Fanfics Brasil - Ele. Uma linda visão Aos Contrários

Fanfic: Aos Contrários | Tema: Original ainda


Capítulo: Ele. Uma linda visão

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Após muito refletir, tive muito tempo deitado pelo resto do dia e tomei a conclusão que: Não tenho nada a ver com isso.
Eu comecei a me preocupar com ela por motivo algum e fez com que eu ficasse paranoico, me lembrasse da minha irmã e assim, tive o ataque de pânico violento e perdi um dia inteiro. Não quero voltar a ser maluco, além disso eu e àquela mulher não somos nem amigos para começar. Não tenho nada a ver com o que ela faz ou o que deixa de fazer da vida. Não vou me machucar nem fisicamente nem psicologicamente por ficar me preocupando com coisas que não são da minha conta.


Estava sendo uma noite longa, tive dor de cabeça e não consegui dormir. Meu gato ficou miando a noite inteira, ele fazia isso quando aparecia uma gata na janela ou algum outro gato o desafiando lá fora. Ele estava arranhando a janela querendo sair. Da última vez que o deixei sair em uma situação parecida ele teve que levar 7 pontos da cabeça e teve uma infecção com um arranhão profundo na pata pois apanhou feio pra um rival felino. O pobre Bartô é um gato doce e gentil, ele não entende que ser guerreiro não é com ele.
Eu não aguento mais esse barulho, a gata lá fora começou a miar alto, parece até que está sendo assassinada, que barulho terrível, chega a ser assustador. Eu não aguento mais isso.
Me levantei e abri a janela, meu Gato-Romeo foi direto responder  o chamado da natureza daquela Julieta desesperada par deixar seus descendentes em sua barriga. Julieta... eu tinha que usar logo esses personagens como metáfora?
Eu não queria ficar aqui preso, eu estava com insônia mesmo e eram, pelo menos 3:00 A.M, então saí pela janela também. Meu quarto é no andar de cima, mas tem uma escada de emergência em caso de incêndio. Meu gato conseguia descer as escadas, caso pergunte como ele desceu para se encontrar com sua amante felina. Eu não estava usando chinelos e estava só com meu pijama de sempre: camisa de manga comprida e calções. Não foi uma boa ideia ir pra fora com essas roupas, estava muito frio. Devia estar uns 5 graus aqui fora, meus pés descalços, queimavam a cada passo, faziam meu corpo arrepiar a casa passo que eu dava, mas logo me acostumei. Eu até gosto do frio. Ainda era época de frio, não nevava mais só que o frio era forte. Eu queria ser preenchido por esse frio, queria que o vento me congelasse, era o meu paraíso solitário. Claro, eu subi de volta para meu quarto e peguei meu cobertor elétrico depois de um tempo.


Eu vi o sol nascer aqui, sentado no segundo degrau da escada da varanda de casa. Tinha 4 degraus, aliás. Eu fiquei aqui à noite toda. Eu ouvi os pássaros começarem a cantar, os postes da praça se apagando e sendo substituídos pela luz natural do, bem, do sol. Bartô tinha voltado à um tempo, ele estava deitado em cima meus pés, ele era um gato extremamente peludo e sua barriga esquentada meus pés frios, eu sei que ele fez isso com essa intenção. Ele não parecia se importar, já que estava de olhos fechados, feliz da vida e dava para ouvir seu ronronar daqui. Eu o copiei e fechei mês olhos também, pude jurar que me escutei ronronar. Estávamos nós, aproveitando essa paz e o breve silêncio que, daqui a pouco tempo, vai se transformar em barulho do girar de pneus de bicicletas, passos de sapatos, conversas e buzinas. Os minutos passavam e eu sentia o cheiro de pão sendo assado. Acho que cochilei por alguns minutos.
Eu abri um pouco meus olhos, eu senti um cheiro delicioso, bem perto de mim. Olhei ao lado e tinha uma garota, de cabelos castanhos claros e ondulados sentada do meu lado, bebendo um copo fumegante, do que julguei ser café pelo cheiro. Estávamos nos encostando já que as escadas não eram tão largas. Era ela. Ela estava usando gorro, e um suéter. Estava realmente muito frio hoje.


 


-Depois você que diz que eu gosto de me fazer de mendiga. Você também não está parecendo um czar desse jeito.


