Fanfics Brasil - Capítulo 1 Paixão sem Compromisso (Adaptada) Vondy

Fanfic: Paixão sem Compromisso (Adaptada) Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 1

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A nudez, especialmente a dele próprio, nunca havia em­baraçado Christopher Uckermann. Nas vaporosas ilhas baixas do litoral da Flórida, conhecidas como Keys, as pessoas costu­mavam vestir-se com o mínimo possível de roupa, em públi­co. Em particular, porém, ficarem nuas, ou quase, era tão natural quanto respirar. Por certo, não constituía algo digno das preocupações de Ucker.


 


Mas as últimas vinte e quatro horas tinham mudado esse quadro. De repente, seus momentos de privacidade se tor­naram públicos, graças ao tablóide sensacionalista Keys Confidencial.


 


A edição do dia se encontrava na escrivaninha de Christopher, mas ele, deliberadamente, ignorou as fotos não autorizadas que o captavam despido, emergindo de sua piscina. Era des­necessário rever as imagens impressas. Fotógrafos daquele naipe seriam para sempre amaldiçoados.


 


— Anime-se — dissera-lhe sua secretária, pouco antes. Embora Peg Mulrooney já tivesse completado quarenta anos, parecia mais próxima dos trinta e um do chefe, graças à sua resistente beleza e ao senso de humor. — Poderia ter sido pior.


 


A única explicação aventada pelo empresário era que um paparazzo havia escalado o muro de sua casa, esperado que ele se virasse completamente, clicado e, depois, vendido o material à imprensa, por baixo do pano.


 


— O patife não tinha o direito de invadir meu território e tirar aquelas fotos de mim.


 


—  Claro que não — Peg emendara —, mas as imagens são sugestivas...


 


Fácil de dizer, quando a secretária estava toda vestida e continuava sendo uma criatura anônima. Mesmo assim, Christopher sempre escutava Peg. Ex colegas de trabalho numa companhia imobiliária, ela fora recrutada como sua primeira funcionária ao tornar-se um empreendedor. Nunca o havia destratado quando ele era pobre, e agora não parecia im­pressionada com sua fortuna.


 


Christopher confiava em Peg. Se ela dizia que a situação não era tão ruim, provavelmente não era.


 


— Por que fala assim? — ele tinha perguntado.


 


— O jornal o citou como o mais desejável homem do ano, não? E até publicou seu nome corretamente. O que mais pode querer?


 


— Sei lá. Mas, e quanto à privacidade? Ou a uma sunga no corpo, pelo menos?


 


— Não se preocupe. Sua aparência é ótima. — Peg afir­mara isso relembrando as fotos das costas nuas do patrão, das nádegas e pernas.


 


Sou um homem marcado, Ucker pensava a intervalos. Pro­va disso eram os infindáveis telefonemas que recebera, ne­nhum dos quais referentes a trabalho. Incrível! Propostas de mulheres que o haviam visto no jornal choveram por uma hora, e cada qual fazia propaganda dos próprios atributos físicos.


 


Mais ainda, alguém mandara lhe entregar um cesto de orquídeas de cores variadas. Entre as pétalas orvalhadas, estavam fotos de uma jovem loira, repetindo as mesmas po­ses de Christopher, capturadas pelo paparazzo.


 


Peg lhe havia assegurado que suas fotografias eram me­lhores. Ao menos, não eram tão óbvias. A loira segurava uma faixa vermelha sobre o traseiro nu, com os dizeres: Rapaz Malvado Encontra Garota Mais Malvada Ainda. Isso mesmo!


 


Ele fechou os olhos.


 


— Ucker?


 


Oh, Deus! O empresário havia esquecido que seu advoga­do permanecia no escritório, à sua frente.


 


— Sim?


 


— Você realmente precisa enfrentar a situação.


 


Christopher tentava, mas não da maneira como Alan Davis gos­taria. Abrindo as pálpebras, ele correu o olhar pela figura do advogado. A despeito da alta temperatura lá fora, que fazia o ar-condicionado da sala roncar ruidosamente, Alan vestia terno e gravata, com um colarinho apertado que o tornava mais pálido do que o usual.


 


O rapaz parecia prestes a desmaiar, por falta de oxigênio, pela reduzida transpiração ou por conta do problema causa­do pelo Keys Confidencial.


 


— Você se preocupa demais, Alan.


 


Alan cocou a cabeça, com indícios de calvície. Tinha ape­nas trinta e cinco anos, mas aparentava mais idade do que Peg e, por certo, isso o deprimia.


 


— E você se preocupa de menos — sentenciou.


