Fanfics Brasil - Levymontes-Além do por do sol Levymontes- Além do por do sol

Fanfic: Levymontes- Além do por do sol | Tema: Sortilegio


Capítulo: Levymontes-Além do por do sol

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Entraram na agua pela última vez naquela dia e apesar do vento frio que soprava enquanto o sol buscava abrigo na escuridão, eles de mãos dadas corriam para dentro do mar. Brincavam como duas crianças em meio as ondas. Esquecidos do mundo, livres de seus temores. Com apenas o céu, aquela praia deserta e as ondas que quebravam em seus corpos como testemunhas de seu amor.


Procuravam um ao outro nessa dança, ela fugindo dele e ele atrás dela. Sorriso no rosto e alma leve. Até que finalmente Alex segurou com força Maria José(Já não podia e não queria fugir) e a roubou um beijo, ela o empurrou logo em seguida e falou que estava com frio. Ele voltou a abraçar ela e lhe disse ao ouvido como num sussurro apaixonado “vamos nos aquecer, mi cielo.”


Foi como se todo o frio que a incomodava tivesse sido substituído por uma onda repentina de calor desencadeada pelos beijos dele. O abraçou com força e se deixou levar pela paixão insaciável de ambos. Nesses momentos nada lhe passava na cabeça, a não ser essa vontade incontrolável de amá-lo. Tinham a mesma força e desejo de satisfazer um ao outro. Uma paixão abrasadora que os tornava dependentes do calor que exalava de cada beijo, de cada palavra carinhosa que se diziam. De uma maneira especial e sem explicação sentiam que poderiam passar dias em completo estado de êxtase.


Uma chuva surgiu do norte e as gotas mais frias que a agua tocavam no rosto deles e diziam que era melhor transferir a festa para dentro da casa. Eles se olharam em silencio, apenas o som das ondas e as gotas de chuva se unindo a imensidão do mar. Estavam abraçados e mais unidos que nunca.  Ela de repente começou a sorrir e ele também.


-Vamos entrar que podemos ficar resfriados. – Falou ela enquanto ele com suas mãos passeava pela corpo dela. Depositou um beijo casto nos lábios dele e insistiu– Vamos, Alex!


Ela ignorou ele e começou a nadar de volta a praia, ele a seguiu e quando já podiam andar na areia, ele a pegou no colo e Maria José sorriu o caminho inteiro até chegarem na porta da casa.


Era uma residência grande construída a beira da praia, o desenho e a criação foi toda de Alex. Nos últimos meses estava secretamente trabalhando nesse projeto, era o presente que daria a esposa. A casa na praia que eles sonharam ter no dia que foram a Celestún. Isolada um quilometro da outra casa e com todos os luxos e mantimentos para aquela semana inteira que viveriam juntos ali. Passariam mais tempo se Maria José conseguisse passar mais de uma semana longe de Tony. Além do mais o aniversário dele estava se aproximando e eles queriam fazer uma festa bem grande.


Depois de tomarem um banho quente, Maria josé vestiu o hobbie branco se sentou na cama e tomou o telefone na mão e ligou para a casa de praia de Victoria. Alex saiu logo depois do banheiro com a toalha no ombro, sorriu ao vê-la ao telefone e foi até a cozinha comer alguma coisa.


Quando Felipa atendeu o telefone, Maria Jose perguntou logo por Tony.


-Está muito bem, menina. Está um anjinho, apesar de fazer a gente correr atrás dele toda hora, para que não se machuque. Ele engatinha que é uma beleza, como você já sabe. Rosi, inclusive, está dando a papinha dele agora.


-E a dona Victoria e a Vicky, como estão?


-Dona Victoria, está mais feliz que nunca. Seu Fernando apareceu hoje pela manhã e agora estão que não se largam mais. Acho que finalmente resolveram sua situação. E nossa Vicky está cada vez mais bonita, é um anjo, um doce. Seu Roberto vem amanhã visitar ela, depois voltará com dona Victoria para Merida pois vão buscar Raquel na clínica.


-Nossa, Felipa. Isso é maravilhoso. Diga a dona Victoria que estou muito feliz por ela e Fernando. Ai, Felipa, o Alex vai amar saber de tudo isso.


-E como vocês estão? Mas que pergunta boba a minha. Devem estar como dois pombinhos, se amando o tempo todo. Se divirtam, tá!


Maria josé sorriu e não conseguiu evitar de corar depois do que Felipa disse. Se despediu dela e correu atrás de Alex para contar sobre Victoria, Fernando e Raquel.


-Mi vida, isso é perfeito! Nossa estou muito feliz por eles.


