Fanfic: Heranças do Destino | Tema: Rebelde

Dulce gritando: Socorro! Me ajudem! Por favor!

Abayomi a mãe pequena do terreiro vem correndo junto dás outras filhas.

Abayomi assustada: Mãe Babá!

Dulce: Ela está passando mal, chamem ajuda!

Abayomi fala pra uma das filhas de santo:

Abayomi: Vá chamar Ucker!

Mãe Babá fraca: Filha de Oxum... chegou a hora!

Dulce estava com Mãe Babá em seus braços.

Dulce: Não, não fale Mãe Babá.

Mãe Babá: A minha missão... (SUSPIRA FUNDO, SUA RESPIRAÇÃO É DIFÍCIL) acaba aqui, mais a sua começa Dulce!

Ucker chega correndo e assustado.

Ucker: Mãe Babá!

Dulce: Ajude ela Ucker!

Mãe Babá: Dulce, continue! Tem que continuar!

Dulce: O que? Não estou entendendo!

Mãe Babá: Filha de Oxum, você continua no meu lugar, você é a nova mãe de santo desta casa!

Dulce chorando: Não posso! Não! Eu não sei nada, Abayomi fará isso.

Abayomi sem entender: Sim minha mãe, eu sou a mãe pequena desse terreiro!

Mãe Babá balança a cabeça negativamente.

Mãe Babá: Dulce, continue a missão, pasAlma por provas de fogo, aprenderá muitas coisas, terá que escolher entre dois caminhos, a escolha certa está no seu coração!

Mãe Babá respira forte e desfalece no colo de Dulce. Dulce na hora sente uma vibração de energia muito forte e incorpora a orixá Oxum, emitindo um cântico e abraçando o corpo de Mãe Babá. Lágrimas caem pelos seus olhos fechados. Todos choram emocionados. Os preparativos para o ritual do Axexé (ritual fúnebre do Candomblé e Umbanda) se iniciam. Ucker e Abayomi preparam ás folhas de palmeiras e outros preparativos no terreiro. Todos vestem branco, e enrolam os torços na cabeça, os panos ritualísticos. Ao por do Sol, no terreiro todos de branco participam do ritual do Axexé, dançando e cantando os pontos e batendo os atabaques, muita emoção está envolvida, Dulce está vestida e bonita mesmo com uma simples roupa de filha de santo. Logo depois os filhos de santo seguem o cortejo do enterro de mãe Babá, Dulce está muito emocionada, e Ucker também. Abayomi leva o adjá e o toca no ar, ao longo do cortejo as filhas de santo e os filhos aos poucos recebem seus orixás, que dão os seus “bravos” e trazem sua energia para o espírito que parte da matéria carnal. Uma chuva fina cai e Dulce então olha de longe ao fundo do cemitério e tem a visão de sua mãe Alma sorrindo e dançando para Iemanjá, o corpo vai descendo na cova o Sol ilumina mesmo com a chuva e Dulce olha para sua mãe fixamente, e uma luz dourada vai chegando perto de Alma e dançando também como Oxum, com brincos dourados e uma roupa amarela, aparece Mãe Babá as duas sorriem e dançam juntas, somente Dulce as enxerga, ouvindo atabaques que não era daquele plano físico. Dulce se emociona com lágrimas no olhar. Delegada Socorro e o Investigador Nonato já haviam chegado, mais resolveram esperar o ritual para conversarem com Dulce.

Socorro: Muito Bonito tudo o que aconteceu!

Dulce: Sim! Quem é você?

Dulce estranha a mulher.

Socorro: Delegada Socorro, e esse é o policial Nonato!

Dulce séria: O que posso ajudar?

Socorro: Dulce, temos uma notícia para você! (PAUSA) Você vai precisar voltar comigo para Salvador.

Dulce olha para Ucker assustada.

Dulce: Não estou entendendo! O que aconteceu?

Socorro: Sinto em dizer, é sobre seu pai Emílio Cordeiro e sua madrasta Adelaide, eles foram assassinados dentro da mansão!

Socorro falava com certo cuidado.

