Fanfic: Heranças do Destino | Tema: Rebelde

Dulce se assusta.

Dulce: Você sabe meu nome?

May: Dul, vamos embora? Está chovendo...

Ucker sorrindo: É você Dulce?

Dulce: Me conhece de onde?

Ucker: Sou eu o Ucker!

Dulce: Me desculpa, mas não me lembro de você!

Ucker: De Coqueiral dos Punhais, terreiro de Mãe Babá!

May: Você o conhece a Dul?

Dulce: Não consigo me lembrar.

Ucker: Você saiu de lá muito pequena, com seu pai, veio para Salvador e agora eu te encontrei, finalmente eu te encontrei!

Dulce: Como você sabe de tudo isso?

Ucker: Fomos amigos de infância! Sei que é difícil lembrar!

No Quiosque perto da praia, depois de Ucker explicar toda a história...

Dulce: É difícil de acreditar que eu vim desse lugar! Mas você falando, até consigo me lembrar dessa senhora.

Ucker: Boa parte de nossa infância nós perdemos quando crescemos, as lembranças se vão com o avançar dos anos.

Dulce: Verdade, não me lembro de muita coisa, de quase nada na verdade! Mas o porquê você veio atrás de mim?

Ucker: Ela precisa te ver Dulce!

Dulce: Ela? A senhora?

Ucker: Sim, Mãe Babá precisa ver você!

Dulce: Mais eu não posso deixar tudo aqui, tenho minha casa, minha faculdade, (TRISTE) o meu pai! Manda um beijo pra senhorinha, diz a ela que sou grata dela ter cuidado de mim na minha infância, mas que não posso mais voltar lá.

Ucker: Mais Dulce!

Dulce se levanta, pega May pelo braço e vai saindo.

Dulce: Agora preciso ir, sinto muito, tchau!

May: Você vai deixar ele falando sozinho?

Dulce: Vamos logo May!

As duas apressam os passos. Ucker fica sem reação e muito triste.

May: Porque saiu desse jeito Dul?

Dulce: May, já pensou eu voltar para um lugar que eu nem me lembro onde é?

May: Ele pareceu ser tão sincero!

Dulce: Mas prefiro evitar May, minha vida já é confusa demais!

Ucker chega na casa de Dona Veta desolado, e começa a contar o que aconteceu.

Ucker: Ela não ligou muito, só mandou eu agradecer Mãe Babá por ter cuidado dela, ela não quis saber mais nada! É rica Dona Veta, pra que vai querer voltar lá no terreiro onde a base de tudo é a humildade!

Dona Veta: E você já desistiu? Como ela é?

Ucker: Ela é linda como o céu e o mar juntos!

Dona Veta: Acho que não deve desistir Ucker, acho que tem que lutar e levar essa menina para Mãe Babá.

Ucker: Nem sei mais onde ela está, saiu correndo, não sei onde mora! Ela é rica e deve estar bem aqui.

Anoitece, Dulce finalmente consegue adormecer, depois de muito pensar em Ucker. Dulce acorda assustada e quando abre os olhos se depara com Alma, sua mãe, olhando para ela. Dulce não sabe quem é. Alma está de azul, colares e uma luz faz ela brilhar.

Alma: Não sinta medo filha, é preciso começar a missão, muito cuidado, coisas terríveis estão por vir! (VAI SUMINDO) Cuidado filha de Oxum! Ela é perigosa, volte, volte....

Dulce novamente acorda. A princípio tudo não passou de um sonho imagina ela. No outro dia Ucker chega na mansão com a notícia que está indo embora, mas quando entra na cozinha não encontra Naia, então entrando pelos corredores vê a porta de um quarto aberta, e uma janela com uma vista incrível para o mar, se encanta e nem percebe que está num lugar que não poderia estar. Dulce entra e os dois se assustam ao se olharem.

Dulce: O que está fazendo aqui?

Ucker: Dulce!

Dulce: O que você está fazendo aqui? Como sabe onde eu moro? Está me perseguindo?

Ucker: Calma Dulce! Eu trabalho aqui!

Dulce: Mentira! Nunca vi você aqui. Vá embora Ucker, vá embora!

Ucker: Me desculpa, eu não quis...

Dulce: Não quero mais saber, você está no meu quarto sem a minha permissão!

Ucker estranhando: Seu quarto? Não é muito pequeno para ser o seu quarto?

Naia entra no quarto da menina.

Naia: Ucker? O que ta fazendo aqui?

Ucker: Estava procurando por você Naia! Eu vim avisar que estava indo embora... Mas os Orixás sabem o que fazem, estava trabalhando aqui, sem saber que a pessoa que estava procurando estava tão perto de mim, (olhando para Dulce) tenho a missão de levar você até Mãe Babá e vou levar com a força dos Orixás.

Naia fechando a porta: Não estou entendendo! O que você está falando?

Dulce: Ele está dizendo que faz parte do meu passado Naia, que ele veio da onde o meu pai me trouxe!

Naia sentando: Meu Deus, a baiana Veta disse mesmo que você estava à procura de alguém, por isso estava em Salvador. Rapaz você tem que ir embora, não pode ficar aqui, é muito perigoso, se alguém descobre.

Ucker: Agora quem não está entendendo sou eu! Dulce, porque você dorme neste quarto pequeno de empregada, se você é a filha do dono desta mansão?

Dulce triste e enfurecida: Porque sou um segredo aqui Ucker! Mas isso não é da sua conta!

Naia: Acontece que os familiares do senhor Emílio não sabem que Dulce é filha dele. E não podem saber, até que ele resolva contar.

Dulce: Eu entendo os motivos do meu pai, por favor, não quero mais saber do meu passado! Não me lembro da minha infância, e agora preciso resolver o meu futuro, vou ser professora e ter minha própria vida, eu não quero saber se o meu pai vai falar para a família quem eu sou de verdade e não quero saber de voltar com você, não acredito nos seus orixás e nas suas crenças, quero somente que vá embora.

Ucker falando em tom alto: Você não precisa crer nos orixás para eles existirem ou te protegerem, eles simplesmente existem e te protegem, os orixás estão além do nosso destino, além do que cremos e acreditamos, quando nos é dado uma missão só depende de nós cumprirmos, você acreditando ou não é uma filha de oxum, é uma filha de santo, está no seu sangue, e não tem como mudar, só como ocultar. Me desculpe se incomodei, estou indo embora para Coqueiral dos Punhais, continue com sua vida “feliz” Dulce!

Ucker sai bravo do quarto.

Naia: Dulce!

Dulce sem reação: Sim?

Naia: Vá atrás dele! Ouça o que ele tem a dizer, acho que chegou a hora.

Dulce sai correndo atrás de Ucker e o pega já no portão de saída da mansão.

Dulce: Ucker!

CONTINUA...