Fanfic: Heranças do Destino | Tema: Rebelde

No outro dia logo de manhã Adelaide vai até o quarto de Anny.

Adelaide: Está tudo bem querida?

Anny: Claro que sim, estou tão feliz por vocês, e por mim também, afinal agora terei um irmãozinho!

Adelaide: Que bom minha filha! Eu achei que você tinha ficado com ciúmes.

Anny: Ta, eu confesso, fiquei um pouco sim, mais já passou, afinal já tenho uma quase irmã. Dulce mora aqui a tanto tempo não é?

Adelaide: É verdade, Dulce é como se fosse da nossa família! Me abraça minha filha!

Adelaide abraça a filha e Anny ao ser abraçada pela mãe faz uma cara de nojo sem que sua mãe perceba.

Adelaide: Você sempre será minha princesa, minha filha querida!

Anny: Eu sei mãe! Você é a melhor mãe do mundo!

Alguns dias depois... Ucker chega em Salvador, procura o endereço que Mãe Babá lhe deu para ele poder ficar enquanto procura por Dulce. Chega em uma casa simples mas bonita e aconchegante. Chama no portão e uma senhora com um sorriso no rosto atende.

Ucker: Bom dia senhora! Eu sou o Ucker, filho de santo de Mãe Babá, a senhora é a Dona Veta?

Dona Veta: Oxente, sim! Eu estava lhe esperando. Que homem bonito que você é!

Ucker: Obrigado!

Dona Veta: Mãe Babá me contou o porquê da sua vinda, seja bem-vindo a minha casa!

Ucker: Se não for muito incômodo pra senhora.

Dona Veta: Oras menino! Vem, vamos entrando que eu já preparei um café da manhã especial pra você comer!

Ucker: Sério Dona Veta? Eu estou morrendo de fome, saí de madrugada de casa e não comi nada!

Dona Veta e Ucker entram. Dona Veta mostra a pequena casa onde ela vive com seu neto Poncho e lhe serve o café que preparou.

Ucker: Dona Veta esses são os melhores quitutes de toda Bahia!

Dona Veta: Oxi! E você num ta falando com a baiana mais arretada de todo o Pelourinho!

Ucker: A senhora é baiana do Pelourinho?

Dona Veta: Sou sim meu filho! Afinal a gente tem que tirar um trocado até mesmo quando se é velho né?

Ucker: Ta certo Dona Veta! A senhora é o que de Mãe Babá?

Dona Veta: Primeiramente senhora ta no céu! Mãe Babá e eu nos conhecemos desde pequena, eu era do terreiro quando a mãe dela era mãe de santo. Crescemos juntas!

Ucker: Nossa que legal!

Dona Veta: Quando me casei vim com o meu marido para Salvador, e só voltei em Coqueiral dos Punhais poucas vezes, depois meu marido faleceu, minhas filhas se casaram e mudaram.

Ucker: A senhora mora sozinha aqui?

Dona Veta: Não meu filho, além de morar com Deus e meus orixás, tenho um neto que mora comigo, ele deve ser um pouco mais velho que você!

Ucker: Bom eu não quero que ele se incomode comigo.

Dona Veta: Essa casa é minha meu filho, ele vai ter que aguentar.

Ucker: Eu também tenho uma missão muito difícil, nem vou ficar aqui e dar despesas, é só pra dormir mesmo!

Dona Veta: Babá estava me falando sobre a menina que você tem que achar!

Ucker: Dulce!

Dona Veta: E você acha que essa menina vai querer largar tudo o que tem para ir até o terreiro?

Ucker: Não sei! Confio em Mãe Babá, mas realmente não sei o que vai acontecer daqui pra frente!

Poncho, o neto de Dona Veta chega.

Poncho perguntando com arrogancia: Vó! Quem é esse sujeito?

Dona Veta: Esse aqui é...

Ucker estendendo a mão para Poncho: Ucker, eu sou o Ucker.

Poncho o ignora.

Dona Veta: Ele é do terreiro da onde eu fazia parte, filho de santo da minha grande amiga Mãe Babá.

Poncho: Com tanta pensão em Salvador, vai ficar justo aqui?

Ucker: Desculpa, eu não quero incomodar!

Dona Veta: E não incomoda Ucker! Escuta aqui Poncho, eu por acaso lhe devo alguma satisfação?

Poncho: Só quero saber se ele vai ajudar com os custos da casa, afinal não estamos aqui para sustentar ninguém, bom estou indo trabalhar, só voltei pra pegar minha carteira que esqueci.

Poncho pega sua carteira e sai.

Dona Veta: Ligue não Ucker, bom vou me trocar para trabalhar, vamos conhecer Salvador?

Ucker: Claro!

Dulce corre pela trilha da mata, indo de encontro a cachoeira. Chegando lá tira sua roupa ficando seminua, mergulha no rio e brinca com a água contente, fica debaixo da queda d’água e dança sorrindo. Vai até uma pedra e se deita olhando para as árvores balançando com o vento e os raios de sol entrando por elas. Até que começa a ouvir nitidamente alguma coisa.

Voz de Mulher suave como se estivesse cantando: Duuulceee!!!

Dulce leva um susto e se levanta imediatamente.

Dulce: Quem está aí?

Voz de Mulher cantarolando: Duuulceee!!! Minha Dulce!!!

Dulce: Por favor, quem é? Pare de me assustar!

Uma luz dourada e brilhante começa a sair por de trás da cachoeira. A luz brilha e Dulce não consegue enxergar, veste suas roupas e sai correndo pela trilha chorando. Percebe que dentro da mata um homem negro forte, muito bonito e que corria muito rápido, a olhava com um olhar penetrante. Em sua cabeça um adorno feito de um pássaro grande, faz um barulho como um pássaro e corre feito uma onça, em sua mão um arco e flecha, irradiado por uma luz verde e azul.

Dulce gritando: Me deixe em paz!

Assustada demais ela desmaia no meio da trilha.