-Tony estava comendo e Felipa disse que ele está aprontando todas. Engatinhando por todos os lados e a Vicky também está muito bem. Nosso filho tem muito da sua energia, sabia. –Disse colocando a mão no peito nu dele.


-Sabe acho que você tem razão. – Alex largou o morango na mesa, pegou ela no colo e levou até o sofá, com cuidado a deitou lá e a beijou. Ela começou a protestar tentando empurrar ele, mas os risos a delatavam. Adorava quando ele fazia isso. Até que de repente ele olhou para ela e disse:


- Fique quietinha ai, que eu vou fazer a comida.


Maria José soltou uma gargalhada. Alex ignorou isso e foi até a cozinha tentando lembrar dos ingredientes da receita que Ezequiel tinha ensinado para ele. Alex tinha conversado com o mordomo duas semanas atrás porque queria fazer algo especial, mas como não sabia cozinhar, teve de recorrer a ajuda especializada.


Começou a sua tarefa, pegou a toalha enrolou ao redor da cintura, já tinha esquecido que não estava vestido. Pegou o avental e o colocou de maneira bem apurada, quase um especialista. Ignorou as risadas folgadas de sua querida esposa, que do sofá tinha uma vista privilegiada do cozinheiro.


Maria José ofereceu ajuda mas ele recusou delicadamente, dizendo que isso ele ia preparar especialmente para ela, com as próprias mãos e sem a ajuda dela. A única coisa que ele pediu é que ela se arrumasse para um belo jantar, sem mais reclamações ela foi até o quarto para se preparar para essa noite especial preparada por ele.


Alex colocou no forno e marcou no relógio o tempo. Terminou de colocar os talheres na mesa, acendeu a vela e pediu que tudo desse certo e correu até o quarto. Ela estava diante do espelho, um belo vestido azul de seda com alças finas cobria o corpo dela e os cabelos bem presos com um broche dourado. Estava tentando colocar o colar que ele havia dado a ela. Uma singela pedra de esmeralda encravada numa flor de ouro brilhosa. Não era acostumada as joias, mas deixou de dizer isso a ele porque já não havia motivos para rejeitar qualquer coisa vinda dele.


Alex a observava da porta e não pode deixar de lembrar do primeiro encontro deles, de Maria José descendo as escadas e de como tinha ficado surpreso ao vê-la. Foi até ela e a ajudou a prender o colar. Depositou um beijo longo em seu pescoço e a abraçou, sentiu que o corpo dela estremecia e sentiu uma pontada de orgulho ao saber que cada toque dele causava um alvoroço nela.


-Quero saber se vou nesse jantar sozinha. –Olhou para ele através do espelho com um sorriso sedutor.


-Mas é claro que não! – Rapidamente ele correu ao guarda-roupa e com a ajuda dela escolheu a roupa apropriada para usar.


Ela sugeriu que ele vestisse camisa branca, gravata azul escuro e colete preto. A calça e o sapato ele mesmo escolheu, assim como não usar paletó. Seguiram juntos até a mesa, que para a surpresa dela estava toda arrumada. Taças, pratos, talheres, a vela no castiçal tremulando. Ele pegou o controle do aparelho de som e deu play, uma música instrumental começou a tocar. Maria José ficou sem palavras. Ele apenas sorria de volta para ela, satisfeito por tudo ter dado certo, até mesmo a macarronada estava no ponto.


Sentaram-se a mesa sorrindo um para o outro, ele fez questão de servi-la e antes de comer esperou que ela dissesse o que achara da comida. Ela sorriu para ele meio desconcertada, não é que estivesse ruim de gosto mas tinha algo que estava em quantidade além do permitido.


-E ai como está? Saboroso? – Perguntou curioso.


-Tá um pouquinho salgado, amor. – Tossiu e imediatamente de um gole só tomou a agua da taça.


Alex provou a macarronada e percebeu que sua esposa estava sendo muito gentil em dizer um pouquinho. Ele cuspiu fora a macarronada e praguejou. Maria josé tentou conforma-lo dizendo que a intensão é que valia.


-Intensão ou não, mi cielo, ficamos sem jantar. Me desculpa.


-Não seja por isso.


Ela correu a geladeira e tirou de lá uma pizza, colocou no micro-ondas e voltou a mesa, em poucos minutos estariam comendo algo saboroso e não tão salgado. Alex contou então, como tinha planejado a história do jantar. Ela achou muito bonito e engraçado ele ter tido essa mini aula com o Ezequiel. Havia muitas coisas que ainda a surpreendia em Alex. Dava graças aos céus todas as noites por ter encontrado nele tudo que sonhava.