 


Ele possuía o direito de falar assim com Christopher, que conti­nuava a ignorar as repercussões da matéria do jornal, lar­gado sobre sua mesa. No momento em que Alan tinha des­coberto as fotos escandalosas, enviara pessoas de sua equipe a cada banca ou loja de conveniência, na tentativa de com­prar todos os exemplares. O boato, que se mostrou real, era de que os editores haviam dobrado a tiragem, em vista da demanda maior.


 


— Não quero um guarda-costas — disse Christopher.


 


— Você não tem escolha.


 


— Tudo isso logo cairá no esquecimento.


 


—  Não antes de a primeira onda de processos judiciais estourar.


 


— Acha realmente que a Garota Mais Malvada vai me processar? — Ucker aguardou, em vão, que as bochechas de Alan ganhassem um pouco de cor.


 


O advogado examinou de novo a foto da loira cruel. O traseiro nu o inspirou a tratar seriamente do assunto.


 


—  Penso que, se mesmo acidentalmente você conhecer uma dessas mulheres que o assediam, qualquer uma delas verá uma oportunidade de ouro para achacá-lo, alegando atentado ao pudor, caso você diga "não" a um namoro, ainda que rápido.


 


— Entendo — concordou ele, desalentado. Ser menos abonado havia sido ruim, mas agora junto com a fortuna, vieram os problemas. Tão logo vencera nos negócios, cada pessoa que se aproximava, queria levar alguma vantagem financeira, e as mulheres eram as mais atiradas nesse sen­tido.


 


Alan cruzou as pernas em busca de conforto.


 


— Aquele último candidato que entrevistou era perfeito para as suas necessidades.


 


Christopher movimentou a cadeira giratória até ficar de frente para as janelas do escritório. Atrás das palmeiras da orla do Atlântico, um modesto iate se aproximava do cais. Mais além, as águas do mar se estendiam na distância, oferecendo uma rota de escape.


 


— O que havia de errado com ele? — Alan suspirou.


 


— Além de cheirar a alho?


 


— Como segurança particular, iria protegê-lo, não beijá-lo. Era grande, forte, ideal para a missão.


 


— Pare. Está me deixando aceso... — gracejou Ucker. 


 


— Ao menos, reconsidere a decisão de processar o jornal.


 


—  Se fizer isso, logo a tevê a cabo estará exibindo um filme sobre mim. Não se preocupa com quem faria o meu papel? A situação é menos simples do que você pensa.


 


— Exatamente, e por isso você precisa de um guarda-costas.


 


Ou de um novo advogado, Ucker pensou, contendo um sus­piro enquanto se concentrava nas manobras do barco para atracar. Não se tratava de nenhuma embarcação excepcio­nal. Apenas de um iate de cabine dupla, pilotado do convés superior por um rapaz que observava Christopher na janela do escritório, em vez de controlar os movimentos. Estaria deso­rientado?


 


Christopher evitou pensar naquele navegador. Por alguma razão, os cabelos revoltos e a camiseta larga lhe pareceram fami­liares, embora metade dos homens das ilhas se vestisse da­quela maneira.


 


O que de fato lhe chamou a atenção foi o modo como ele inclinava o ombro esquerdo, parecendo dançar no lugar. Ucker já tinha visto o mesmo tique, apesar de não se lembrar de onde ou em quem. Será que aquele rapaz trabalharia ali perto? Seria o dono de uma empresa de construção civil que efetuava serviços para Christopher?


 


— Tudo bem? — Alan perguntou, aflito com o silêncio reinante.


 


Christopher esticou o pescoço a fim de ver melhor e, por incrível que fosse, o iatista também projetou a cabeça como se pre­tendesse fazer o mesmo. A última manobra saiu errada, e o barco quase colidiu com a lateral do atracadouro.


 


Quem era ele?


 


Naquele instante, nuvens escuras bloquearam o sol. O vidro da janela refletia a figura de Christopher, em posição descon­fortável, o que possivelmente havia causado curiosidade no rapaz do iate.


 


Empertigando-se, Christopher esfregou com a mão a nuca dolo­rida e examinou, para além de seu reflexo, o resto do escri­tório. O vidro também separava sua sala do espaço destinado a Peg.


 


De pé ao lado da mesa, ela falava com uma jovem de costas para ele. A dor na nuca foi esquecida quando Christopher reparou nos cabelos escuros da mulher, que tombavam em ondas suaves e naturais pelos ombros estreitos.


 


Baixando o olhar, ele notou que a moça era muito bonita, alta e curvilínea, vestida num conjunto que poucos estilistas ousariam desenhar. Era original, com o casaco bem ajustado e a saia estreita parando pouco acima dos joelhos, mas com fendas laterais que tinham dupla função: facilitar o andar e insinuar as belas coxas.


 


Seus passos, aliás, eram suaves como os de uma bailarina. O tecido da roupa era leve e cor de pêssego, que contrastava com a cor dos cabelos. Embora o alto das pernas estivesse escondido, Christopher não cessou de vislumbrar o que poderia haver debaixo do traje. A visitante era deveras elegante e sensual.


