Fanfics Brasil - Capitulo 3 – Ibiza. Dangerous

Fanfic: Dangerous


Capítulo: Capitulo 3 – Ibiza.

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            Eu não queria levantar. Não depois daquele sonho. Sonho? Pesadelo. Ele estava lá. Meu pai e me tocou novamente. Desta vez eu estava presa, deitada em uma cama, como as minhas vítimas. Ele não parava de repetir ‘Gosta disso? Suas vítimas não gostam!’.


            Saí logo da cama. Eu precisava esquecer tudo. Fui para sala, liguei a televisão e fui preparar um café. Fui até a dispensa e abri o armário. Encontrei um bilhete. ‘Gosta disso? Suas vítimas não gostam!’. Eram as mesmas palavras que meu pai usara no pesadelo. Antes que eu pudesse me virar uma faca entrou nas minhas costas. Eu não conseguia respirar.


            Cai no chão quase morta. Via a maioria das coisas embaçadas. Olhei para cima. Era meu pai. Ele estava lá. Rindo da minha cara. Eu queria dizer tantas coisas para ele naquele momento, mas eu não tinha fôlego o suficiente. Simplesmente fechei os olhos e deixei com que me levassem.


            Eu pulei da cama. Literalmente pulei. Aos berros. Corri para o banheiro e virei-me de costas para o espelho. Eu não estava cortada. Eu estava viva! Um pesadelo dentro do outro. Quem diria. Não era a primeira vez. Já tive experiências muito parecidas.


            Estava com medo. Pela primeira vez em toda minha vida. Eu não conseguia me aproximar da dispensa, pois a imagem sempre vinha a minha cabeça. E se ele estivesse lá? E se eu realmente não tivesse o matado há 13 anos atrás? Ele com certeza voltaria para se vingar.


            Uma semana depois eu estava fora daquele apartamento. Meu novo destino? Ibiza – Espanha. Uma cidade cheia de orgias. Ali era o meu lugar. Os mesmos bancários, jornalistas, advogados e outros homens da alta sociedade iriam para lá, com seus jatinhos, fazer a festa durante seus finais de semana. Era só uma semana que eu iria passar por lá. Ganhar um dinheiro sem necessidade e depois disso, voltar para casa.


            Arrumei-me o máximo que pude. Salto, vestido curto e preto, peruca loira, lentes azuis. Tudo naquele micro apartamento que eu havia alugado. Um lugar nojento. Mal cuidado bem no centro da cidade.


            Saí do apartamento como uma madame. Quem me visse sair dali com certeza iria pensar que eu era alguma madame mal amada que acabara de transar com um prostituto europeu. Muito básico para o meu gosto.


            Meu espanhol estava afinado. Nada melhor do que crescer procurando livros e lendo-os para se tornar alguém na vida. Não tenho estudo completo no colégio, mas tenho pós-graduação no ensino da vida.


            Cheguei em uma boate. Homens por todos os lados e de todos os tipos. Nojentos, bem arrumados, cheirosos, fedidos, mal amados. Fui até o balcão e pedi um drink. Tequila. A noite estava ótima. Eu precisaria de um ótimo incentivo. Peguei o drink e dei um gole. Magnífico. Nada melhor do que a boa tequila espanhola. A melhor do mundo na minha opinião.


             Um homem jovem se aproximou. Maldição. Sentou-se do meu lado e parecia me comer com os olhos. Olhei de canto para ele. Olhos azuis, loiro, lábios carnudos. Que mulher não seria seduzida por ele? Ele estava me dando bola. Talvez se ele fosse de algum tipinho rico eu até poderia dar um golpe nele. Então, entrei em ação.


            Passei as unhas sobre o balcão e dei mais um gole em minha tequila. Desta vez, olhei para ele nos olhos. Ele retribuiu o olhar com um sorriso.


                       


-         Nova em Ibiza? – perguntou-me.


-         Sim! Na verdade, só vim passar alguns dias. Esfriar a cabeça!