Com a pizza na mesa, o jantar oficialmente tinha começado. Conversaram muito tempo sobre a casa em que estavam, ele contou como a construiu e quem ajudou. De onde surgiu a ideia do design e para a surpresa dela, muitas das esculturas que embelezavam o lugar eram de Gabriel.


-Quantas surpresas! Já disse que desse jeito vou acabar me mal acostumando.


-Pois eu não vou parar, quero mimar você pro resto da vida. Aliás, as surpresas não acabam por aqui.


-Ah, não? O que mais você tem preparado?


-Ah, não posso te contar, mi vida. É segredo.


Alex sentia todo o prazer do mundo em preparar todas essas coisas, só para poder arrancar dela esse sorriso largo e bonito que tanto amava. Mas Alex não sabia que Maria José tinha seus segredos também.


Apesar de todas as situações difíceis que tinham passado no último ano, os dois seguiam adiante com o propósito de ver o lado bom em todas as coisas. Tinham a Tony e sua família. Pessoas que os amavam de verdade. Ele a contemplava as vezes, mas dessa vez a via de maneira mais profunda como se pudesse ver através dela. Incomodada e curiosa ela perguntou:


-No que está pensando?


-Você lembrou de mim, ou se apaixonou por mim de novo? – Ele se referia ao momento em que ela havia perdido a memória.


Ela sorriu e resolveu não dizer “mas de novo essa pergunta?” pegou a mão dele e saíram da mesa e foram caminhando até o pátio da casa onde havia uma bela cadeira. Se sentaram ali e ela se aconchegou nos braços dele.


-Quero a verdade não a mesma história de sempre. – Continuou com a voz seria.


Ela se ajeitou e olhou para ele.


-A verdade é que acho que me apaixonei por você no dia em que te vi em Toluca quando levei sua “irmãzinha” asmática para casa. Eu te vi e senti uma coisa muito estranha, senti como se já te conhecesse. Como se você pudesse me tocar e meu corpo desmoronar. Senti repentinamente que de alguma maneira nos pertencíamos.


-Obrigada, por me dizer isso. Mas porque você sempre quis evitar me responder isso? Tinha medo ou oque?


-Na verdade eu não sabia o que responder só isso. Chegou um momento quando minhas memorias voltaram por completo que eu sentia que te amava muito antes de tudo aquilo acontecer.


Ele sorriu e depositou um beijo doce nos lábios dela e desafiou:


-Então se você realmente lembra de tudo, o que foi que eu te disse antes de fazermos amor pela primeira vez?


Ela franziu a testa e sorriu intrigada, ele a olhava inquisidor esperando ardentemente pela resposta, começou uma contagem de 10 segundos e quando chegou no um.


-E agora qual a resposta? Vamos ver se você realmente lembra de mim.


-Eu lembro que estava muito assustada naquela noite. Que esperava muitas coisas de nossa conversa, mas nunca de uma declaração de amor sua. Não estava pronta para falar sobre meus sentimentos, nem sabia como reagir diante de você. Você me intrigava e mexia com tudo dentro de mim, me fazia esquecer todas os problemas com um olhar, com um toque, com um beijo. Por isso naquela noite, quando você olhou para mim e disse “Enamoremonos mi vida, no hay nada más hermoso que el amor” eu sabia que estava perdidamente apaixonada por você.


Ele não esperava tal resposta e muito menos o beijo que se seguiu. Abraçou-a com força, com paixão. Enquanto ela delicadamente desabotoava o colete dele. Com rápidos movimentos ele se livrou dos sapatos e das meias. Ela puxou e desfez a gravata dele enquanto ele tirava o broche que prendia os cabelos dela. Não pararam um segundo de se beijar, até que ela levantou e pela mão dele o levou para dentro de casa.


Se ajudaram a tirar as roupas e colocar as que costumavam usar para dormir. Não eram nem 9h da noite quando se deitaram na cama e abraçados caíram no sono. Não fizeram amor naquela noite, mas necessitavam desse outro tipo de conexão entre eles. Ali abraçados, podiam sentir que estariam juntos sempre. Que nada poderia afasta-los mais. Eram apenas Alex e Maria José.


No dia seguinte, conforme planejado e se  nenhum problema os dois embarcaram numa lancha alugada por Alex. Eles iriam conhecer as diversas ilhas da região. Foi um passeio não muito diferente do de Celestun, a diferença é que dessa vez estavam os dois apenas.


Estavam contemplando uma das ilhas e algumas casas distantes quando Maria José falou.  


-Tenho algo para te contar, Alex.


