Fanfic: Paixão sem Compromisso (Adaptada) Vondy | Tema: Vondy

Christopher conteve o riso ao ouvi-la falar aquilo. Centrou a vista nos quadris de Dulce e nas belas saliências do colo. Podia até ser respeitador, mas ela era uma mulher altamente desejá­vel, dificultando o controle de seus instintos.

— Seu pai conhece o nosso acordo? — ele perguntou.

— Estou aqui, não? Mas pare de me devorar com os olhos.

— Então, pare você também — ele a reprimiu em tom de brincadeira. — Não fique zangada. Ainda estamos em lua-de-mel. — Em seguida tomou-lhe a mão e puxou-a para a saída.

— O que está fazendo?

— Levando-a para a piscina.

— A cena do crime? — Dulce estacou no lugar, resistindo à pressão.

— A cena do nosso jantar. Você ainda não comeu, certo?

— Certo.

Ela utilizara o tempo com os preparativos para os dias que passaria na mansão. Estava com fome, porém nada vira na cozinha que lembrasse comida fresca.

— Seu cozinheiro já está lá fora?

— Por quê? Viu alguém perto da porta dizendo que era meu...

— Não — Dul atalhou. Deveria mencionar a presença de Perla? — Apenas presumi que você tinha contratado algum chef famoso.

— Gosto de cozinhar — ele informou. — E detesto estra­nhos em casa. A beira da piscina, tenho grelhas para prepa­rar churrasco.

— Preciso de uma prova das suas prendas domésticas — Ela debochou.

— Presumivelmente, você teria de ser simpática comigo.

— Desculpe-me. Não precisa mais me lembrar.

A churrasqueira era enorme e ficava entre arbustos e fo­lhagens tropicais. Realmente notável, porém, era a piscina olímpica, de águas azuis e convidativas, que mais chamava a atenção. Não era de se admirar que Christopher gostasse de nadar sem roupa, sentindo-se seguro e protegido por trás dos altos muros da mansão.

O sistema reciclável de água incluía uma bica que produ­zia um som de efeito calmante. As derradeiras luzes do dia se refletiam na água, conferindo um lindo mosaico de cores, enquanto sugestivos tocheiros estavam prontos para serem acesos.

Dulce aspirou profundamente o ar úmido. Percebeu que, ao lado das grelhas, havia uma mesa de vidro com duas ca­deiras e um refrigerador. Dali, Christopher retirou pedaços de carne já cortados e temperados. Também abriu uma garrafa de cerveja, que bebeu pelo gargalo.

Ela apertou a mão contra a nuca, acalorada. Percebendo-lhe o mal-estar, Christopher lhe trouxe uma segunda garrafa. Após o primeiro gole, ela removeu as sandálias baixas que usava e sentou-se na borda da piscina, mergulhando as pernas na água. Ucker apenas a observou de longe.

— Você vem? A água está uma delícia — Dulce convidou. Ele acertou o fogo da churrasqueira, enrolou as barras da calça jeans e sentou-se ao lado dela.

Não demorou muito para que o aroma do churrasco se espalhasse pelo ar, abrindo ainda mais o apetite de Dulce. 

— Não faça cerimônia, vá se servir — disse ele, procuran­do deixá-la à vontade.

Dulce acatou a sugestão. Encontrou na mesa uma travessa de salada variada. Serviu-se de legumes com batatas e, na grelha, de um bom pedaço de carne.

— Está gostoso? — Ele quis saber.

Fazendo movimentos sensuais com os dedos, ele acari­ciou-lhe o queixo para tirar gotículas de molhos que lhe es­corriam pelo canto da boca.

Por mais que quisesse parecer indiferente àquele toque, Dulce não conseguiu evitar o arrepio que lhe percorreu o cor­po.

— Está uma delícia — ela avaliou, embora achasse que estava um pouco salgado. Resolveu então mudar de assunto: — Enfim, não posso recriminá-lo por gostar tanto desse can­to da casa.

— Como assim? Eu e você completando a paisagem?

— Esse lugar é inspirador. E a piscina completa o cenário paradisíaco. Isso aqui realmente inspira atitudes livres. Vo­cê teve sorte em poder ter esse estilo de vida.

— Quer dizer, mais sorte do que capacidade de trabalho? — Christopher observou, provocando-a e em seguida serviu-se de salada também.

— As duas coisas. Você construiu a mansão?

— Reformei, com a ajuda de meu pai.

— Ele também está no ramo da construção civil?

— Morreu quando eu tinha vinte anos, num acidente em um canteiro de obras — ele respondeu, pesaroso.

— Oh! — Ela tocou-lhe a mão. — Não quis fazê-lo lem­brar de coisas tristes.

—Não tem importância, é a vida, não é?— Christopher tomou-lhe a mão, entrelaçando os dedos. — Tenho ótimas lembranças de meu pai.

—  Sei do que está falando. Minha mãe faleceu há dois anos, mas ainda sinto sua presença. Entende isso?

— Sim, claro.

—Mamãe estava muito doente e sofria muito. Tomei como uma bênção a partida dela, embora meu pai não se conforme até hoje.

Nos olhos de Dulce, Christopher leu certa mágoa pela renitente desaprovação de Franklin às suas decisões e sentimentos.

Viu uma garota em busca permanente de apoio, preocupada em agradar aos outros, o que não apagava os méritos de sua luta.

— Sua mãe se casou de novo? — Dulce indagou com inte­resse. — Ainda torço para que meu pai siga esse caminho.

— Não sei dizer. Perdemos o contato. Ela não queria fi­lhos, mas algo errado ocorreu e fui concebido. Quando nasci, ela me deu para adoção. Meu pai a impediu e me criou so­zinho.

Dulce não conseguiu esconder a surpresa e pesar pela his­tória triste. Por um instante, gostaria de abraçá-lo para lhe dar conforto.