Fanfic: E se... (lesbian love) | Tema: Bruno Mars

Passei a semana inteira pensando em como me livrar da péssima imagem que as pessoas tinham á meu respeito. Distanciei-me de todos por um tempo, exatamente para ver se esqueciam de

minha existência e minhas marcas roxas

de pessoa desastrada não significassem

ter sido espancada por um ex. namorado,

bandido.

- Jaymes tem que sair dessa escola, para que todos incluindo você – a ponto para Nath que esta encostada na pia do banheiro do colégio onde ando de um lado para o outro, enquanto falo - esqueçam completamente essa fase absurdamente negra em minha vida -

paro colocando as mãos na cintura olhando-a. - Olha, ele tenta ser um aluno exemplar senão, perde a bolsa de estudos e os pais cortam o pinto dele. Mas, quem sabe se certo pacotinho suspeito surgir do nada na bolsa dele e de quebra alguém fizer uma pequena

denuncia na diretoria?

Aquilo parecia a pior maldade que eu já tinha imaginado fazer, na vida. Mas eu queria minha vida de volta. Estava cansada de ser taxada e ex namorada de traficante.

Eric foi nosso cúmplice. Eu não sei e nem quis saber de onde ele tirou aquele pacotinho com algum tipo de droga, que me custou os olhos da cara.

- Se eu vender alguns desses, compro um carro novo - diz ele, rindo e eu não conseguia ver graça naquilo. Estava farta do papo tráfico.

Quem eu era antes de tudo aquilo?

Eu era a garota mais feliz mesmo com pais separados. A mais popular por ser capitã das lideres de torcida. A mais respeitada entre todos, mesmo sendo amiga de uma das poucas negras de classe social alta, naquela cidade um tanto pequena, e ainda por cima sendo uma estressadinha que briga por tudo e com todos. Mas, isso a 4 meses antes.

Além de ser presa por culpa daquele idiota, ainda fui chutada em público. Por sorte eu nunca gostei dele o suficiente para chorar ou coisa assim, mas eu estava sim, abalada.

Estava tudo pronto. Sabíamos quem iria colocar na mochila dele e quem iria até o diretor avisar que alguém na sala tinha drogas. Eu fiquei quietinha em meu canto, e no final do dia recebi a maravilhosa noticia de que Jaymes foi expulso.

Em duas semanas o assunto estava morto e enterrado. Todos estavam empolgados com a festa beneficente que a primeira dama iria organizar e nós iríamos ajudar. Eu consegui um posto de coordenadora e pude respirar aliviada por me e verem como tal, e não mais como a ex líder de torcida chutada.

Eu tive que deixar a torcida por causas de minhas enxaquecas por conta de ressacas, que mamãe nunca percebia por trabalhar demais. Quando Samantha assumiu, todos viam como se eu tivesse sido expulsa. Mas decidi deixar de lado, afinal não gostava muito daquilo, apenas gostava da maneira que era tratada por estar ali.

Minha reputação estava novamente impecável. Eu consegui uma maravilhosa doação para o evento beneficente e estava muito empolgada com aquilo.

(...)

Sentada, em minha sala de aula, anotando algumas coisas importantes, escuto o professor pedir silêncio e desvio minha atenção da agenda para ele. Este, parado ao lado de um garoto, muito bonito por sinal.

- Esta é Pietra, nova companheira de sala de vocês a partir de hoje. Pode procurar um lugar.

Acho que toda a sala estava com a boca aberta espantados olhando a garota que caminhou até uma cadeira vazia e sentou-se tirando o gorro de sua cabeça. A primeira vista parecia inacreditável, mas depois parando para observar melhor, ela realmente tinha traços femininos.

- Galera, vocês querem que eu mostre os peitos? - Falou de repente,

fazendo todos rirem e parar de olhá-la.

Virei também para frente e prestei atenção na aula.

No final, quando estava saindo ouvi um `ei` e parei olhando para trás. Levei um susto por se tratar da garota

nova.

- Você é a garota que se meteu no meio do caminho e eu quase passei por cima com a bicicleta. - Levei a mão

boca surpresa. Aquilo fazia semanas.

- Então foi você quem me deixou com uma marca roxa no braço. – Aponto para ela.

- Você quem estava onde não devia. - Rebateu.

- Mas se você fosse atenta teria percebido que eu estava a sua frente. - Ambas paradas na porta da sala, coloco a mão livre na cintura enquanto na outra, seguro alguns livros e mantenho minha mochila nas costas. - Eu fui a única que saiu ferida.

Ela sorrir mostrando os dentes perfeitos. Passeio os olhos analisando seu rosto e cabelos claros. Ela usava um jeans frouxo e rasgado, com uma camisa verde claro, por dentro, com um casaco preto. Nos pés all star e na orelha um piercing atravessado de maneira curiosa. Eu consegui observar cada detalhe, incluindo os anéis nos polegares de cada mão.

- Bem, vamos esquecer isso. Quer ajuda?- Fala tirando-me do momento observadora detalhista.

Nossa, uma lésbica. Penso. 

- Não, obrigada, a biblioteca é bem aqui perto - Viro e saio caminhando.

- Qual seu nome? - Ela me acompanha e viro o rosto para olhá-la,

me sentindo incomodada.

- Emily – Olho para frente e continuo andando. 

- Sou Pietra.

- Ah, eu percebi - mantenho a voz desinteressada. Paro em frente à porta e lhe dou as costas, entro e vou direto até a mesa de Ella, onde entrego os livros e desejo boa tarde.

Quando saio me surpreendo com Pietra que está do lado de fora, aparentemente me esperando. Solto um suspiro a ponto de perguntar, qual é a daquela garota. Finjo não me importar e passo por ela.

- Emily, é que... Estou meio, muito atrasada na matéria e queria perguntar se você poderia... - Paro de andar e levantando um dedo em sua direção interrompendo-a.

- Olha, Pietra me desculpa - era estranho chamá-la daquela forma sendo que ao olhá-la, parecia que eu estava de frente para um garoto. Muito bonito. - Eu tenho muitas coisas para fazer e... - Olho para os lados – Convenhamos, não iria pegar bem eu andar por ai com você. – Lhe dou as costas e saio caminhando.

Percebo que ela ficou para trás. Respiro fundo, aliviada e sigo para o estacionamento onde mamãe veio me buscar para me obrigar a ir fazer uma daquelas visitas a Marta.