-         Interessante! – ele estendeu a mão – Muito prazer, eu sou Gabriel!


-         Margareth! – eu peguei em sua mão cumprimentando-o.


-         O que uma bela dama faz sozinha nesta boate? – ele deu um sorriso.


-         Uma bela dama? – eu abri um sorriso, ele parecia querer ser um cavalheiro, ora, que belo, talvez eu devesse acreditar realmente nele – Que cavalheirismo de sua parte me chamar de dama. – olhei-o nos olhos – Bom, na verdade estou aqui para me divertir. Afinal, a noite é uma criança! – mordi meu lábio enquanto o olhava.


-         Se divertir? Não é Espanhola creio eu!


-         Não! Sou Americana, mas, amo a Espanha. Considero minha segunda casa.


-         Que interessante! E porque sua segunda casa?


-         Na verdade, meu pai é um grande empresário americano e sempre está atrás de alguns eventos aqui na Espanha. Passei parte da minha infância aqui. Nada além de uma dança espanhola. – dança espanhola, que clichê. Eu precisava estudar mais sobre isso.


-         Um pouco clichê de sua parte dançar dança espanhola! Mas acho interessante! Poderia dançar para mim?


-         Agora? – entrei em pânico.


-         Sim! Agora! – ele abriu um sorriso – Sempre tive curiosidade em saber como se dançava. Eu, um espanhol legítimo não faço a menor idéia de como se dança. Não consigo!


-         Não! Agora não! – abri um sorriso envergonhado. Maldito, pensei – Tenho vergonha, não posso dançar aqui!


-         Ora, que pena! Adoraria te ver dançar. – ele pegou na minha mão.


-         Imagino! Mas prometo que um dia dançarei – o que? Um dia dançarei? Eu não estava pensando.


-         Você tem olhos lindos! – ele colocou a mão no meu rosto observando meus olhos.


-         Obrigada! Mas olhe quem fala, seus olhos... azuis. Muito mais bonitos que os meus! – eu fiquei envergonhada.


-         Mas seus olhos são azuis! Um pouco mais escuros que os meus, mas ainda assim belíssimos! – ele não tirava o sorriso do rosto.


-         Não! Meus olhos são castanhos! – ele fez cara de espanto e então eu me lembrei que estava de lente.


 


Aquele homem estava me causando problemas. Eu não conseguia me concentrar e estava literalmente desmanchada por ele. Não falava direito e ao menos pensava. Maldito. Homem nenhum me tratara daquele jeito antes. O que eu poderia fazer? Levá-lo para a cama e simplesmente roubá-lo?


Todos os homens com quem eu já trabalhei nunca se comportaram de tal modo. Eu não poderia machucá-lo! Parei. Pensei. Eu estava desenvolvendo sentimentos. Eu não podia me apaixonar por ele, nem ao menos podia achá-lo legal. Eu ia cumprir meu trabalho. Custe o que custasse.


 


-         Desculpe, mas não estou entendendo você! – ele fez cara de espanto.


-         Eu que lhe peço desculpas! Na verdade, tenho olhos castanhos! – consegui concertar meu erro – Mas estou usando lentes hoje. Havia me esquecido. Esta tecnologia está tão avançada que você nem sente mais nada em seus olhos.


-         Ah sim! Entendo! – ele deu risada – Mas para ser sincero, não acho graça em olhos claros. Gosto dos escuros. Castanhos, ou cor de mel.


-         Interessante seu gosto! Diferente de todos que eu já vi! Nunca consegui ninguém que admirasse olhos castanhos!


-         Creio que sou um homem um pouco diferente.


-         Diferente o bastante para seduzir uma mulher, creio eu.


-         Está interessada em mim?


-         Não devo contar o que penso sobre você! – abri um sorriso e dei um gole na tequila já esquecida.


-         E eu? Será que eu devo contar o que penso sobre você? – ele dava um sorriso de canto.


-         Não sei! Talvez o que você diga faça alguma diferença. – eu o comia com os olhos desta vez.


