Fanfic: Aos Contrários | Tema: Original ainda
Que doce de pessoa. Ela era um anjo, não? Se anjo quer dizer uma sadista louca com fome de pregar peças sem graça e sedenta por me envergonhar vinte e quatro horas por dia, então sim, ela era adorável.
Nossa relação de convivência era baseada em discussões ocasionais. Um exemplo: Eu odeio que troquem as coisas de lugar e ela teimosamente arrumava a casa e trocava tudo, ela dizia que era pra "renovar a energia da moradia e que a casa deveria sentir-se entediada por tudo estar sempre no mesmo lugar "
Esta foi nossa primeira discussão de verdade, com direito a gritos e xingamentos. Eu falava que casas não têm sentimentos. Ela disse que eu não tinha consideração pelos sentimentos da casa. Aí eu gritei que a casa não pode se sentir ofendida porque ela é um objeto inanimado. Ela disse que a casa era melhor de se conversar do que eu. Aí nós começamos a brigar. Nessa primeira briga meu pai tentou nos acalmar, na 10ª briga ele já nem ligava mais. Ele sabia que cinco minutos depois eu e Ela iríamos esquecer tudo. Eram pequenas discussões quase todos os dias, o incrível é que deixamos o medo de discordar um do outro, na verdade, eu deixei, ela nunca teve medo de me contrariar quando achava que algo que eu fazia não era certo. Isso tudo fez eu me sentir ridiculamente mais próximo dela. Até ganhei um abraço um dia, quando estava assistindo televisão, aí senti um calor nas minhas costas e braços ao redor do meu pescoço.
-O que você está fazendo? - perguntei em um tom apático, sem tirar os olhos da televisão
-O que eu estou fazendo? - era um sussurro de gozação que eu conhecia bem. Pelo menos ela teve a consideração de não falar alto perto do meu ouvido.
-Me irritando.
O engraçado é que eu não estava irritado. Nem sei como eu estava me sentindo, só que meu coração estava com vida própria e parecia querer sair do meu peito pra toma um arzinho, já que ele estava batendo com tanta força. Seria estranho eu dizer que queria que Ela ficasse um pouco mais? Como você quer a presença de alguém que você não suporta? Eu nunca estive mais confuso. Umas semanas atrás eu até estava preocupado com ela por não aparecer aqui em casa a após achar que ela estava doente, mas acho que não vou mais me incomodar em me preocupar com ela.
Os dias continuavam passando, mas por sorte a escola virou meu refúgio e junto com meus colegas eu passava o dia com conversas interessantes e construtivas.
-Cara, as pernas daquela garota são o bicho! Se liga só!
Ta bem, não tão construtivas. E quem diabos usa expressões como "o bicho" hoje em dia? Hippies? Espera, existem Hippies ainda, não é?
-To louco cara, ela é no máximo nota 5, se liga naquela outra do lado dela, cê deve ser cego pra não reparar naqueles peitos!
Okay, eu não sou obrigado a ouvir essa palhaçada.
-Vocês não tem nada melhor pra falar? –protestei.
Estávamos na sala de aula, no intervalo de almoço. Os caras - ao todo quatro como previamente falei - com quem ando tinham a mania de sentar perto de mim e se apossar nas cadeiras em volta, não ocupadas por seus donos que saíram para curtir o intervalo em outro lugar da escola. Eu basicamente era forçado a ouvir este tipo de baboseira todos os dias, hoje eles estavam falando das garotas líderes de torcida que estavam treinando. Dava pra ver elas da janela, que era bem grande. Por isso os caras se reuniam ao meu redor, minha carteira era ao lado da janela, e como somos conhecidos eles me cercam e tentam me incluir na conversa sobre partes do copo feminino. Não me entendam mal, não que eu não goste dessas coisas, mas não me sinto muito bem em dividir minha opinião sobre isso com meus colegas.
-Fala sério cara, to começando a achar que você joga no lado rosa da força!
Quem disse isso foi Dave, ele era meio mala, mas não completamente. Ele era meio baixo em relação à maioria dos meninos da sala e tinha sempre olheiras, provavelmente de tanto ver coisas impróprias na internet. De vez em quando ele falava alguma coisa que prestava, mas de vem em muitas: não.
