Fanfic: Understands My Weirdness | Tema: One Direction

"Vai. E se der medo, vai com medo mesmo"

POV Stephany

Meus pais, ou melhor, meu pai, me chutou de casa. Literalmente. Eles disseram que não iam conviver com uma garota igual a mim. Mas eu estou pouco me lascando. Tenho 19 anos, e posso ir para onde eu quiser. Eu e minha amiga Eduarda, estamos querendo dar uma de mochileiras e sair zanzando por ai.  Com o emprego que eu tive desde os 15 e mais o dela, nos renderam uma boa grana.

- Agente bem que podia ir hoje – eu disse.

Estávamos na casa dela, os pais dela eram bem mais legais que os meus, ou mais amigáveis, como quiser chamar. Meus pais ficaram assim desde que eu descobri que sou adotada. Pois é, eles me enganaram direitinho.

- Sabe agente podia muito bem começar por Londres – ela disse se virando do espelho, que estava fazendo um novo truque de maquiagem – O que acha?

- Que lindo! – sim, isso foi muito gay. Mas fazer o que, Ed me deixa assim – Claro, que podíamos começar por lá. Aproveitamos e procuramos meus pais biológicos.

Mal terminei a frase e ela me encarou e deu um sorriso forçado. Eu entendi o que ela quis dizer: “Talvez não os achemos”. Tabom, tabom ela tem razão.

- Vou falar com meus pais – disse já saindo do quarto.

Os pais de Ed eram bem compreensivos, desde o inicio já saberiam que não iam conseguir manter sua princesinha em casa. Eles apoiavam nossa ideia de virar mochileiras e “expandir nossos horizontes” como diz a tia Lizzie ou Lizandra, como preferir. Nós moramos em Curitiba, uma cidade no Sul do Brasil que a maioria das vezes congelamos, no inverno, ou torramos, no verão.

- ANY! SUAS MALAS JÁ ESTÃO PRONTAS? – grita Ed do andar de baixo.

- CONCERTEZA, SENHORITA ÓBVIA.

Milhas “malas” eram somente minha roupa de corpo e uma mochila com minhas poucas roupas e utensílios básicos de sobrevivência, tipo carregador de celular, fone de ouvido... Meus pensamentos foram interrompidos por um vulto loiro passando por mim, puxando a maior mochila que poderia de dentro do armário e colocando apenas o necessário. Ed e eu já estivemos pensando sobre a nossa viajem, então já tínhamos umas regrinhas:

1 – Nunca se separar

Afinal, vai que ela pega um voo pro Canada e eu vou visitar os pinguins na Antártica, sendo nós duas, isso é bem possível.

2 – Nunca sair de casa com mais de uma mochila

Vai dar uma de mochileira com uma mala de viajem enorme? Poupe-me

3 – Nunca se apegar

Arrumar namoradinho? Nem pensar! Vai que teremos que ir para outro lugar logo no dia seguinte? Ae fudeo!

- Pronta? – perguntou.

- Claro – sorri animada, nossa primeira viajem, tem que ser um sucesso.

~*~

- Eu to com enjoo – diz pendendo a cabeça pro meu lado. Já estávamos no avião cerca de 4 horas, e essa é a segunda vez que ela fala isso.

- SE VOCÊ VOMITAR EM MIM EU TE JOGO PRA FORA DESSE AVIÃO – digo berrando. Algumas pessoas me olharam com desaprovação, mas eu ignorei, nunca mais ia ver esse povo mesmo. Quando olhei para trás uma aeromoça estava se aproximando, ela mandou Ed tomar um remédio que a companhia aérea tinha para clientes que ficavam com enjoo. E depois de muitos esforços da aeromoça, Ed não queria tomar a porcaria do remédio então fiz por força. Belisquei o braço dela e quando ela foi abrir a boca pra gritar, joguei a pílula na garganta dela e antes que ela morresse sufocada eu peguei o copo de água da mão da aeromoça, que me olhava embasbacada, e coloquei na frente dela. Já devem saber o final, uma loira gritando no meu ouvido dizendo que podia ter morrido e a culpa seria minha.

