É... – Moacir disse sem graça, obviamente elas estavam acostumadas com coisa melhor. – Ah, eu gostaria de falar com a senhora sobre um assunto. – olhou Dulce. – Acontece que eu queria pedir permissão para continuar morando na casinha dos fundos com minha esposa. – apontou para os fundos. – É que não temos para onde ir. – falou receoso. – Nós podemos trabalhar em troca de casa e comida!
Dulce e Ninel se olharam, interessadas, não tinham dinheiro o bastante para desperdiçar contratando novos empregados e aquela era uma proposta interessante.
- E o que vocês poderiam fazer? – Dulce cruzou os braços.
- Bom, eu posso cuidar dos reparos da casa, posso servir de motorista, jardineiro... – sugeriu. – Minha esposa é cozinheira e cozinha cada petisco, que as senhoras vão adorar!
- Então sendo assim, podem ficar. – a ruiva acariciou a nuca. – Mas é em troca de casa e comida, entendido?
- Entendido senhora! – falou, extremamente feliz e aliviado.
- E não me chame de senhora. – enfatizou. – Apenas senhorita Saviñón.
- Como quiser senhorita. – assentiu. – Posso levar as malas? – Dulce assentiu e ele se retirou com suas malas.
- Ganhamos uma casa, um carro e mais dois empregados! – Ninel suspirou. – Reforço o que eu disse, sobre não ter sido tão ruim. – sorriu enquanto entravam de volta. – Isso foi uma minúscula amostra do que você pode conseguir meu bem. – abraçou a filha pelos ombros. – Você pode ficar milionária por conta da sua beleza! – disse orgulhosa, admirando a filha.
Dulce poderia ser comparada a uma boneca de tão linda e delicada que era. Era ruiva e tinha olhos amêndoas que encantavam qualquer marmanjo. Tirando o corpo, muito bem distribuído, tinha seios grandes e empinados, cintura fininha, bumbum e coxas cheios. Era a sua cara quando era mais jovem.
- Eu sei disso mamãe. – sorriu abertamente. – Puxei para você. – elogiou e Ninel sorriu se achando. – Seguirei os seus passos e conseguirei um bom casamento pra mim, mas obviamente não vou gastar toda a herança como você fez. – brincou, aos risos.
- Ora essa. – Ninel torceu o nariz. – Como se eu tivesse feito isso sozinha não é? – cruzou os braços, insatisfeita. 
- É brincadeira mamãe. – deu um beijo nela. – Vou tomar um banho e dormir um pouco, mais tarde conversamos. – se afastou.
- Vá meu tesouro. – sorriu, se sentando no confortável sofá. – Tenho que ver o que vamos fazer agora. – disse a Ângela, que sorriu cúmplice. 
Amanhã mesmo compraria um jornal, mas não para procurar emprego e sim para ver a coluna social, tinha que estar por dentro de qual eram os peixes que tinham disponíveis em solo tupiniquim.