-Deixa ele, Dave, ele só não curte o bom da vida. Cê ta muito caído, cara. Vamos sair nesse final de semana pra você se animar mais.
Corry falou, ele era o que menos falava besteira. Ele usava óculos, mas não quer dizer que ele é tão inteligente. Pode não parecer, mas ele é bem gentil com as pessoas, só meio mulherengo, ou ele dizia que era. Ele era maior do que eu, bem, ele repetiu o 2º ano umas duas vezes, então ele era maior do que todo mundo e mais velho. Mas ele era um cara legal, ele se voluntariava em abrigos de órfãos e era um doador de sangue ativo. Me pergunto se é por isso que ele era tão popular com as meninas.
-Não é assim, só não me interesso em falar coisas idiotas como essa em público. A vida não é só garotas, não vejo porque o desespero, vocês parecem urubus esperando um animal cair morto pra atacar.
Rebati, no meu tom natural. Do nada rolou alguma piada entre eles que eu não entendi, voltei ao meu livro que eu não mencionei que estava lendo, ou tentando, já que esses malucos não calam a boca.
-Ah, quer saber, eu sei porquê ele não liga pras gatas, ele já tem uma só pra ele quando ele!
Dave falou, os outros caíram na risada, mas eu meio que senti que estava sendo a piada e perguntei.
-O que quer dizer?
Orlando falou, ele meio que não é do grupo, mas aparece uma hora ou outra pra ver se encaixa em algum lugar, o coitado sempre é a piada da vez já que não consegue se depender sozinho e sempre quer provar alguma coisa pra alguém, hoje ele decidiu ir na do Dave:
-Não se faz de bobo cara, abre o jogo!
-Cava a boca, sorriso metálico, fica na tua! – Dave o reprovou. Pobre Orlando, sempre zoado pelo seu aparelho e por falar estranho – Enfim, conta cara, eu a vi com você, entrando na loja de eletrodomésticos! Vocês pareciam muito próximos! Era uma morena, gata pra caramba! Não se acha mais cabelos castanhos claros naturais assim hoje em dia!
-morena? De castanhos claros? Cara, então não era morena. – alguém se meteu na conversa, mas eu nem me incomodei de ver quem era.
-Espera, quem tem cabelos castanhos não se chama "morena"? Aliás, não fala coisas que você não sabe, ô sabe-tudo! - rebateu Dave
-Putz, não, se fala ser "castanhenta". Todo mundo sabe disso! Todo mundo sabe! - Corry com toda sua genialidade disse.
-Eu concordo com o Dave! – disse o pau mandando do Orlando.
-Ah, vá pro inferno, Orlando-Ferrúgem. E você, Corry, vai se tratar cara, você não sabe de nada! - algum deles falou.
Rolou um sério debate sobre isso entre eles, sobre como se chamar uma pessoa com cabelos castanhos claros, eles nem notaram que a razão da conversa saiu e foi tomar um ar, no caso: eu.
É óbvio que eles estavam se referindo a Ela, fomos mesmo ao centro no final de semana atrás escolher uma geladeira nova. Achei meio estúpido da parte deles julgar que pode ser minha namorada só porque estávamos nos dando bem, podia ser uma prima ou qualquer parente ou amiga, isso só prova que eles são uns idiotas perseguidores de namoradas.