- Cala a boca, porque só assim pra você tomar remédio, sua fresca – coloquei de volta os fones para não ter que ouvir mais nada. Fiquei olhando para o corredor que estava em meu lado direito, já que Ed roubou a janela de mim, e adormeci no mesmo segundo.

Acordei com uma vaca mugindo, ops, quero dizer, Ed berrando, dizendo que já havíamos chegado.

~*~

Depois de toda aquela lenga-lenga que é esperar naquela fila do desembarque, pegamos as mochilas e fomos para fora procurar um taxi.

- Eu to com fome – disse.

- Mas você só reclame né – ela da de ombros. Depois de decidirmos qual taxi pegar, um com o motorista velho e tarado que ficava olhando pro decote dela ou com o cara que tava cherando a maconha, fomos para o famoso Starbucks.

Fomos em direção ao atendente loiro com olhos escuros e pedimos um café com leite, para mim, e um expresso para Ed. Decidimos então procurar um apartamento para alugar, apesar de virmos como mochileiras, vamos passar um tempo aqui em Londres a procura de meu pai biológico; mas antes, como sempre, ela foi ao banheiro, me deixando completamente sozinha em pé.

Depois de uns segundos resolvo me sentar. Cinco minutos depois eu penso que ela caiu no vaso ou foi levada pela descarga. Percebo que tem um homem vestido com um sobretudo preto, sentado na mesa do lado de fora da cafeteria com o celular no ouvido. Os óculos que ele usa são de grau, então eu consigo ver perfeitamente o rosto dele. Eu não daria mais de 30 anos, com uma barba parecida com o Robert Downey Jr. no filme Homem de ferro e olhos amarelados. Muito lindo, só que muito velho pra mim.

Ele estava ao telefone, e conversava olhando fixamente para mim. Isso me assustou, mas não demonstrei. Levantei da mesa deixando minhas coisas e meu café e fui até a mesa dele do lado de fora. Quando eu sai pela porta, ele parou de falar com quem quer que seja pelo telefone e fixou seu olhar em mim:

- Quem é você? – perguntei em sua língua e em tom de ameaça, me sentando na cadeira ao lado da sua.

- Ninguém com quem se preocupar – disse, mantendo o rosto neutro.

- Seu eu não precisasse me preocupar você não estaria me encarando – minha observação o fez sorrir, um sorriso lindo, mas cabuloso.

- Não se preocupe Princesa. Só estou fazendo o meu trabalho

- Pra quem você trabalha? E porque seu trabalho é me vigiar? - ignorei o apelido e continuei.

- Meu trabalho é vigiar, pois eu sou um guarda-costas, e você sabe para quem eu trabalho – disse.

- Quem? – perguntei perdendo a paciência, uma virtude que Deus me deu pouco.

- Seu pai – sorriu.

POV Eduarda

Saio do banheiro, com uma careta. É horrível estar naqueles dias, borrar toda a maquiagem e ainda ficar com raiva. Fiquei todo esse tempo fazendo isso, Steph já devia ter me deixado aqui. Mas quando saio a vejo conversando com um cara bizarro numa mesa do lado de fora, e as coisas dela em uma mesa perto do banheiro. Só sai por 20 minutos e ela já ta dando em cima de um pobre coitado. Pego as coisas dela e saio da cafeteria. Quando chego perto dos dois escuto ela perguntar.

- Você sabe quem é? - acho que ela estava quase roxa... não, vermelha... não, azul. Essa garota quando fica brava é quase um cameleão, meu Deus.

- Quem é o que? – pergunto atraindo a atenção dos dois.

- Ninguém – diz ela, se levantando e vindo até mim para pegar suas coisa – Então... – ela se vira para terminar a conversa, mas o homem já tinha sumido – Ok, né.

- Quem era? – digo.

- Ninguém com quem se preocupar – Ok, né.

POV Stephany

Eu não iria contar agora para Ed só para ela se preocupar, afinal, é só isso que ela tem feito até hoje. Vou descobrir quem é esse cara e porque ele é meu “guarda-costas”. Será que tem gente atrás de mim? Bom... Se tiver, azar o deles. Aprender luta desde os 12 anos tem suas vantagens. Esse cara me cheira problemas. Um monte deles.