O tom de voz dela era serio e isso o colocou imediatamente em alerta.


-O que foi? Você está bem?


-Sim, estou ótima. Eu só queria te contar uma coisa, eu não posso mais segurar isso. Eu... eu estou gravida, vamos ser papai e mamãe de novo!


Alex ficou pasmo, depois começou a sorrir freneticamente e por fim a encheu de beijos. E não sabia se gritava se a beijava ou tentava recobrar a sanidade, porque estava extremamente feliz.


-Mi cielo, muito muito obrigada. Essa é a melhor coisa que poderia ouvir hoje. Eu estou com vontade de te encher de beijos, de mostrar o quanto eu te amo e te quero com todo o meu coração. Mi vida, eu vou se pai de novo! - Gritou


-Eu fico muito feliz que você esteja feliz. Mas considerando que estamos num barco em alto mar e que eu estou gravida, acho que as ondas e eu já não estamos nos dando bem.


Ele rapidamente entendendo a mensagem deu meia volta e em 20 minutos estavam de volta ao porto, minutos depois disfrutavam de um lindo almoço que ambos decidiram fazer juntos. Sem macarronas salgadas, mas saborosas almondegas e uma salada simples, com um vinho para complementar.


Os dias que se seguiram foram cheios de momentos lindos. Saíram para conhecer a cidade, compraram presentes, almoçaram em restaurantes exóticos. Visitaram um complexo joalheiro, foram a uma festa típica e quase todas as noites faziam amor como loucos apaixonados.


 


Quanto ao aniversário de Tony. Não havia um dia na semana que não fosse mencionado no jornal a festa que iria ser feita em homenagem ao herdeiro da fortuna Lombardo. Sempre estavam nas colunas sociais desde o esplendoroso casamento que movimentou a cidade inteira.


Maria José e Alex eram o casal estrela da mídia, mas os dois não se importavam com isso. Nunca deram entrevistas, mas eram alvo do assédio de paparazzi, tudo para saber um pouquinho mais da vida deles dois. Apesar de reforçarem a segurança, sempre saia no jornal alguma foto da intimidade dos dois. Um passeio ao redor do lago, um beijo na varanda. Não se podia escapar do mundo lá fora, eram o centro das atenções.


A casa toda estava decorada naquele dia. Maria José e Victoria supervisionaram toda a equipe que organizou o local. Tinha balões e bonecos, palhaços e até um magico. Toda a casa tinha virado um navio da marinha. Tony estava vestido de marinheiro e não saia do colo do pai. Alex e Maria José estavam como de costume belíssimos em suas roupas de festa. Ele de terno e gravata, ela com um belo vestido rosa de alça fina e os cabelos presos num belo penteado.


Todos estavam presentes para os parabéns e naquele momento em que cantavam e desejavam o melhor para Tony, Maria José sentiu uma sensação de paz e gratidão. Nunca estaria vivendo nada disso se não fosse aquela armadilha do destino, aquele plano terrível de Bruno. Nunca teria encontrado o verdadeiro amor ao lado de Alex. “É estranho como certas coisas acontecem em nossas vidas. Como do chão inerte ainda pode nascer uma flor. Não imaginava que minha maior desgraça seria o caminho para a minha felicidade.” Pensou


Acordou de suas contemplações ao ouvir o choro de Tony, tinha se assustado com os as buzinas e as gritarias. Ela rapidamente o acolheu em seus braços e o acalmou. Todos gritavam em extrema felicidade, um ano do pequeno Tony.  


Estavam todos disfrutando de um belo jantar quando Alex pediu a atenção dos presentes. Queria anunciar o segundo motivo de sua felicidade.


-Gostaria de dizer que hoje estou feliz em dose tripla, por minha esposa maravilhosa que me deu esse presente precioso que é o Tony e também porque queria dizer que... serei papai de novo!


De longe se podiam ouvir os gritos e as palmas de todos os convidados, nunca aquela casa tinha sido tão feliz. Foram tantas os abraços e desejo de felicidade que os dois se sentiam comovidos. O exemplo da paz que reinava naquele lugar era muito grande.


Roberto e Raquel se davam muito bem agora, viviam aos pés de Vicky, sempre com ela, disfrutando cada passo de sua vida. Apesar de não viver com os Lombardo Roberto visitava as duas todos os dias. A família inteira de alguma maneira desejava que o tempo ajudasse os dois a descobrirem se realmente amavam um ao outro. E ao julgar pela maneira que se olhavam e como Vicky sempre estava entre eles, talvez isso não demorasse muito.