Continuei andando pelos corredores barulhentos da escola, me peguei pensando em como se refere a uma pessoa com cabelos castanhos claros, se é morena ou algo do tipo. Continuei pensando, mas senti alguém esbarrar em mim. Ao acordar do meu transe eu notei um grande tumulto no corredor, gente correndo de um lado pra outro, vozes de empolgação e outras preocupadas. Uma barulheira só. Não, não estava barulhento, estava parecendo um estádio com tanto barulho junto num lugar só. Olhei melhor e um aglomerado de pessoa estava mais adiante do corredor, como se estivessem observando um espetáculo. Você poderia escutar sem muito esforço sobre o que se tratava, a multidão gritava "briga, briga, briga" num coro maligno de entretenimento. Aquela falta de solidariedade me irritou, já que eu tinha uma leve impressão de que ninguém chamou nenhum professor para dar um fim na briga e que ninguém está tentando apartá-la. Acho que eu posso fazer este favor e chamar alguém para acabar com essa palhaçada, mas justamente na hora que dei meia volta a caminho da sala dos professores um grito feminino breve e de dor foi ouvido do centro do aglomerado. Eu reconheci esse grito na hora, e a dona deste grito estava com problemas. Engoli o seco que se formou em minha garganta e fui correndo em direção aos curiosos e fui abrindo espaço na multidão, tendo como objetivo adentrar ao centro.
Chegando finalmente no meio da briga pude ver que meu medo se concretizou, eu realmente conhecia a pessoa que estava levando uma surra. Era Jessie. Cheguei bem na hora que ela levou um tapa tão forte que deu de cara no chão e lá ficou.
-Retire o que disse, sua ridícula!
A oponente de Jessie berrou essas palavras, ela estava completamente fora de si. Eu não conhecia a garota muito bem, mas já a vi andando nos corredores da escola com um grupo de meninas visualmente parecidas. Sabe, maquiagem pesada, sai do colégio encurtada, elas estavam sempre com revistas de modas e um garoto do lado. Eram magras demais, eu vivia me perguntando se eram daquelas pessoas que induziam o vômito, mas uma coisa eu tinha certeza: eram do tipo de pessoas que você não quer se envolver.
A multidão ia à loucura, uns gritavam “parem com isso” e outros “vamos, termina ela, eu apostei 10 pratas em você”.
Jessie estava ainda no chão, tremendo. Dava pra escutar uma série de sons distintos vindo dela, uma mistura de choro, gritinhos involuntários de medo e risadinhas histéricas que ocasionalmente saiam. Sim, ela estava apavorada. Não sei o que estava acontecendo já que Jessie não era a definição de pessoa mais corajosa do mundo, então duvido que ela queira estar voluntariamente nessa briga.
-Então não vai dizer nada? Pois eu vou fazer você cuspir o que disse a força, sua piranh* !!!
A louca varrida tentou avançar em direção a pobre Jessie, mas eu cheguei por trás e a agarrei firmemente para ela não matar minha pobre colega. Ela gritava e se debatia e me arranhava aonde conseguia colocar as mãos, as mangas do meu uniforme estavam sendo rasgadas e minha pele também. Mas eu precisava segurar-la. Pelo menos senti que seus movimentos ficavam mais lentos e ela gradualmente ia perdendo as forças.
Finalmente pessoas de bom coração vieram também e acudiram a pobre Jessie, outras tentavam me ajudar a segurar a menina possuída com o diabo deixando seu corpo, junto com minhas energias. Logo entendi que vários não ajudavam não por maldade, mas por medo de apanhar também. Não demorou para os professorem chegarem a ajudarem também.
Eu e Jessie fomos levados a enfermaria para nossos cortes serem tratados, os professores tentavam acalmá-la mais não saia nenhum som que se parecesse com palavras da boca dela, ela estava completamente abatida. Tentaram me interrogar, mas eu sabia tanto quanto eles sobre o que originou a briga. A enfermeira da escola disse que eu teria que ser levado ao hospital já que alguns cortes no meu braço em especial estavam muito profundos e eu teria eu levar pontos. Meu pai foi comunicado e ele chegou o mais rápido possível. O Médico ficou impressionado com o número de arranhões que eu levei.
-Entrou numa jaula com um tigre, rapaz? – ele me perguntou enquanto preparava uma injeção que eu não me incomodei em perguntar pra que servia.
-Pior, fui apartar uma briga entre garotas.
-Bem, acho que um tigre teria sido mais gentil com você. – ele falou, todo bem humorado.