Ela falou passando o copo de café pra mim.
Eu peguei o copo, eu fiquei encarando-o. Eu até pensei em bebe-lo, mas eu não sei em que parte do copo a boca dela encostou. Não, não é medo de germes. É que eu sinto eu isso é como...como...um beijo indireto, sinto que isso é errado. Não posso ser julgado, pode parecer patético esse pensamento mais é como eu me sinto. Eu senti que ela estava me encarando e devolvi o copo. Minhas bochechas estavam quentes, espero não estar muito na cara aminha vergonha.


 


-Nossa, de todas as pessoas você era o último que eu acharia que tem nojo de compartilhar comida.  Ou você está achando que isso é o mesmo que me beijar?


 


-Claro que não, só não estou com vontade de beber café agora. E porque um czar? Não tem outro líder da realeza para escolher? 


Eu virei a cara pro sentido oposto, que vergonha. Como é que ela sabia?


-Era óbvio, você é muito crianção o, aí eu posso dizer seus motivos. Virjão. E escolhei um czar por causa a Rússia. Além de nunca ter beijado ninguém ainda não entende lógica, eu vergonha.


-Cala essa boca! Voc- eu não... cale a boca.  – se minha vergonha não me matar eu acho que eu vou procurar alguém para fazer esse serviço. Meu rosto já deve estar escarlate.


Assim que virei a minha cabeça na direção dela, claro, foi reflexo. Ela fez um movimento rápido e segurou meu rosto, com as duas mãos. Eu estava ainda lerdo por ter acordado a poucos minutos então não entendi muito bem o que é que estava acontecendo. Só sei que nossos olhos estavam se encontrando e suas mãos estavam tocando cara lado do meu rosto e ela aproximou o dela.


-Finalmente você está me vendo – ela disse - você nunca olha pra mim quando fala. Você tem que olhar diretamente nos olhos das pessoas, caso contrário você não vai estar realmente em sintonia com elas. Como e faço pra te tirar dessa bolha de concreto?


Eu não conseguia me mexer. Meu corpo estava paralisado, só conseguia sentir àquelas mãos frias nas minhas bochechas. Mas ela tinha razão. Eu nunca olhei realmente pra ela, só superficialmente, aliás, faço isso com todo mundo. Eu nunca a observei. E o que eu vi foi uma cara séria, sem nenhum traço de brincadeira. Eu nunca havia olhando diretamente pra ela, pra onde eu estava olhando? Eu nunca notei àquelas poucas sardas superficiais, quase transparentes em seu rosto que estava um pouco vermelho por causa do frio, nunca notei os cílios grandes e a boca perfeita e avermelhada, e principalmente, nunca notei àqueles olhos verdes que me puxavam pra dentro daquele universo, eu estava com medo, mas não consegui desviar os olhos. Eu vi muitas coisas nela, mas, juntando tudo, vi uma pessoa linda. Eu estava preocupado se as batidas do meu coração pudessem causar um terremoto que tiraria a terra de orbita. Eu não costumo ser exagerado assim, ela faz com que eu pense coisa sem sentido. Eu só voltei à mim quando ela tirou uma mecha de cabelo da minha testa.


Assim que ela terminou se levantou e se espreguiçou, comum sorriso. Depois olhou bem rápido pra mim e deu um risinho abafado.


-Pode me fazer um favor?  - ela disse, estava com uma cara de quem estava aprontando.


-Depende. – eu tentei falar com a voz menos alterada que pude, eu ainda estava meio abobalhado.


-Pode...- ela estava se esforçando para não rir, o que é isso? Ela respirou fundo e falou – pode ir na padaria pra mim? Ela tirou uma nota do bolso da calça e me deu o dinheiro, era pertinho de casa, uns 3 minutos a pé então nem troquei de roupa. Ela colocou a mão na boca para disfarçar uma gargalhada e fez um sinal com a outra mão para eu ir logo. Eu nem perguntei o que estava havendo, eu me recuperei completamente da minha hipnose e comecei a me preocupar, o que ela estava aprontando?


Mais tarde, na padaria, as pessoas começaram a rir quando olhavam pra mim. Descobri, no caminho de volta pra casa, (um moço de terno pasta que me avisou) que ela tinha colocado um adesivo na minha testa, até que grande, escrito: “Eu = Fabulosa.”
Eu nem preciso dizer que quando eu cheguei em casa, fervendo de raiva, ela estava debruçada sobre o sofá, tendo um ataque de riso, meu pai estava no canto, rindo discretamente.
Pois é, tudo voltou ao normal. 



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Autor(a): Papaangu

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • lalites Postado em 26/07/2015 - 00:05:16

    Eu leio ,não acho isso ñ =D


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