Paula e Gabriel estavam noivos e ela não desmereceu nenhum detalhe desse pedido de casamento na Espanha. Contou todos os detalhes a irmã. Falou que assim que casasse se mudaria para capital, onde ficava o studio de Gabriel, que agora era um dos artistas mais importantes do país. O talento dele o levou longe.


Meche, chucho e seu Pedro ampliaram seus negócios e agora tinham uma loja própria em outro lugar da cidade. Quando Maria José disse que daria uma casa de presente ao pai, pensou que ele não viveria longe dos amigos, então comprou um lugar que seria grande o suficiente para os três. Seu Pedro ficou acanhado de aceitar, mas chucho logo fez a cabeça dele e os três ficaram na casa felizes e satisfeitos.


Victoria e Fernando viajavam sempre que podiam, por isso não se via muito deles dois na mansão. Eles não queriam nada esplendoroso, por isso se casaram numa cerimônia simples, onde apenas amigos e família estavam presentes. Victoria estava belíssima assim como Fernando. Passaram mais de um mês viajando e conhecendo o mundo. Voltaram duas semanas antes de Maria José dar à luz.


Fernando foi dirigindo o carro até o hospital, pois Alex estava uma pilha de nervos. A gravidez foi delicada e o parto exigia extremos cuidados. Quando chegou no hospital todos já estavam lá, Paula, Pedro, Victoria, Felipa e Tony que não parava de dizer “mamãe”. Acreditem ele foi quem avisou Felipa que a “Bebe vai nascer”. Felipa não sabia se ficava feliz porque ele tinha falado pela primeira vez uma frase completa ou se ia acudir Maria José.


O fato é que tudo se resolveu e diferente da vez passada eles quiseram saber se era menino ou menina com antecedência e resultou que na verdade era menina e menina. As gêmeas nasceram saudáveis, mas eram muito frágeis ainda e ficaram sob a supervisão dos médicos por 4 dias. Quase uma semana depois é que Alex pode segurar as duas e dessa vez ele chorou de felicidade.


-Mi cielo, obrigada. Não há nada nesse mundo que se compare ao que estou sentindo agora. Elas no meu colo, tão pequenas, tão frágeis, tão lindas. Eu aposto que serão tão maravilhosas quanto você.


Maria José sorriu e pegou uma das meninas para colocar na cama e Alex fez o mesmo com a outra. Tony que estava ao lado da mãe, pegou uma das fraldas e colocou ao lado das irmãs. Os pais sorriram e agradeceram o carinho e a preocupação do filho.


-Sim, querido. Está na hora de trocar a Sophie e a Luna.  Quer ajudar a mamãe? Pega mais outra fralda bem ali.


O menino então pegou a fralda que estava do outro lado da cama e deu a mãe. Alex não se conteve, pegou o menino no colo e encheu de beijos.


 -Esse é meu garoto! Temos que cuidar muito bem das suas irmãs, para que quando elas crescerem nenhum menino malvado se faça de esperto com elas. Tudo bem? Toca qui!


 Ele estendeu as mãos e os dois se tocaram, selando seu pacto de proteção, para a euforia total de Alex. Eles deram um singelo e divertido “tchau” as três e foram até o jardim onde brincaram de bola junto com Vicky e Roberto.


 


Já era bem tarde, talvez três da manhã. Maria José não pode pregar os olhos, talvez porque já estivesse quase na hora de dar de mamar as meninas, ou porque não podia para de pensar em tudo que havia acontecido nos últimos dias. Sentiu uma pontada de medo, será que essa felicidade vai durar?


Alex sentia que ela estava incomodada em seu braços e sem se mover perguntou:


-Tem alguma coisa te incomodando, Mi cielo?


-Você está acordado?


-É difícil dormir com você se mexendo do meu lado. Me diz o que está acontecendo.


-Estou com medo.  


-Medo? De que?


 -De isso tudo acabar, de algum ruim acontecer com você ou com nossos filhos. Eu não consigo acreditar que tudo está tão bem agora. Parece que é ilusão.


Ele se virou para ela e disse com voz calma e compreensiva.


-Mi vida, nada vai acontecer sabe porquê? Porque essa é a nossa vez de escrever nossa história, páginas e páginas inteiras de completa felicidade. O que nos uniu pode até ter sido através de algo perverso, mas o que nos mantem juntos é o amor. Esse amor forte e valente que agora está divido nessas vidas que são nossos filhos. – Segurou nas mãos dela com força. – Juntos sempre.


-Juntos sempre.


 


A pergunta é “viveram felizes eternamente? E você o que acha?”


  


 


 



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Autor(a): Eliacamargo

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