-         Penso que adoraria passar esta noite com você! Te conhecer melhor. O que acha? Podemos ir a um lugar mais reservado. Um restaurante talvez!


-         Acho uma belíssima idéia! Não creio que parte deste muquifo esteja aos meus pés.


-         Eu sabia que você era algo maior do que alta sociedade.


-         Hã? – eu não havia entendido.


-         Nada! Vamos! – ele pagou minha bebida, pegou na minha mão e foi em direção a porta da boate.


 


Ele queria me conhecer melhor... Me conhecer melhor até que ponto? Aquele homem, garoto, jovem, não sei dizer. Ele era uma mistura de tudo. Maduro, jovial e simpático. Não imaginava que existissem homens desse tipo. Muito menos que fosse encontrar um Espanhol com tais características.


Tudo estava só começando, a noite parecia ser longa. Ele me levou na sua Mercedes. Um carro divino, que eu particularmente gostaria de ter uma coleção. Entramos em um restaurante cinco estrelas. ‘Pardon’. Ele estava me levando em um lugar de nível. Era rico com certeza.


Sentamos-se à mesa e ficamos observando o cardápio.


 


-         Gosta de lagosta? – ele perguntou.


-         Particularmente? – eu escondi minha boca no cardápio – Eu amo! Odeio ser indelicada, mas acho que devo ser sincera.


-         Gosto de mulheres assim! – ele abriu um sorriso – Por Favor, garçom! Uma lagosta! Mande o Chef. Vitorrio preparar a melhor lagosta que ele já fez em sua vida! – o garçom anotou o pedido e saiu.


-         A melhor lagosta? É um bom freguês deste lindo restaurante, creio eu.


-         Na verdade sou o dono!


-         Dono? – espantei-me – Interessante! Pela primeira vez conheço alguém cujo seu grande negócio é um restaurante.


-         Pois é! Amo comida! Sou um Chefe. Mas, preciso me cuidar. Se eu ficar atrás da bancada preparando refeições eu não resistiria e levaria tudo isso a falência.


-         Alimenta-se bem então...?


-         Muito bem! – ele abriu um sorriso.


-         Mas então, conte-me mais sobre você! Nasceu aonde?


-         Nasci aqui mesmo, em Ibiza. Meus pais vieram morar aqui logo quando se casaram. Minha mãe é Holandesa e meu pai Norueguês. Uma mistura um tanto estranha, creio eu, mas ainda assim, são ótimas pessoas e gosto daqui.


-         Que incrível! Sou descendente de Belgas. Meu bisavô era belga.


-         E você nasceu nos Estados Unidos? Um pouco clichê! Belgas não são muito familiarizados com os americanos.


-         Eu sei! Faço idéia de todo este problema. Mas, minha mãe casou-se com meu pai. Um americano. E logo depois fugiu para ‘A terra onde todos sonhos acontecem’ Ou seja, New York, porém, nasci em Las Vegas em uma viagem curta.


-         Las Vegas? Interessante! Viciada em algum tipo de jogo?


-         Nenhum! Apesar de ter nascido na cidade do Cassino, não gosto. Acho perda de tempo.


-         Vou ter que discordar com você! Amo Cassinos. São uma ótima distração.


-         Acho mais uma perda de dinheiro se é que me entende... – retruquei.


 


Eu nunca tive uma conversa de rendesse tanto com qualquer vítima. E não consegui compreender como estava me dando bem contando aquele monte de mentiras! Seriam histórias que eu nunca mais teria que lembrar, afinal, tudo aquilo era para durar uma única noite. Não é?



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Autor(a): priscilaneri

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

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  • dheelhauptmann Postado em 14/02/2011 - 20:43:22

    UAU!!! Muito legal.., diferente ela, ameei! Posta mais porfavoor ?

  • ametrine Postado em 12/10/2009 - 06:49:02

    eu gostei do seu estilo de contar as historias,parece ue a gente ta dentro dela,muito legal mesmo.
    continua postando!


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