Fanfic: Paixão sem Compromisso (Adaptada) Vondy | Tema: Vondy

— Dulce não vem conosco? — indagou a Hank na hora de sair.

— Ela tem muito trabalho a fazer.

— Parece importante. Vai demorar?

— Digamos que o senhor não deve esperar por ela — disse Hank com expressão carrancuda.

Às dez da noite, Christopher começou a acreditar no aviso. Claro, Dulce devia estar contando ao pai que o envolvimento com seu cliente era uma farsa. Rigoroso, Franklin não se mos­traria contente, mas também não insultaria a filha como sendo a vergonha dos seguranças particulares. Era urgente que falasse diretamente com Franklin, mas não tinha o número do celular de Dulce.

Christopher recorreu a Alan e resolveu o problema. Ligou mesmo tarde da noite, valendo-se de sua condição de cliente. A não ser que Franklin tivesse rasgado o contrato.

Não o deixe fazer isso, Dul. Volte para cá.

Eram onze horas e ela não havia regressado. Houve uma pausa para reflexão, e o telefone de Christopher tocou. Seria Dulce?

— Dulce está aí? — Era alguém com voz de adolescente, que logo se declarou amigo da ex-policial. — Ela me conhece — afirmou o rapaz.

— Mas eu não. — Josh riu. — Conte-me ou desligo.

— É o sujeito com quem ela está vivendo?

— E você, quem é?— Christopher inverteu a questão. — Diga-me seu nome.

— Apenas avise Dulce que estamos ansiosos para ver fotos dela nos jornais ou na internet. Dulce é muito ardente.

— Quem fala? — Christopher insistiu em vão, porque o rapaz já havia desligado.

Ele recostou-se na poltrona e recordou que Dulce havia sido alvo de muitas fotografias, durante a entrevista à imprensa. Nada de especial, mas as malditas câmeras de segurança instaladas por Hank na mansão poderiam ter captado o beijo entre eles e a informalidade de Dulce ao usar camisola na cozinha. Se fossem pirateadas, tais imagens compromete­riam para sempre sua relação com ela.

O raciocínio o ajudou a acessar um site de fotos na internet. Digitou o nome de Dulce e surgiram quinze itens. Christopher apertou as têmporas, ansioso, e clicou na primeira imagem, depois na seguinte, depois no resto. Suspirou de alívio. O material refe­ria-se aos tempos de policial de Dulce, mostrando até o recebi­mento de uma medalha por bravura, quando ela interviera numa briga de casal. O marido só estava armado com um ca­nivete.

Desistiu de telefonar para a guarda-costas, cioso de não incomodá-la em sua visita à casa do pai e também porque não sabia ao certo o que dizer sobre o seu comportamento diante dos jornalistas.

Um som conhecido, o do motor da Mercedes, interrompeu os pensamentos de Christopher. Esperava que Dulce estivesse ao volante, e durou uma eternidade até que ela entrasse na casa. Não parecia triste, porém não dava mostras de desejar companhia, Quando Dulce subiu para o seu quarto, Christopher ima­ginou que ela tivesse vindo ali para recolher seus pertences, por instrução do pai.

Poderiam as coisas ser piores do que já eram?

Ele não permitiria isso. Protegeria Dulce dos paparazzi e faria tudo para mantê-la junto a si. Não era mais uma ques­tão de escolha, mas uma imposição de seus sentimentos.

Pela manhã, nem Christopher nem Dulce mencionaram a entre­vista à imprensa. Ele seguiu trabalhando no material que trouxera na noite anterior, referente ao novo loteamento. Depois, aguardou que ela lhe contasse o que fizera.

Sem chance.

Dulce sentiu que ambos haviam chegado a uma encruzilha­da, com Christopher defendendo a lisura do contrato com a Privacy Dynamics e Franklin cobrando-lhe explicações a respeito de suas declarações em público. Tudo acontecera depois que ela havia jogado cartas com o pai, Hank e Sammie.

— Você gosta daquele homem? — Franklin tinha perguntado.

— É uma pessoa decente, papai. Difícil não gostar dele.

— Acha que devo passar o resto da vida agradecendo a Christopher Uckermann por haver arruinado a sua reputação, expondo-a à imprensa? O que ele quer? Publicidade grátis? Você con­cordou em morar com ele após cinco minutos de contato? Imagino o que pode ocorrer depois de dez minutos...

— Nunca fui santa. Além disso, dizer que eu era a namo­rada dele foi idéia minha.

— Perdeu o juízo, filha?

— Quer que eu não saia mais com homens?

— Mas você acabou de conhecer Christopher Uckermann.

— Os repórteres não sabem disso. Ele tinha problemas e eu precisava ajudar.

Franklin esfregara a testa com a mão, pensativo.

— Se ele resolvesse assaltar um banco, você ajudaria?

Arqueando as sobrancelhas, Dulce havia interpelado Hank:

— Você ameaçou Christopher ao levá-lo para casa?

— Deixei essa missão para seu pai.

— O que está havendo com o seu pessoal, papai? — Dulce gritara.— Christopher está pagando um bom dinheiro pelo contrato. Sei que eu deveria ter-lhe contado sobre o acordo de me fingir de namorada dele em público, mas não tive oportunidade até a entrevista à imprensa. O objetivo é afastar as mulheres que vivem atrás de Christopher.

—  Ele tem mesmo um problema em escapar de tantas namoradas — Hank tinha ironizado.

— É um homem bonito — Sammie acrescentara, em favor de Dulce.

—  Não vou desistir desse trabalho, se é o que está pen­sando, papai. Pretendo ir até o fim do contrato com todo profissionalismo o que sempre executei minhas tarefas.

— Será mesmo? — comentara Franklin.

— Todos vocês, parem e me deixem em paz.