Chegando em casa eu fui direto para o quarto. Ainda era cedo, então o dia ainda seria longo para mim .Eu estava preocupado com Jessie e queria que o dia passasse o mais rápido possível para eu ir à escola no dia seguinte para saber como ela estava. Eu queria me sentir um herói, mas minha preocupação era maior do que minha vontade de me auto-parabenizar. Eu realmente não consigo entender o que foi aquilo. Jessie era uma boa pessoa e não costumava falar mal dos outros pelas costas, mas àquela garota falou: “Retire o que disse”. Tinha a possibilidade de Jessie ter dito algo para a Outra pessoalmente, mas era menos provável do que meu gato latir. Não consigo tirar àquela imagem terrível da minha colega de classe favorita sendo praticamente espancada, toda indefesa. Não era justo. Era como o próprio Hércules bater numa criança inocente, quais as chances de conseguir revidar são menos que zero. Uma ânsia de vômito surgiu em mim, como se uma metáfora para o ocorrido daquele dia quisesse sair desesperadamente de mim. Acho que vou ficar doente de verdade. Eu queria poder fazer mais por ela, não acho que tenha algo que eu realmente possa fazer para ela se sentir melhor, ela deve estar chorando ainda, pelo menos está em casa com a família.
Meus lamentos foram interrompidos quando ouvi alguém bater na porta. Eu não mas não respondi, eu não queria conversar com ninguém. Eu queria ficar sozinho, e a não ser que fosse o meu gato, eu não queria ser incomodado, mas não acho fácil um gato ter a habilidade de bater na porta.
Ouvi a porta abrir, e vi que era meu pai, entrando sem ser convidado.
-É seu irmão, filho, ele quer saber como você está.
-Qual deles, pai?
Papai estava segurando o telefone, eu me sentei na cama para atender. O fato de eu não saber qual irmão era não era brincadeira, eu tinha 6 irmãos mais velhos. Todos do casamento do meu pai e da minha mãe. Ela não teve outros filhos no novo casamento, nem meu pai, já que ele não casou de novo. Enfim, eu reconheceria quem estava na outra linha só de ouvir a voz, então fui logo matando o mistério.
-Alô?
-Como vai meu irmão favorito? – era Alex, ele foi o segundo a nascer, 9 anos mais velho que eu.
-Acho que você ligou pro irmão errado Alex. – eu não estava afim de conversar, então claro que meu nível de sarcasmo aumentou em 40%.
-hahaha. Está de bom humor hoje, pelo visto.
-Não depois de hoje. Eu estou bem, pode desligar agora.
-Como assim? O que aconteceu?
Eu olhei pro meu pai, e ele entendeu o que eu quis dizer. Papai falou bem baixinho: Foi coincidência ele ter ligado hoje, eu não havia contado. Ele aproveitou e saiu de fininho.
-Ei? Você ainda ta na linha? – Alex falou, com um tom mais preocupado.
Agora eu era obrigado a dar explicações ou ele iria ligar sem parar e se eu desligasse a linha telefônica ele mandaria corujas com cartas. Abri logo o jogo e falei o mais brevemente possível o que aconteceu.
E tentei deixar bem sublinhado em meu tom que eu não queria falar mais sobre isso.
-Uau, a vadia te deu uma surra em? –meu irmão disse.
-Olha a linguagem, é uma pessoa do sexo feminino, uma pessoa do sexo feminino que deveria desesperadamente dar um trato nas unhas. Mudando de assunto, porque você ligou?
-Também estava com saudade irmãozinho! Enfim, só queria saber como o pai estava. Perguntei de você e ele disse que você saiu da escola mais cedo.
-Que atencioso você.
-Ah, se liga, eu tinha ligado mais cedo e uma garota atendeu, ela disse que o pai havia saído mas não disse pra onde, mas descobri que ele foi te buscar na escola, enfim, eu e essa mina conversamos um bocado mas eu me esqueci de perguntar o que ela tava fazendo aí, quem era?
-Um assaltante talvez, vamos mudar de assunto.
Eu sabia muito bem de quem ele estava falando e eu não queria falar dela com ele.
-Ah, vamos lá cara, primeiro eu pensei que poderia ser uma paquera do pai, mas ela soava muito jovem, depois pensei que podia ser algo sua, mas pensei “o que a namorada dele estava fazendo na casa dele se ele estava na escola”.