Dulce: Meu pai o que? (DESACREDITANDO) Meu pai está viajando! Não pode ser.

Ucker assustado: Calma Dulce! Como você sabe?

Nonato: Nós somos da 10º Delegacia de Salvador eu sou investigador policial e ela é Delegada Socorro.

Nonato mostra as credenciais.

Dulce: Meu pai e Adelaide mortos?

Socorro: Infelizmente sim Dulce!

Dulce olha assustada para Ucker e desmaia. Dulce já está bem, mas chora muito e conversa com Ucker.

Dulce chorando: Ainda não estou acreditando Ucker, como isso foi acontecer? Só está acontecendo coisas ruins na minha vida!

Ucker: Não meu amor! Não! Eu fui ruim na sua vida?

Dulce: Não! Mas perdi as pessoas que mais amava.

Ucker: Dulce, aqui é seu lugar, você deve assumir esse terreiro como mãe Babá pediu.

Dulce se levanta da cama.

Dulce: Não Ucker!

Ucker: Não?

Dulce: Eu não posso assumir esse terreiro, isso não faz o maior sentido, eu vou voltar com a delegada para Salvador e vou descobrir o que aconteceu ao meu pai e Adelaide.

Ucker: Não quer viver ao meu lado então?

Dulce chega perto de Ucker.

Dulce: Sim meu amor! Mas não agora, ainda não é o momento.

Ucker abraça Dulce.

Ucker: Você vai voltar?

Dulce: Não conseguiria ficar mais longe de você!

Ucker: Quando você voltar estarei de esperando! (A BEIJA) E o terreiro também!

No outro dia Anny está dentro da sala de seu pai na empresa Cordel’s, está toda de preto e bem vestida, espera ansiosa para a leitura do testamento, até que a Advogada da família Larissa Massiel chega. Larissa entra na sala.

Ad. Larissa: Anny! Boa Tarde!

Anny: Boa tarde! Doutora Larissa Massiel, é isso?

Larissa: Sou a advogada que cuidava do testamento, foram anos de elaboração e eu fiquei como advogada da família, mais somente cuidando do testamento.

Anny: É tão triste saber que meu pai não está mais nessa sala, e que agora eu terei que cuidar de tudo sozinha. (SENTA-SE NA CADEIRA) Então acho que a senhorita pode começar a fazer a leitura do testamento!

Larissa: Ainda não Anny!

Anny: Ainda não?

Larissa: Ainda falta uma pessoa!

Anny: Eu sou a única herdeira do meu pai, a principal herdeira.

Então Dulce entra pela porta e Larissa se levanta da poltrona, olhando para ela.

Larissa: Agora não falta mais ninguém!

Anny se levanta olhando para Larissa e sem entender  olha em direção a Dulce e leva um susto. Seu olhar é de indignação.

Anny: O que ela faz aqui?

Dulce olha para Anny com ódio como se tudo o que tivesse passado nas mãos dela fosse ser descontado agora.

Dulce: Eu também sou a filha de Emílio Cordeiro, ele também era o meu pai!

Larissa: Dulce também é herdeira de seu pai Anny, Dulce também é uma Cordeiro!

Anny fica surpresa e seu olhar para Dulce é de espanto.

Anny: Não, não é verdade!

Dulce: Isso mesmo Anny, eu sou filha de Emílio e você é minha irmã, a garota que você sempre humilhou, quem você sempre pisou (CHORANDO COM RAIVA). Eu sempre mereci tudo o que ganhei dele, tudo o que ganhei era meu por direito, mas eu o amava e o respeitava. Pois com eles você era a falsa Anny não é? A Anny boazinha que aceitava tudo, mas debaixo dos panos tramava e armava as piores crueldades!

Anny grita chorando:

Anny: Você não é minha irmã sua negrinha! Eu odeio você Dulce!

Anny levanta a mão para dar um taca em Dulce, mas Dulce segura a tempo. Dulce segura o braço de Anny com força.

Dulce: Mostre quem você é Anny, derrube sua máscara, escute e guarde, não sei o que tem ali naquele testamento, mas seja lá o que for também é meu!

CONTINUA...