 


Christopher sentou-se e torceu para que ela se virasse. Logo acon­teceu, e o empresário rodou a cadeira a fim de aproximar-se do vidro novamente. Alan estava em sua linha de visão.


 


— Então, concorda? — inquiriu o advogado.


 


—  Claro, mas será que você pode ficar parado em um lugar só?


 


— Por quê?


 


Para que ele pudesse observar melhor a moça que falava com Peg. Agora que já via com maior nitidez, as feições ao mesmo tempo delicadas e exóticas, a pele macia e os olhos circulados por longos cílios, conferindo-lhe uma beleza única.


 


Não demorou muito para que a fantasia fluísse solta ao imaginar aquele corpo deslumbrante, coberto apenas por um biquíni, que mal lhe cobrisse os seios, que caberiam em suas mãos confortavelmente.


 


Quem seria aquela mulher misteriosa? Do que tanto fa­lava com Peg? E esta, o que fazia?


 


A moça foi para trás da mesa de Peg, cujo vestido indiano longo de hippie reluzia tanto quanto o lenço de cabeça que ela passara em torno de seus cachos escuros. Os braceletes que usava tilintaram quando ela esticou o braço e apanhou, do cesto de lixo, um exemplar ao Keys Confidencial.


 


Christopher viu, perplexo, Peg apontar para suas fotos na pri­meira página do jornal, e depois para o vidro que separava as salas. A jovem visitante ergueu o olhar para onde Ucker estava sentado, e, em seguida, concentrou-se nas fotos de nudez.


 


Um momento se passou, e mais outro, enquanto o calor invadia o peito e a garganta de Ucker. Mesmo não conhecendo aquela mulher, incomodou-o imaginar o que ela estaria pen­sando a seu respeito. Se fosse alguém à procura de informações ou mais fofocas, então preferia nem ser apresentado. Mesmo assim, continuou terrivelmente sem-graça.


 


Muitas mulheres já o haviam visto nu, e de frente, a exibir seus atributos viris. Mesmo estando tão vulnerável, nunca sentira um pingo de vergonha. Então, qual o problema de ser observado em uma foto de jornal, de costas, por uma desconhecida?


 


Nenhum, Christopher tentava convencer-se, não fossem os tele­fonemas recebidos e o ar escandalizado de Peg. Não se or­gulhava das fotos porque não tinha optado por fazê-las. Sim­ples? Tudo indicava que sim, porém explicar os fatos àquela jovem visitante parecia mais complicado. Tudo nela parecia ser especial e embora ele ignorasse o porquê, queria que a impressão deixada fosse a melhor possível.


 


Bem, graças a Deus, Ucker percebeu que ela não riu do que via. Pôs o jornal de lado e encarou-o através do vidro. Foi como se os olhares tivessem se tocado, transmitindo com­preensão, estabelecendo um forte magnetismo. O constran­gimento dele se transmutou em autoconfiança.


 


Mas desde quando ele precisava da aprovação de uma mulher, sobretudo de uma estranha, para sentir que não havia sido um homem mal-intencionado nem um idiota?


 


— Ei, ainda estou esperando uma resposta? — Alan re­clamou, ao mesmo tempo que a porta da sala se abria.


 


Christopher olhou na direção da jovem que entrava, com as longas pernas deslizando como as de uma bailarina. Peg a acompa­nhava, sorrindo largamente e arqueando uma das sobran­celhas num código mútuo para que o chefe se animasse com a visita.


 


Porém, sabia ela que naquele caso em específico não havia necessidade alguma. Há tempos que Ucker não se sentia tão animado. Cada centímetro de seu corpo estava tensionado pela presença da mulher desconhecida.


 


Christopher empurrou a poltrona giratória para trás e apontou uma cadeira para a visitante.


 


—  Qualquer que seja o assunto de vocês pode aguardar alguns minutos — interveio Peg.


 


Dulce Maria, esse era o nome daquela musa, anuiu em silêncio, acomodando-se.



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Autor(a): jessie_uckermann

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— Não, não pode — Alan rebateu.   —  Claro que sim — Peg insistiu. — Apenas uma pausa para refrescar as idéias. E só o que estou pedindo, Alan.   Alan não se mostrou convencido. Enquanto discutiam, Dul encarou Christopher Uckermann. Ele era mais alto do que imagi­nara. O semblante viril e ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 3



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  • anne_mx Postado em 06/08/2015 - 23:43:32

    Continuaaaaaaaaaaaa ta muito legal

  • brendadevonne2410 Postado em 30/01/2015 - 20:55:56

    amando mds mds sz

  • anapaulamaito2gmail.com Postado em 23/01/2015 - 12:32:01

    continua.esta web e muito boa


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