-Parabéns, Sherlock.
-Ela é a empregada, ou algo assim?
-Olha, eu não quero falar disso. – tentei soar o mais irritado possível, mas não adiantou, aliás, eu nem sei porquê estou tentando evitar falar dela, não é como se fosse segredo, por acaso eu estou tentando evitar que eles se conheçam? Quer dizer, eles não tem tanta diferença de idade, os dois são super animados. Há, até parece, ele não a aguentaria. Não é? Quer saber, não importa, não é da minha conta. .
-O que me faz ficar mais curioso ainda! Anda, abre o bico! Ela parece ser muito legal!
-Não, ela é insuportável. Cheia de idéias idiotas e infantil, só escuta o que quer e parece que tem 3 anos ao invés de 23! Se eu fosse você eu não me envolveria, aliás, pro seu bem: não se envolva. Ela vai te enlouquecer. Você deveria ter desligado o telefone na hora que ouviu a voz dela.
-Há, que é isso parceiro, se eu não te conhecesse acharia que está com ciúmes dela. Hahahaha.
Desliguei o telefone na hora. Eu fiquei irritado, muito aliás. Eu? Ciúmes? Dela? Claro, é mais fácil eu dar 5 cambalhotas pra trás de uma vez do que sentir ciúmes de uma desmiolada daquelas. Aliás, desde que cheguei eu não a vi. Bem, uma boa notícia, enfim.
Passou um tempo eu senti fome, lembrei que não comi nada na hora do intervalo de almoço, então minha ultima refeição foram há horas atrás. Me pergunto se tem algo que preste para comer na cozinha.
Saio do meu quarto e vou em direção as escadas, seria legal ter uma cozinha particular para mim aqui no andar de cima, sim, estou sonhando acordado.
Chegando às escadas aconteceu a coisa mais idiota do mundo comigo, achei que estava num filme de comédia. Aconteceu que quando eu ia dar meu primeiro passo no primeiro degrau eu piso na cauda do gato, que eu não vi que estava dormindo neste degrau em particular, quando pisei no coitado ele deu um grito terrível e eu perdi o equilíbrio quando me assustei com o barulho repentino. Resultado: ao perder o equilíbrio eu caí das escadas, foi tudo não rápido que ao chegar no chão eu nem sabia o que aconteceu direito. Só ouvi uma gargalhada altíssima que a meu ver era desnecessária, eu poderia ter morrido, quem tem um humor tão negro e tão maligno?
-HAHAHAHAHAHA. Pode fazer isso mais uma vez? Eu vou pegar minha câmera. Hahahahahaha.
Era de se esperar. Ela. Ela estava rindo da minha cara e da minha experiência patética. Meu dia só estava melhorando, não estava?
Levantei-me pesadamente, eu estava dolorido e acho que dei um jeito nas costas.
-Certo, pode rir, até porque não você não tem nada melhor pra fazer, não é?!
-Eu sinceramente largaria tudo o que eu estava fazendo pra ver essa cena mais uma vez.
Ela esfregava os olhos, parece que ela chorou de rir. Que bom que um de nós estava se divertindo.
Eu caminhei lentamente em direção ao sofá para recuperar minhas energias. Muitos não sabem, mas cair rolando das escadas gasta muita energia. Quem diria, não?
Ela sentou do meu lado, na outra ponta do sofá. Segurando alguns risos que ameaçavam sair.
-Quer uma massagem? – ela perguntou. Em um tom prestativo.
-Não de você, você vai me dar uma hérnia-de-disco instantânea. – neguei qualquer tipo de ajuda vinda dela, eu ainda estava irritado.
-Okay esquentadinho, então vou te trazer água ou algo assim, você pode não saber, mas sou a melhor "colocadora" de água em copos que esta cidade já viu!
Ela saltou do sofá e foi buscar a água. Eu finalmente pude relaxar um pouco.
-A propósito – ouvi a voz dela vindo da cozinha – a melhor parte foi você rolando pra trás, foram exatas 5 vezes. Sim, eu contei e foi hilário.
Autor(a): Papaangu
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).